domingo, 28 de abril de 2013

Nesta noite de domingo desterrada do infinito


11 comentários:

  1. HUMANA PROFECIA
    by Ramiro Conceição
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    Em tempos terríveis,
    quando a herança é o medo,
    é bom acender uma fogueira
    para que todos se aqueçam;
    assim, talvez,
    poucos bêbados alumiem-se
    com palavras de entusiasmo – e êxtase!
    Porque a vida
    pra alguma coisa celestina se destina.
    Viemos de estrelas, para lá retornaremos.
    Eis a humana profecia: do pó – à poesia!

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  2. Acho muito bonito esse poema, Ramiro. Bom lê-lo novamente, enquanto esperamos q o Charlles resolva suas coisas com a Oi.

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  3. Ramiro Conceição3 de maio de 2013 às 12:50

    Grato, arbo...

    Comecei a ficar procupado com o silêncio do Charlles...(Coloquei até uma música do Paul, que vai visitar o nosso amigo goiano).

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  4. Comecei a ficar preocupado com o silêncio do Charlles... (2)

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  5. Bem, já que o Charlles anda quieto, então..
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    MINHOCAS NÃO FAZEM TEMPLOS
    by Ramiro Conceição
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    O que escreverei, já sei, é um contra senso. Mas… qualquer religião não pode ser nada além ou aquém de um simples hífen entre o terrestre e o celeste. Só isso, e nada mais. Porém, nem todos os hífens compreendem isso, só os verdadeiros, tal qual diria aquele dos “bonitinhos, mas ordinários”.
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    Toda fé é justa, e injusta, pois justo e injusto foi, é e será quem crê. Quer dizer, não se pode encontrar verdadeiras respostas morais, ou éticas, sobre a energia nuclear, por exemplo, em qualquer dos textos sinóticos: isso seria uma abominação intelectual; quer queiram ou não esses, que sempre estiveram, estão e estarão de plantão diante de qualquer tragédia: esses gigolôs de todos os matizes; esses cava-tocas abomináveis de suas dinastias…
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    Ah, ainda bem que as minhocas sadias não fazem templos, mas túneis-tocas inacabados à vida. As minhocas não são ateias, senão teria de admitir que algumas poderiam ser crentes, pois há sempre a probabilidade diminuta das exceções.
    Por que estou a escrever tais, aparentes, disparates? Ora, porque existe uma parte do Movimento Gay que está a exigir uma justificação teológica à sua existência. Até compreendo…
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    Mas, a meu juízo, tal atitude é um contra senso. Por ser um cientista, um heterossexual, a existência do amor sem limites entre homens ou entre mulheres, para mim, é a prova suficiente à construção de tais DIREITOS HUMANOS. Por que querer uma prova científica contundente, irrefutável, da existência de tal diferença associada à sexualidade humana? Ora, não existem mais, no campo do ser humano, respostas exatas dissociadas da sociologia. Vou mais longe: não existem respostas exatas pra nada!! E aqui não se trata de relativismo, simplesmente, não existem mesmo… Pronto! (Matemáticos fecundos parecem que estão a provar que existem equações sem solução!!). E elas são, justamente, as que mais interessam…
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    Ora, por que batalhar casamentos gays sacramentados, por exemplo, pela Igreja Católica? Tal instituição se mantém capengando sobre dogmas esdrúxulos! Nem que Jesus Cristo volte à Terra, tais casamentos sacramentados serão aceitos… Aliás, se Jesus voltar, abominará tal instituição, repleta de assassinos e de pedófilos…
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    Só para não parecer que tudo aqui é uma questão de estilo, sem entrar em pormenores malignos da Idade Média: recentemente, mais precisamente na década de 20, do XX, o Estado do Vaticano se tornou efetivamente possível por meio de um acordo entre o escroto Papa de plantão e Benedito Mussolini…
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    Será que é necessário dizer mais alguma coisa? [“A infalibilidade papal é o dogma da teologia católica, a que afirma que o Papa em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define (clarifica) solenemente algo em matéria de fé ou moral (os costumes), ex cathedra, está sempre correcto”].
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    Por favor, inaugurem urgentemente uma nova Igreja sincera. (La nave va…).

