HUMANA PROFECIA by Ramiro Conceição . . Em tempos terríveis, quando a herança é o medo, é bom acender uma fogueira para que todos se aqueçam; assim, talvez, poucos bêbados alumiem-se com palavras de entusiasmo – e êxtase! Porque a vida pra alguma coisa celestina se destina. Viemos de estrelas, para lá retornaremos. Eis a humana profecia: do pó – à poesia!
MINHOCAS NÃO FAZEM TEMPLOS by Ramiro Conceição . . O que escreverei, já sei, é um contra senso. Mas… qualquer religião não pode ser nada além ou aquém de um simples hífen entre o terrestre e o celeste. Só isso, e nada mais. Porém, nem todos os hífens compreendem isso, só os verdadeiros, tal qual diria aquele dos “bonitinhos, mas ordinários”. . Toda fé é justa, e injusta, pois justo e injusto foi, é e será quem crê. Quer dizer, não se pode encontrar verdadeiras respostas morais, ou éticas, sobre a energia nuclear, por exemplo, em qualquer dos textos sinóticos: isso seria uma abominação intelectual; quer queiram ou não esses, que sempre estiveram, estão e estarão de plantão diante de qualquer tragédia: esses gigolôs de todos os matizes; esses cava-tocas abomináveis de suas dinastias… . Ah, ainda bem que as minhocas sadias não fazem templos, mas túneis-tocas inacabados à vida. As minhocas não são ateias, senão teria de admitir que algumas poderiam ser crentes, pois há sempre a probabilidade diminuta das exceções. Por que estou a escrever tais, aparentes, disparates? Ora, porque existe uma parte do Movimento Gay que está a exigir uma justificação teológica à sua existência. Até compreendo… . Mas, a meu juízo, tal atitude é um contra senso. Por ser um cientista, um heterossexual, a existência do amor sem limites entre homens ou entre mulheres, para mim, é a prova suficiente à construção de tais DIREITOS HUMANOS. Por que querer uma prova científica contundente, irrefutável, da existência de tal diferença associada à sexualidade humana? Ora, não existem mais, no campo do ser humano, respostas exatas dissociadas da sociologia. Vou mais longe: não existem respostas exatas pra nada!! E aqui não se trata de relativismo, simplesmente, não existem mesmo… Pronto! (Matemáticos fecundos parecem que estão a provar que existem equações sem solução!!). E elas são, justamente, as que mais interessam… . Ora, por que batalhar casamentos gays sacramentados, por exemplo, pela Igreja Católica? Tal instituição se mantém capengando sobre dogmas esdrúxulos! Nem que Jesus Cristo volte à Terra, tais casamentos sacramentados serão aceitos… Aliás, se Jesus voltar, abominará tal instituição, repleta de assassinos e de pedófilos… . Só para não parecer que tudo aqui é uma questão de estilo, sem entrar em pormenores malignos da Idade Média: recentemente, mais precisamente na década de 20, do XX, o Estado do Vaticano se tornou efetivamente possível por meio de um acordo entre o escroto Papa de plantão e Benedito Mussolini… . Será que é necessário dizer mais alguma coisa? [“A infalibilidade papal é o dogma da teologia católica, a que afirma que o Papa em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define (clarifica) solenemente algo em matéria de fé ou moral (os costumes), ex cathedra, está sempre correcto”]. . Por favor, inaugurem urgentemente uma nova Igreja sincera. (La nave va…).
MOQUECA by Ramiro Conceição . . Não sou vermelho, branco, preto ou amarelo. Muito menos mulçumano, judeu ou cristão. Não cuspo no chão. Santo? Não sou não! Sim, tenho o estranho hábito de enterrar e desenterrar os ossos do nosso desatino e, com carinho, planto girassóis no quintal. Sim, sou um cachorrinho, um quase canibal, um misto de coveiro, jardineiro e cozinheiro que faz uma moqueca de estrelas aos convidados – à mesa triunfal.
AQUELES DOIS by Ramiro Conceição . . Eram dois aqueles moços. Um, moreno, era charmoso. Meigo, era o outro, o louro. Exótica harmonia… Um, de pele negra, era Raul. O outro, de olhar azul, Saul. Daquela vez se decifraram aqueles moços:
PECADO DE SODOMA by Ramiro Conceição . . Você negou-me acolhida - tal qual a um estranho que chegasse a sua casa e pedisse comida. Mas eu não era um estrangeiro; e, se o fora, você devia olhar-me porque quem sabe um bem bem-vindo eu fosse; porém, como sempre, atrasado cheguei qual chegam as estrelas. E você, feito sempre, deixou-me ao relento; trancou a porta; e foi dormir em seu seguro… aposento.
