11- Obra ensaística de Jorge Luis Borges:
Creio que juntados todos os títulos ensaísticos de Borges daria para preencher um livro de 900 páginas. Tenho a maior parte desses ensaios pela coleção das Obras Completas lançado pela editora Globo (que todos sabem não serem as obras completas realmente), e não sei se alguma editora no mundo já teve a ideia de compilar separadamente essas peças. Os escritos sobre literatura, os deliciosos prólogos, as palestras sobre a cegueira, o livro, a imortalidade, o conto policial e Emanuel Swedenborg, são presenças constantes na minha vida, de maneiras que eu releio-os com muito mais frequência do que releio os contos de Borges. Cada uma dessas páginas é um desfrute e uma abundância e um recolhimento, e uma muitas vezes insuspeita, para o leitor que só conhece os contos, intimidade com Borges. Vejo muitos autores ou articulistas cometendo o erro de escreverem sobre um Borges sisudo e com gosto hermeticamente aristocrático, e percebo que estes ou leram demasiadamente mal o argentino, ou se deixaram levar, em suas poucas aproximações ao autor de O Aleph, pelo senso comum que assimila grandes escritores a esfinges indevassáveis. É o caso de Joca Terron, em um texto postado no site da Companhia das Letras, que coloca Borges como uma criança confinada na biblioteca inglesa de seu pai, uma criancinha pontificada por leituras de Schopenhauer e os cabalistas judaicos. Nada mais na contra-mão ao que Borges era. O Borges ensaísta é um apaixonado por literatura pulp-fiction, um místico platônico, e um inovador genial que criou um humor único para falar numa ultra-concisão de um por um dos inumeráveis livros em sua biblioteca. Tenho maravilhosos tons borgeanos desses textos em minha viva lembrança, como associar as noites de frio àquela noite em que passei lendo Borges falar de Auguste Dupin, o detetive de Poe, andando por uma Paris transformada em uma Londres enevoada e soturna. São tão bons esses textos quanto as fantasias milenares das Mil e uma noites. (Agora vendo, o volume 4 das Obras Completas é só de ensaios.)
12- Danúbio, de Claudio Magris:
Outra obra da qual já comentei muito por aqui. Não há como definir esse livro. É uma imersão intensa e uma experiência sem igual em uma alta literatura, um livro carregado de ternura, estoicismo, sabedoria, poesia, humanismo, com variadas levas de insights sublimes sobre vida de escritores médio-europeus_ o capítulo sobre o sanatório em que Kafka passou seus últimos dias de vida é de arrepiar. Magris escreve com a sonoridade de Borges, aprendido a dizer muitas coisas em pouco espaço, e com a percuciência dos escritores clássicos da primeira metade do século XX _ às vezes soa como Andre Malraux e como Thomas Mann. Muitas vezes o texto toca tão fundo, que me vi limpando uma lágrima do rosto. Tive muitas horas de felicidade com esse livro: ele conseguiu me abstrair do mundo e me fazer crer que poderia refugiar em definitivo dentro dele.
13- Longe, e há muito tempo, de W. H. Hudson:
A Cia das Letras, que se aventura com certa ousadia em vários projetos inusitados de publicações (para nossa alegria), poderia lançar uma coleção de grandes livros esquecidos, de bolso, com capa escura de cartolina que se pudesse ver de longe nos fundos da livraria: uma coleção Olvido, ou Olvidados, ou Vozes Mortas, algo assim que o publicitário competente poderia melhorar. Um dos títulos dessa hipotética coleção poderia, com certeza, ser este. Trata-se das memórias da infância e da juventude de William Henry Hudson, escritor nascido argentino mas erradicado na Inglaterra. Conheci este livro através da lista dos melhores livros do leitor Ernest Hemingway (uma lista que vale a pena ler cada item), e tive a sorte milagrosa de encontrá-lo há vinte anos em um sebo, em uma inacreditável edição brasileira. Li-o embevecido, assustado diante algo tão bom. O livro fala da época feliz em que o menino Hudson viveu nas estâncias argentinas, em companhia de gaúchos bravos mas ternos. Tem descrições de pessoas e paisagens que são de matar: como a da vez em que o garoto Hudson encontra um escravo torturado amarrado dentro do celeiro de seu avô; a do mendigo em trapos que ano em ano passa pela estância, altivamente pedindo comida. É um livro que traz um solo de violoncelo belíssimo, e deve ser lido à meia luz confortável, sabendo que a vida é uma aventura. Um livro crivado de uma saudade tão persistente quanto a traça que perfurou da primeira à última página de meu exemplar de capa dura.
