terça-feira, 9 de abril de 2013

O puro visível


C. acordou bem cedo na manhã de domingo em que faltavam 22 dias para seu aniversário sentindo-se um  burro velho carregado de uma carga muito pesada e obsoleta. Não é uma crise de meia idade, C. pensou, olhando com olhos contidos de rotineiro desespero aos objetos do quarto de casal. Está perto de completar 40 anos, mas C. sabe que seu enfado crônico não tem correlação com esse acontecimento, ou ao menos não diretamente. C. não suporta mais suas ideias, seus livros, não suporta mais escrever uma palavra sequer. Mesmo assim, na manhã de sábado, ele entrou em uma papelaria e, junto com o conjunto de tinta guache que comprou para os filhos, adquiriu seu costumeiro caderno de capa dura colorida de 3 reais e uma caneta preta de bico macio. Já em casa, atirou o caderno em uma das traves da estante e guardou a caneta para quando sua esposa precisasse para preencher as palavras cruzadas. Pensar em se recolher em seu quarto particular nos fundos da casa para escrever lhe causa o equivalente a uma náusea estomacal, sua mão lhe envia a informação neurológica de um profundo enfado. Também por dentro ele está atrofiado. Não é questão de não ter ideias: ele as tem, mas perdeu a fé. Analisa esse diagnóstico terrível e não tem como evitar de pensar que era apenas isso que faltava para admitir a si mesmo, de forma inexorável, que ele mudara internamente. Uma mudança de entregar os pontos, de aceitar. Uma maturação sem graça, sem nem sequer ter peso suficiente para ser triste. Uma mudança inercial, o que está longe de ser um oximoro.

Enquanto todos dormem_ C. acorda sempre muito cedo, por volta das cinco da manhã, mesmo neste mês estando de férias_ , C. pega 2001, uma odisseia no espaço, o filme de Kubrick. Há dois meses comprou para a família uma dessas televisões de tamanho cinematográfico, o objeto de um negro ébano impositivo, uma perfeição lisa que lhe causa um misto de aversão e uma involuntária veneração primitiva. Não lhe escapa que tenha escolhido rever 2001, em vez de Nostalgia ou Amarcord, por inconscientemente a coisa lhe lembrar o monólito do filme. A televisão é um dos indicativos de sua mudança inercial, vinha percebendo isso como alguém que monta paulatinamente o quebra-cabeça que no fim vai mostrar a foto de um assassino. Sempre odiou televisão, passou muito tempo de sua vida sem televisão, e não deseja que seus filhos se apeguem à rotina de distração compulsória diante o aparelho promovida pela falta de interação dos pais; mas mesmo assim, sem planejar, entrara na loja de eletrodomésticos e com uma decisão irretocável comprara a televisão mais cara e sofisticada, e no mesmo dia comprara um aparelho de blue-ray e assinara um pacote de mais de cem canais a cabo. Isso soou engraçado, mas C. não riu, um pouco com receio de que seus lábios emitissem um tremor nervoso. Mas sua esposa ficou espantada, de tal forma que disse uma das melhores coisas nesses 8 anos ou mais em que se conhecem, disse, com uma total espontaneidade, que ele jamais poderia duvidar do amor dela por ele, pois quando se conheceram, ele não tinha carro, e entre os poucos móveis da casa, um era uma televisão de 14 polegadas queimada de um dos lados.

C. coloca o filme de Kubrick, que não vê há anos, e que lembra bem as partes mais conhecidas, a viagem além do universo, a rebelião do computador de bordo, as valsas de Strauss. Mas não se lembrava da incômoda cena de afonia completamente negra do início do filme, se é que pode chamar de cena. São 4 minutos de escuridão absoluta, em que um fundo premonitório composto de  um ruído quase brutal em sua incapacidade de apreensão parece querer explodir os ouvidos. Às 5 da manhã, essa introdução estranha e inesperada causa uma sensação indelével mas premente de terror em C., como se aquilo tivesse sido posto no filme particularmente para ele, como uma mensagem inamistosa. Era opressivo. Estava para apertar a tecla de retorno do menu, achando que alguma coisa estava errada, quando o som se interrompe e aparece na tela um símbolo da MGM sobre um fundo azul piscina. Era tanto mais estranho quanto a cena anterior, no que tinha de um desvanecente humor burocrático, uma auto-ironia de sintonia muito fina que incutia uma acusação misteriosamente indeterminada contra a indústria do cinema. Como se, C. pensou, sendo levado mais uma vez a uma de suas labirínticas análises obsoletas, o filme murmurasse que dali para a frente nada seria como estava condicionado a ver, nada do entretenimento típico e nada da moral enlatada. Não seria felicitado pelas próximas 3 horas. O que o aguardava era uma exigência descomunal de atenção irrestrita. C. forçou o registro da memória para arquivar aquelas cogitações para serem revisitadas com afinco assim que terminado o filme. Com enorme astúcia, Kubrick consegue o que quer: os 4 minutos de espanto e os segundos de metalinguagem propositadamente deslocada absorvem por completo a atenção de C..