Eis o pecado - daqueles seres de Sodoma: negar acolhida a quem trazia luz à Moradia.
Então como cantarei às coisas claras, qual cigarra, se você não me guitarra?!
DOR QUE MÓI by Ramiro Conceição . . Se escondeu o que não se devia Se feriu… dia a dia. Foi aos poucos que tampouco a delicadeza restou: só a indiferença que fere pois não interfere ficou.
Agora o que fazer com o amor, bordado à chama, que do lado desocupado da cama à noite clama?
O fim… é desvencilhar-se da dor que mói não se sabe onde, que zumbe… parecendo pouco, mas que ensurdece e deixa louco. É um batuque a bater… no centro, um triste-alegre ao mesmo tempo.
OLHAR ATEU by Ramiro Conceição . . Dentre os passos meus, naquela manhã vi deus no olhar ateu de um cachorrinho… que passava. Aquele deus não era tribal nem um assassino - de gays; não tinha escravos, terras ou altares justificados por leis; abominava políticos, padres, freiras, pastores e dízimos; não era uma lua mística, mas um sublime sol – objetivo; era um olhar enamorado que, agora, tento dar um nome, mas aquele deus não tinha nome; era qualquer homem ou mulher; era a luz d’estrelas num vagar dum vaga-lume; era um perfume a dizer-me: nem ouro que reluz é tudo.
HUMANA PROFECIA
ResponderExcluirby Ramiro Conceição
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Em tempos terríveis,
quando a herança é o medo,
é bom acender uma fogueira
para que todos se aqueçam;
assim, talvez,
poucos bêbados alumiem-se
com palavras de entusiasmo – e êxtase!
Porque a vida
pra alguma coisa celestina se destina.
Viemos de estrelas, para lá retornaremos.
Eis a humana profecia: do pó – à poesia!
Acho muito bonito esse poema, Ramiro. Bom lê-lo novamente, enquanto esperamos q o Charlles resolva suas coisas com a Oi.
ResponderExcluirGrato, arbo...
ResponderExcluirComecei a ficar procupado com o silêncio do Charlles...(Coloquei até uma música do Paul, que vai visitar o nosso amigo goiano).
Comecei a ficar preocupado com o silêncio do Charlles... (2)
ResponderExcluirBem, já que o Charlles anda quieto, então..
ResponderExcluir.
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MINHOCAS NÃO FAZEM TEMPLOS
by Ramiro Conceição
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O que escreverei, já sei, é um contra senso. Mas… qualquer religião não pode ser nada além ou aquém de um simples hífen entre o terrestre e o celeste. Só isso, e nada mais. Porém, nem todos os hífens compreendem isso, só os verdadeiros, tal qual diria aquele dos “bonitinhos, mas ordinários”.
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Toda fé é justa, e injusta, pois justo e injusto foi, é e será quem crê. Quer dizer, não se pode encontrar verdadeiras respostas morais, ou éticas, sobre a energia nuclear, por exemplo, em qualquer dos textos sinóticos: isso seria uma abominação intelectual; quer queiram ou não esses, que sempre estiveram, estão e estarão de plantão diante de qualquer tragédia: esses gigolôs de todos os matizes; esses cava-tocas abomináveis de suas dinastias…
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Ah, ainda bem que as minhocas sadias não fazem templos, mas túneis-tocas inacabados à vida. As minhocas não são ateias, senão teria de admitir que algumas poderiam ser crentes, pois há sempre a probabilidade diminuta das exceções.