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    Respostas
    1. MOQUECA
      by Ramiro Conceição
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      Não sou vermelho, branco, preto ou amarelo.
      Muito menos mulçumano, judeu ou cristão.
      Não cuspo no chão. Santo? Não sou não!
      Sim, tenho o estranho hábito de enterrar
      e desenterrar os ossos do nosso desatino
      e, com carinho, planto girassóis no quintal.
      Sim, sou um cachorrinho,
      um quase canibal, um misto de coveiro,
      jardineiro e cozinheiro que faz uma moqueca
      de estrelas aos convidados – à mesa triunfal.

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    2. AQUELES DOIS
      by Ramiro Conceição
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      Eram dois aqueles moços.
      Um, moreno, era charmoso.
      Meigo, era o outro, o louro.
      Exótica harmonia…
      Um, de pele negra, era Raul.
      O outro, de olhar azul, Saul.
      Daquela vez
      se decifraram
      aqueles moços:

      Raul, do Norte;
      do Sul… Saul.

      Que sorte!

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    3. PECADO DE SODOMA
      by Ramiro Conceição
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      Você
      negou-me acolhida - tal qual a um estranho
      que chegasse a sua casa e pedisse comida.
      Mas eu não era um estrangeiro; e, se o fora,
      você
      devia olhar-me porque quem sabe um bem
      bem-vindo eu fosse; porém, como sempre,
      atrasado cheguei qual chegam as estrelas.
      E você, feito sempre,
      deixou-me ao relento;
      trancou a porta; e foi dormir
      em seu seguro… aposento.

      Eis o pecado - daqueles seres de Sodoma:
      negar acolhida a quem trazia luz à Moradia.

      Então como cantarei às coisas claras,
      qual cigarra, se você não me guitarra?!


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    4. DOR QUE MÓI
      by Ramiro Conceição
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      Se escondeu
      o que não se devia
      Se feriu… dia a dia.
      Foi aos poucos
      que tampouco
      a delicadeza restou:
      só a indiferença  que fere
      pois não interfere  ficou.

      Agora o que fazer com o amor, bordado à chama,
      que do lado desocupado da cama à noite clama?

      O fim… é desvencilhar-se
      da dor que mói não se sabe onde,
      que zumbe… parecendo pouco,
      mas que ensurdece e deixa louco.
      É um batuque a bater… no centro,
      um triste-alegre ao mesmo tempo.

      Nunca mais
      a menina,
      o menino.

      Nunca mais
      aquelas cores,
      aquelas palavras.

      Nunca mais
      aquelas flores,
      aquela estrada.

      Nunca mais.

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    5. OLHAR ATEU
      by Ramiro Conceição
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      Dentre os passos meus, naquela manhã vi deus
      no olhar ateu de um cachorrinho… que passava.
      Aquele deus não era tribal nem um assassino - de gays;
      não tinha escravos, terras ou altares justificados por leis;
      abominava políticos, padres, freiras, pastores e dízimos;
      não era uma lua mística, mas um sublime sol – objetivo;
      era um olhar enamorado que, agora, tento dar um nome,
      mas aquele deus não tinha nome; era qualquer homem
      ou mulher; era a luz d’estrelas num vagar dum vaga-lume;
      era um perfume a dizer-me: nem ouro que reluz é tudo.

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    6. MODA
      by Ramiro Conceição
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      TODAMODAÉBOSTA
      BOSTATODAMODAÉ
      ÉMODATODABOSTA
      MODATODABOSTAÉ
      TODABOSTAÉMODA
      TODAMODABOSTAÉ
      ÉMODABOSTATODA
      TODABOSTAMODAÉ
      ÉTODABOSTAMODA
      BOSTAMODATODAÉ
      ÉBOSTATODAMODA
      MODABOSTATODAÉ







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