Kubrick esvazia as apreensões e pré-conceitualizações do expectador para que este sinta a cósmica solidão do homem em seu estágio simiesco, naquela imensidão de planalto e monumentos naturais de pedra cortada pelo vento. O peso do nada, do propósito ainda não planejado, a corda-bamba em que o homem estava sem que algo tivesse sido definido. Tudo parecia apto a acabar rapidamente; sensível demais e um tanto absurdo. Ninguém apostaria naquilo, de forma que, para espanto geral, se a coisa progrediu, foi devido a uma expansão possibilitada pela indiferença. Um dia viriam para passar um pano e limpar tudo. C. anota mentalmente: Kubrick assepsia o expectador com essa abertura brutal para que ele entre no filme despido de seus escudos urbanos, de seu conforto de se sentir no ápice de uma escala da técnica. C. sente o desamparo a que Kubrick o lança, tendo-se que se encolher de frio junto aos hominídeos sem casa, sem linguagem, sem símbolos. Puramente uma presa. E então, um dos símios pega um fêmur de uma carcaça de algum animal abatido, e desfere golpes contra um outro símio inimigo. Inventa-se a primeira ferramenta. E vem a cena famosa do osso girando no céu e se transformando na linha cognitiva da evolução tecnológica em uma pacífica e valseante nave espacial.

Esse filme sempre fascina C. Na cena final, após tanta coisa que acontece, tantos exemplos de mais ironia e uma catarse que vai além da capacidade mesmo do cinema, lá está C. junto ao astronauta no extremo oposto da evolução. O astronauta atravessou os limites do universo, o que pode ser um buraco negro, ou a fábula real sobre o que o homem será daqui a um bilhão de anos. O astronauta revira em agonia o rosto, arreganha até o limite das pálpebras os olhos, escancara a boca de espanto, enquanto os feixes de luz o vão bombardeando sem clemência. É demais para seu cérebro aguentar aquilo. Mesmo assim, em cada esgar e cada tentativa de evasão, os olhos do astronauta não se descolam do que lhe é revelado. São cenas aterrorizantes. C. cogita que esse filme bem poderia estar na sessão de filmes de terror. Um terror lovecraftiano que não fala de deuses tribais de milhões de anos de sono a ser interrompido, deuses sedentos de vingança, mas de uma bolha real em que o homem está contido sem que possa escapar, e cuja lógica regente é uma ausência de qualquer lógica possível. O astronauta se depara com seu módulo espacial dentro de uma casa iluminada com algo de vitorianismo burguês desprovido de intersecções memorialísticas, desprovido de culpa, ideias, conflitos, história. A casa é absolutamente intranscedente. É incrivelmente desprovida de qualquer necessidade de coisas que não estejam ali. Ela se basta em si mesma. Ela é o cume da resolução milenar de todos os desejos. Intransigentemente pura. C. pensa: sabe aquela história de que o que vale é a alegria dramática da busca, não o estacamento do objeto encontrado?, pois o astronauta está no estágio final da existência em que tudo já foi há muito tempo encontrado. Vem à mente de C. um sermão de Buda: "o puro visível é uma chama que queima". Aquilo é o puro visível. Uma reverberação cegante para os sentidos, que necessitam de penumbras, meios-tons, mediocridades.

Aquilo em que o astronauta e C. estão, é o estágio último do destino do homem no universo, sem medo, sem perguntas, sem paixões, sem ilusões, sem frenesi, sem dor. De um lado o símio tremente na desproteção do céu aberto, de outro essa casa de luzes frias, que não as luzes do paraíso. O lugar definitivo no nada pelo qual toda a espécie batalhara infatigavelmente. O astronauta, com o rosto envelhecido, e C., próximo de seus 40 anos de idade, veem o Homem Culminado, o homo finalis, o estágio supremo da evolução, um velho espadaúdo vestido de branco, rescendendo de brancura, sentado diante sua mesa de jantar. Ele é um tanto tristíssimo em sua falta de necessidade antropológica de tristeza, em sua limpidez darwiniana; arremete educadamente uma colherada de comida na boca e, de súbito, a taça que está por sobre a mesa cai e se parte no chão. O homo finalis curva a cabeça e observa os fragmentos do cristal espatifados. Não há curiosidade em seu olhar; por mais que ele demore neste ato avaliativo, não se trata de nada que esteja fora de seus sistemas prontamente catalogados de percepção; apenas que ele tem que procurar um pouco mais na memória algo que se assemelhe àquela violência circunstancial da aleatoriedade. Não sobrou nada do anima que em um bilhão de anos começou com um fêmur improvisado como instrumento de guerra. Uma taça quebrada é tudo que ecoa como vestígio de antigas e esquecidas dialéticas traumáticas. O homem já não é mais verbo, mas o eterno som atonal. Então ele retorna ao monólito que esteve em todas as etapas das grandes revoluções tecnológicas humanas: um bebê que, ao contrário de seus predecessores, tem os gigantes olhos abertos. Haverá então uma outra evolução, Kubrick diz. Mas agora, em que campo?