Por que estou a escrever tais, aparentes, disparates? Ora, porque existe uma parte do Movimento Gay que está a exigir uma justificação teológica à sua existência. Até compreendo…
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Mas, a meu juízo, tal atitude é um contra senso. Por ser um cientista, um heterossexual, a existência do amor sem limites entre homens ou entre mulheres, para mim, é a prova suficiente à construção de tais DIREITOS HUMANOS. Por que querer uma prova científica contundente, irrefutável, da existência de tal diferença associada à sexualidade humana? Ora, não existem mais, no campo do ser humano, respostas exatas dissociadas da sociologia. Vou mais longe: não existem respostas exatas pra nada!! E aqui não se trata de relativismo, simplesmente, não existem mesmo… Pronto! (Matemáticos fecundos parecem que estão a provar que existem equações sem solução!!). E elas são, justamente, as que mais interessam…
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Ora, por que batalhar casamentos gays sacramentados, por exemplo, pela Igreja Católica? Tal instituição se mantém capengando sobre dogmas esdrúxulos! Nem que Jesus Cristo volte à Terra, tais casamentos sacramentados serão aceitos… Aliás, se Jesus voltar, abominará tal instituição, repleta de assassinos e de pedófilos…
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Só para não parecer que tudo aqui é uma questão de estilo, sem entrar em pormenores malignos da Idade Média: recentemente, mais precisamente na década de 20, do XX, o Estado do Vaticano se tornou efetivamente possível por meio de um acordo entre o escroto Papa de plantão e Benedito Mussolini…
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Será que é necessário dizer mais alguma coisa? [“A infalibilidade papal é o dogma da teologia católica, a que afirma que o Papa em comunhão com o Sagrado Magistério, quando delibera e define (clarifica) solenemente algo em matéria de fé ou moral (os costumes), ex cathedra, está sempre correcto”].
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Por favor, inaugurem urgentemente uma nova Igreja sincera. (La nave va…).
MOQUECA
Excluirby Ramiro Conceição
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Não sou vermelho, branco, preto ou amarelo.
Muito menos mulçumano, judeu ou cristão.
Não cuspo no chão. Santo? Não sou não!
Sim, tenho o estranho hábito de enterrar
e desenterrar os ossos do nosso desatino
e, com carinho, planto girassóis no quintal.
Sim, sou um cachorrinho,
um quase canibal, um misto de coveiro,
jardineiro e cozinheiro que faz uma moqueca
de estrelas aos convidados – à mesa triunfal.
AQUELES DOIS
Excluirby Ramiro Conceição
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Eram dois aqueles moços.
Um, moreno, era charmoso.
Meigo, era o outro, o louro.
Exótica harmonia…
Um, de pele negra, era Raul.
O outro, de olhar azul, Saul.
Daquela vez
se decifraram
aqueles moços:
Raul, do Norte;
do Sul… Saul.
Que sorte!
PECADO DE SODOMA
Excluirby Ramiro Conceição
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Você
negou-me acolhida - tal qual a um estranho
que chegasse a sua casa e pedisse comida.
Mas eu não era um estrangeiro; e, se o fora,
você
devia olhar-me porque quem sabe um bem
bem-vindo eu fosse; porém, como sempre,
atrasado cheguei qual chegam as estrelas.
E você, feito sempre,
deixou-me ao relento;
trancou a porta; e foi dormir
em seu seguro… aposento.
Eis o pecado - daqueles seres de Sodoma:
negar acolhida a quem trazia luz à Moradia.
Então como cantarei às coisas claras,
qual cigarra, se você não me guitarra?!
DOR QUE MÓI
Excluirby Ramiro Conceição
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Se escondeu
o que não se devia
Se feriu… dia a dia.
Foi aos poucos
que tampouco
a delicadeza restou:
só a indiferença que fere
pois não interfere ficou.
Agora o que fazer com o amor, bordado à chama,
que do lado desocupado da cama à noite clama?
O fim… é desvencilhar-se
da dor que mói não se sabe onde,
que zumbe… parecendo pouco,
mas que ensurdece e deixa louco.
É um batuque a bater… no centro,
um triste-alegre ao mesmo tempo.
Nunca mais
a menina,
o menino.
Nunca mais
aquelas cores,
aquelas palavras.
Nunca mais
aquelas flores,
aquela estrada.
Nunca mais.
OLHAR ATEU
Excluirby Ramiro Conceição
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Dentre os passos meus, naquela manhã vi deus
no olhar ateu de um cachorrinho… que passava.
Aquele deus não era tribal nem um assassino - de gays;
não tinha escravos, terras ou altares justificados por leis;
abominava políticos, padres, freiras, pastores e dízimos;
não era uma lua mística, mas um sublime sol – objetivo;
era um olhar enamorado que, agora, tento dar um nome,
mas aquele deus não tinha nome; era qualquer homem
ou mulher; era a luz d’estrelas num vagar dum vaga-lume;
era um perfume a dizer-me: nem ouro que reluz é tudo.
MODA
Excluirby Ramiro Conceição
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TODAMODAÉBOSTA
BOSTATODAMODAÉ
ÉMODATODABOSTA
MODATODABOSTAÉ
TODABOSTAÉMODA
TODAMODABOSTAÉ
ÉMODABOSTATODA
TODABOSTAMODAÉ
ÉTODABOSTAMODA
BOSTAMODATODAÉ
ÉBOSTATODAMODA
MODABOSTATODAÉ