14- Rumo à Estação Finlândia, de Edmund Wilson:
Este livro fala de uma Távola Redonda: a irmandade utópica de revolucionários combatentes de uma época ingênua em que eles lutavam por um mundo melhor, por melhores qualidades de vida, pelo fim da opressão, e pela ascensão espiritual e material da humanidade. É um belíssimo livro, escrito pelo grande escritor que é Wilson, e traz tudo que se deve saber sobre as grandes ideias libertárias da esquerda, antes que a esquerda fosse prostituída pelos políticos, partidos e teóricos acadêmicos.
15- Bilhões e bilhões, de Carl Sagan:
Este livro mostra o quanto estamos na infância do pensamento. Eu fico observando minha filha "ler", folheando os livros e recontando na linguagem de 3 anos dela o que eu e sua mãe lhe contamos das historinhas, e me vem o pensamento de também eu ser observado em minhas leituras por algum ser posicionado bem avante na escala da compreensão, assim como eu estou à frente da compreensão de uma criança de 3 anos. Escrito com o respeito de Sagan pelo mistério, desse ateu convicto mais religioso entre os cientistas divulgadores da ciência.
16- Olhos de madeira, de Carlo Ginzburg:
Um de meus teóricos da História preferidos, em seu melhor livro. Aqui, um estudo sobre a forma como a distância, a geografia e o estranhamento cultural e étnico definem os preconceitos, as incompreensões e os ódios humanos. Imprescindível.
17- Pós-guerra, de Tony Judt:
Há uma resenha dele por aí no blog.
18- Sobre História, de Eric Hobsbawn:
Ensaios sobre humanismo, marxismo, a visão ideal da História como disciplina secular de entendimento do mundo e elemento minorizador de exclusões. Meu exemplar está ilegível com tantos sublinhamentos e escritos às margens.
19- Homens em tempos sombrios, de Hannah Arendt:
Retratos impagáveis feitos pela Arendt de Kafka, Brecht, e muita gente boa ou não tão boa assim. Como sempre em se tratando da Arendt, o resultado transcende o propósito. Um livro magnífico.
20- A consciência das palavras, de Elias Canetti:
Só um dos ensaios, de mais de cem páginas, inserido neste volume com o título "Cartas de Kafka a Felice Bauer" já torna esta obra monumental. Trata-se de um dos textos mais brilhantes de Canetti, e um dos dois maiores estudos sobre Kafka _ o outro é de Benjamin, e está na lista anterior. Mas esta preciosidade de livro tem muitos outros tesouros sobre literatura e sobre a seriedade como o autor usava a palavra.
Pensei que Montaigne ia entrar.
ResponderExcluirTaí, não me lembrei mesmo de Montaigne. Já o li muito e assimilei-o de uma tal maneira que ficou em uma dessas grandes importâncias inapercebidas.
ExcluirTalvez essa lista obedeça ao que mais está me chamando a atenção nessa altura da minha vida. Nisso, ela é fiel.
Puxa, pelo menos unzinho da lista eu li: o do Carl Sagan é realmente ótimo! Também gostei muito do "Contato", que eu acho que é a única ficção que ele escreveu (virou filme). Aliás, ontem mesmo eu retirei da estante os DVDs da série Cosmos para rever, coisa que pretendo fazer ao longo dessa semana.
ResponderExcluirNão li o Contato. Rola um certo preconceito incômodo que tenho quando um grande escritor de um gênero se aventura na ficção. Li muito de Bertrand Russel (inclusive sua coleção da História da Filosofia, que é resumida e tem lá seus deméritos, mas é bastante satisfatória), e gosto dele, mas quando me dispus a ler a ficção que ele cometeu, "Satan in the suburbs", a coisa não me pareceu tão boa.