10 comentários:

  1. Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, M. deu por si na cama transformado num gigantesco porco. À sua frente, a televisão ligada transmitia apenas chiado; a tela escura lhe pareceu assim como um portal para o nada. Terá sido porque, na noite anterior, ele, em seu primeiro dia de férias, resolveu comprar um CD do filme Poltergeist? Não; nem chegou a ver o filme. Mas se lembra da última coisa que lhe aconteceu na noite anterior: vomitara no chão do quarto todo o vinho Gato Negro que passara o dia bebendo, sentindo-se em uma condição amorfa, sem qualquer ímpeto para a vida que teria que suportar por um mês inteiro, as ambicionadas férias de todo mundo, agora livre dele e vice-versa. Grunhiu como faria qualquer animal doméstico, ou selvagem posto na miserável condição. Filhos? Não tinha. Não transmitiria para as gerações seguintes o legado de sua miséria. Livros? Talvez tenham sido tragados pela televisão, buraco negro para onde convergiam as entropias planetárias. Meu mundo é meu quarto, pensou M., viajando em torno dele em suas quatro patas aé descobrir que sim, vomitara o chão, e só agora percebera o fedor que não lhe parecia insuportável, mas atrativo. Recomeu tudo e, repentinamente, lhe veio a epifania, a felicidade, a plenitude. Só os porcos são felizes, só os porcos voam.

    É uma pena, M. Ouve a voz, clara e tediosa.

    Quando acorda envolto em vômito, seu corpo imenso é de um homem velho, que passou dos 50 anos e vê nas margens da solidão nenhuma terceira e transcendente saída. As férias acabaram, e a viagem recomeça, com ele girando os olhos em torno do quarto e tentando compreender se tudo era efeito da labirintite ou se a agonia apenas prolongava-se, esse maldito estado em que ingressara tão logo puseram à sua frente o primeiro computador com conexão à Internet.

    M. grunhe mais uma vez. Ó vida, ó azar, ó dor...

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  2. Prezado C.,
    Queira que um desses educated fools da Cia das Letras que de vez em quando visita o seu blog só para te oferecer uma meia dúzia de livros em troca de resenhas da editora, caia em si do que se encontra bem debaixo do seu nariz.
    Antes da pena bic secar a tinta...

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  3. R. abre a janela e o celeste é de cegar os olhos. É sábado, dia anterior ao domingo, e ele recolhe daquele azul toda energia solar que parece agora revigorar-se nos seus 30 anos recém completados. Cego e movido à energia solar, R. sai com sua bengala a tatear o mundo dentro de si em mais uma aula do curso de dialética hegeliana. A professora é abundante nos verbos e predicados, tem a voz quase rouquíssima pela desmoderação. É um fluxo intermitente de contradições que, pensa R., tão inexplicavelmente caem como música em seus ouvidos, tocada em notas celestes (não celestiais, como queriam os detratores de Hegel). Complexa, difícil, da melhor música, essa, da safra dos 30, pensa R. Depois acha que pensar é bom pra correr, como a filosofia é para a ciência, e R. sai no intervalo da aula e vai jogar um toneio curto de futebol, 6 equipes, muitas melhores que a sua - seria como vencer a música, complexa, difícil. E R. vence com seus amigos, vestindo celeste, tendo um apelido grafado às suas costas, uma brincadeira sua com a brincadeira dos outros com sua cegueira: "El Mago(o)".
    À noite, R. grunhe de dor, a virilha distendida. Mas sorri com a medalha que dorme ao seu lado. Assim fica fácil descansar no domingo, pensa R., antes de acordar na segunda ou na terça, quantas vezes a bola tenha girado, isso já não era de seu movimento.

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  4. Mas é muito bom esse Charlles.
    Ou seria C.? Ou C.C.?
    Uma pena ele insistir em dizer que não tem pretensão de nada além desse blog quase restrito, em não aspirar o seu lugar legítimo na lista dos grandes escritores com iniciais repetidas. =) Mas não acredito nisso, tudo lorota.
    Endosso o que disse, Luiz. #teamcharlles
    E se ele continuar nessa, e a Cia. continuar preferindo outras galerinhas para publicar (com capas horríveis), junto seus textos e envio para outras editoras sem sua permissão. Quem gosta e estima faz isso hehe.