ExcluirGostei muito de O mundo assombrado por demônios, do Sagan.
Cosmos é um dos fetiches da minha infância. Nossa, como eu desejava o livrão inacessível de caro que eu via na livraria. Era tão inacessível que por algum motivo nunca o comprei. E a trilha sonora, que beleza! Tenho o cd da compilação da trilha sonora e o download do Heaven & Hell, do Vangelis, do qual é extraída aquela música belíssima da abertura.
Não sabia desse livro de ficção do Russell. Esse outro do Sagan eu tenho aqui mas não li ainda, assim como o "O Romance da Ciência". Esses livros todos vieram da biblioteca do meu avô, que lia basicamente sobre ciência, religião, esperanto e alquimia [risos]. Charlles, eu tenho aqui um PDF do Cosmos, em inglês... Sei que você não lê dessa forma, mas se quiser que eu te mande para você apenas passar os olhos e, quem sabe, reativar o apetite pelo livro, é só avisar. Se eu nunca tiver a oportunidade de ter o livro na estante, acho que vou acabar tentando ler o PDF mesmo...
ExcluirClaro! Pode mandar.
ExcluirFoi, junto com dois bônus. Peguei seu e-mail ali na coluna do lado. Se não chegar, avise!
ExcluirO Olhos de madeira, do Ginzburg, é dificílimo de se achar. E nota-se o por que de tua predileção pela editora: teus favoritos vieram dela. :)
ResponderExcluirNão tem jeito, né? A Cia é algo de assustador. Me lembrei nesta semana de um papo que nós dois tivemos, em que você disse que tudo na Cosac é 80 reais, e que você queria comprar um Faulkner deles mas sempre se batia com esse absurdo dos 80 reais (algo assim, [risos]). Pois bem, eu comprei o Vozes de Marrakesh, do Canetti, da editora, por um preço que não me recordo mas que me pareceu descompassado; mas pensei que valia a pena pelo trabalho de editoração, a capa dura com sobrecapa, que é uma das marcas da empresa. E me chega um livro bastante simples, de capa mole, bonito sim, mas não-condizente com o valor de mercado. Mas a Cosac é também idônea em seu amor aos livros: p. ex., eles são limitadíssimos quanto a e-books, e fazem livros artesanalmente. Já a Cia faz livros fundamentais por preços bem acessíveis, proporcionalmente bem populares.
ExcluirÉ vero. Luz em Agosto, que ainda não li (próximo da lista finalmente), só comprei quando entrou em promoção, de 79 por 39 e frete grátis. Tudo com eles é mais caro e parece mais ESTILOSO (Guerra e Paz, Ressurreição e Anna Karienina são os melhores exemplos disso, chegando ao nível da pornografia estética com o primeiro). Já Som e a Fúria (só lerei dps do LeA e Abs, Abs) da edição portátil - que não cabe em bolso algum, mesmo problema da Cia. - veio com capinha mole, mas bem cuidado, charmosinho. E pelo preço cobrado, 13 reais (promoção again), foi baita negócio.
ExcluirA verdade é que só compro livro em promoções (pobre), o que me deixa puto, pois editoras menores tem livros interessantíssimos por preços maiores e não fazem promoção nunca, pois senão quebrarão...É Realizações, por exemplo.
Sou doido pra ler Hudson. Uma vez estive numa livraria especializada em edições raras, e um Far Away and Long Ago estava mais caro que uma terceira edição do Descent of Man, de Darwin. Perguntei o motivo, e me disseram que o povo amava o livro. A procura era enorme.
ResponderExcluirMinha lista de não-ficção, sem os livros de ensaios.
Os Sertões - Euclides da Cunha
A Lebre com Olhos de Âmbar - Edmund de Waal
Na Patagônia - Bruce Chatwin
O Jornalista e o Assassino - Janet Malcolm
Uma Breve História de Quase Tudo - Bill Bryson
Seis Passeios pelos Bosques da Ficção - Umberto Eco
O Elogio da Loucura - Erasmo
Fun Home- Alison Bechdel
História da Arte - Gombrich (ainda não terminei, mas já entra)
10-
Tem um monte dele aqui, a preços baratíssimos:
Excluirhttp://www.estantevirtual.com.br/q/longe-e-ha-muito-tempo
Gostei muito do Bill Bryson, e do Erasmo de Rotterdam.
Pra mim que tinha uma edição da Círculo do Livro. Mês que vem talvez eu compre o Hudson.
ExcluirVocê devia dar uma olhada em Fun Home, uma das melhores HQs que já vi.
Matheus, os textos de Olavo mencionados por Gurgel em seu blog são fundamentais. Esse é outro em minha lista.
Poxa, Paulo, não imaginava que também estavas atrás do livro do Olavo. Esse foi um grande empurrão do Gurgel para a compra:
Excluir"E se você, leitor deste blog, sente-se de alguma forma desconfortável na universidade ou no colégio; se a cada fala do professor uma luz incômoda acende em seu cérebro, sem que você consiga descobrir o motivo do seu mal-estar; ou se, depois de perceber seu desacordo em relação ao que lhe ensinaram, você ainda não alcançou clareza suficiente para compreender onde está o erro, onde está a mentira; se as lições diante das quais todos dizem “amém” já não lhe servem; em qualquer destes casos, comece o livro pela última seção, “Estudo”, e perceberá que o naufrágio da cultura nacional não é uma cena épica de Joseph Conrad, com um navio majestoso afundando depois de servir aos mais nobres ideais, mas triste, trágica decadência – à qual, entretanto, não estamos condenados."
Garanto que não foi somente comigo com quem esse parágrafo mexeu. É digno de nota a quantidade de jovens (até 30?) indo atrás do livro, talvez seja até a maioria, o que é demais e, por que não?, esperançoso.
Vou esperar um pouco, porque estes dias comprei muitos livros novos. Eu não sabia desta grande procura dos jovens pelo Olavo, mas já suspeitava. A clareza aumenta seu público. Conheço leitores de best-sellers que, após conhecê-lo, passaram a ver a literatura clássica como algo acessível, divertido e que podia enriquecer suas vidas.
ExcluirA esperança de uns é o pesadelo de outros. Olha que texto agradável e contundente:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/030703jt.htm
Já começou a ler o seu?
A clareza dele ao falar de assuntos mais densos lembra muito o de Mises explicando a outrora muito confusa economia. Coincidentemente, tenho amigos que, depois de mudarem de suas opiniões acerca de sistemas econômicos graças ao austríaco, começaram a ler Olavo (mais ao que ele remete, obviamente) e estão mudando suas concepções sobre cultura também.
ExcluirEsse texto dele é curto, porém é preciso e essencial, afinal quem é que falava sobre o descaso literário nacional assim na mídia? Todos amiguinhos nos cadernos culturais, só tem gênio concorrendo ao Jabuti. Não por acaso limaram ele (por outros motivos, também...)
Que não descansem durante a madrugada, com medo do alvorecer.
Ainda não comecei. Tenho uns livros e textos na sua frente, mais urgentes por motivos de avaliações e seminários.
Fazes algum curso online do velho?
Ah, como é bom chegar em casa e receber o livro aguardado, com o fetiche de uma edição caprichada, de uma capa chamativa, provocante, feita de um material especial, junto de uma lombada explícita e de uma organização precisa dos conteúdos. Morrendo de vontade de devorar "O mínimo que você precisa saber para não ser idiota". Já compraste o teu Charlles? Arbo? Luiz? :) (Espero que nenhuma notícia ruim tenha chegado através do exame!)
ResponderExcluirFiquei curioso.
ExcluirSobre a Cosac, hoje inicia 48 horas de 60% de desconto de 400 títulos dessa editora.
O link direto: http://editora.cosacnaify.com.br/blog/?p=14785. Tem um do Elias Canetti e alguns do Faulkner, para destacar só os nomes recorrentes aqui no blog.
ExcluirOpa! Curioso? Que bom. Usarei uma tática gramsciana de dominação do blog até comprares hahaha Uns teasers:
ExcluirUm deles pode ser teu!
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Será um destaque na estante.