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  5. Respostas
    1. Soou como uma risada de Dick Vigarista. O que eu quis dizer é que fico muito agradecido pelos quatro comentários.

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  6. A PISTA DE KUBRICK
    by Ramiro Conceição
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    Fundamentalmente, é bom com inocência pensar… Sim, livre dos pré-conceitos e, principalmente, se possível sempre com os pós-conceitos de uma práxis vivida que alimenta, dialeticamente, a teoria vital. Contudo, é complexo quando o objeto de tal análise é o ser….............................humano.
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    As reflexões - de C. - me levaram novamente a um mistério esquecido, lá, nos porões de minha alma: o “2001” de Kubrick. Que fique claro desde já: nunca o compreendi - por completo!; todavia sempre o amei, sem saber exatamente o porquê.
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    Talvez pelo início… Aquela escuridão… Aquela conjunção astronômica… O Sol, a Lua, a Terra num horizonte esculpido, num sólido grego conhecido, por alguma coisa extraordinariamente ainda, entre nós, desconhecida… O paulatino aparecer de cores a decifrar a luz em diferentes tons…: aquelas paisagens primevas, para mim, associadas metaforicamente ao Gênesis (aqui por mera questão cultural; certamente, um aborígene da Tasmânia teria outra sensação…). O aparecimento daquele bando de macacos até que de repente um visualiza o mistério geométrico e percebe que um osso não é um osso, mas a extensão de seus braços e que diante disso é possível quebrar ossos através de um instrumento: um pedaço de osso! Mais que isso, aquele osso, ainda pela maioria de seu bando, desprezível poderia matar animais ao seu sustento, mas mais que isso, poderia conquistar novas geografias, novas fontes de água e, principalmente, seria possível através daquele osso conquistar um espaço à sobrevivência à sua prole, mesmo que fosse necessário, agora, matar algum semelhante, porventura mais forte, porém sem a nova extensão de osso de seus braços; mais ainda, depois do primeiro assassinado, seria possível, quando lhe aprouvesse, se desfazer daquela primeira arma com sangue e, seguramente, obter outra mais possante; portanto, o poder de se desfazer ao bel-prazer de seu instrumento: daí a liberdade de lançá-lo ao vento e ter a certeza que não era mais um daqueles meros macacos… O Corte: aquele osso girando, girando, sob o fundo de Zaratustra: Genial!... O corte: do osso para uma espaçonave…: Genial! Tal sequência, para mim, resumiria o filme: bilhões de anos - num segundo…

    E metaforicamente continua o poema kubrickano, mas agora, ao invés de macacos, higiênicos astronautas gentis e, diplomaticamente, civilizados. Contudo, poder-se-ia dizer que não possuíam qualquer viço evidente de felicidade vital e, portando, em transição, continuavam muito semelhantes àqueles seus selvagens antecessores… De repente, na Lua aparece aquele geométrico mistério sob a luz solar que causa uma vivência sonora insuportável à audição daqueles oriundos de peludos em evolução… Descobre-se que o destino está muito além da Lua… Num corte, aparecem detalhes cotidianos da quase insuportável viagem, mas tão necessária, ao desconhecido… Porém agora o osso mudou: é um colossal computador que, tal qual aquele primeiro instrumento lançado ao vento, pode matar - e mata - semelhantes ao seu criador de alma e osso… Portanto, metaforicamente, ocorre a transformação, o deslocamento, de um instrumento à base de carbono para outro à base de silício: o lançar ao ar, ocorrido há milhões de anos, torna-se um cotidiano, asséptico e corriqueiro desligar da tecnologia que fugiu ao controle… A máquina é desligada… Só que gira num outro tipo de vento: aquele da imaginação… Por isso reaparece o geométrico mistério… Há uma metamorfose… Mas para o quê? Quem? Para onde?
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    Kubrick, com maturidade, não se atreve a dar uma resposta, mas nos deu amorosamente uma pista: cabe a nós o cuidado à gestação do ainda inexistente SER-HUMANO (um complexo substantivo composto).

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  7. O que nos resta depois de tudo conhecido? Talvez o impuro invisível que nos surpreenda diante de um puro que não era percebido quando tudo era desconhecido.
    As florestas e os oceanos, vistos de longe, são puros enquanto desconhecidos... Após conhecidos, a percepção da natureza pura, vista de longe, desaparece diante da visão de um cenário de luta cruel por sobrevivência.
    O mistério no visível, no conhecimento, renova o anseio pela verdade.

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  8. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    1. Anonimo apaguei seu comentario sem querer. Estou digitando do celular. Sem pontos e sem acentos. Amanha em casa vou tentar desfazer o equivoco.

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