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https://sphotos-b-ord.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/p480x480/1095004_454082021357677_1957529828_n.jpg
Uma Garota Direita
http://2.bp.blogspot.com/-_HjimBp1uiQ/Ug-7IkHJsoI/AAAAAAAAAqc/CRdyX3Edf_c/s640/livro.png
"Pelo bem das criancinhas e da educação brasileira, ninguém aqui nessa escola quer ainda saber de Piaget ou Paulo Freire depois que conheceu a obra do Prof. Olavo de Carvalho."
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Dirceu ficou assustado.
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Marx não é (mais) um idiota.
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O Che também está lendo.
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Já tomaste teu remédio hoje?
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Agora vou embora, antes que me chutem daqui por propaganda fascista de ódio às minorias.
Querido Charlles,
ResponderExcluirdiante da sua descomunal PROVA DE AMOR a todos nós, deixo como agradecimento, a reflexão final do “Jardim dos Castanhos”…
DICIONÁRIO DESCONHECIDO
by Ramiro Conceição
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Para onde foi aquilo, aquele, aquela, eles, elas, estas, estes elos: o oeste, o leste, o norte, o sul que pareciam tão próximos? Por que tudo parece distante justamente quando o perto parecia tão certo? Por que tem de ser assim para quem cria, crias? Por que o silêncio é necessário para conceber um barulho estranho?
Disse o poeta - das Elegias - que quando tal acontece devemos estar em júbilo, mesmo diante da maior dor, pois tal acontecimento é a prova fundamental de que o vital não nos abandonou… Disse ainda que “todo anjo é terrível” porque nos ilumina, nos denuncia, nos anuncia e, principalmente, nos desnuda - no rio da vida a pequenez. Portanto, dessa maneira, então, os nossos demônios devem ser a prova da nossa potencial grandeza… Vai saber!… Quem efetivamente sabe dessas coisas?
Dizem os livros antigos que somos políticos, que necessitamos do outro, de muitos outros, pois no fundo somos seres inacabados… E tal convivência só pode ocorrer sob algo de nome democracia – este mar confuso onde os barcos têm o direito de navegar sob a lua da liberdade de expressão e sob o sol de cada destino. Todavia, ultimamente, diante desta coisificação global, tudo está a virar um mórbido cotidiano entretenimento - entre países ricos e pobres.
Então, o que é liberdade? O que é se expressar? Qual é o destino? Há alma? Há espírito? Ou, somente reações químicas ao acaso que geraram um produto físico-químico denominado ser………………………….humano?
Se tudo é uma viagem efêmera, sem saber se há volta, sem saber se há continuidade, então, por que não construirmos amorosamente, aqui - enquanto há uma dádiva do tempo avesso à morte - a ponte ao belo transitório?
Mais que isso: por que não sermos a própria ponte, um hífen ao complexo substantivo composto inexistente - o SER-HUMANO? Por que não, a partir daí, escrevermos juntos, com o passado e com o presente, um futuro, um inacabado dicionário desconhecido?
Sensacional encontrar esse seu blog. Cheguei aqui por meio de outro blog, no qual comentava Cortázar. Voltarei várias vezes, tanta coisa maravilhosa a descobrir. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirObrigado, Eduardo. Esteja à vontade.
ExcluirDa lista completa de 20 eu só li 7. Tô com enorme preguiça de comentar as impressões de suas leituras, mas achei graça de algo que não tem nada a ver com o lido, mas com a similaridade inversa de uma frase pequena "conseguiu me abstrair do mundo e me fazer crer que poderia refugiar em definitivo dentro dele". Me lembrou, infelizmente, das 2 horas em que fui obrihgado a aturar, no cinema, o musical Os Miseráveis: me senti abduzido para sentro de um disco da Celine Dion. Argh!
ResponderExcluirQue estoicismo imenso de sua parte, assistir a esse musical. Dos filmes de Hollywood, me restrinjo às banalidades suportáveis de duração de até uma hora e meia. Não consigo, MESMO, imaginar você e a Rachel assistindo a esse musical, ouvindo Celine Dion.
ExcluirSA trilha sonora não é Celine Dion, mas é como se fosse. E foi Rachel que me obrigou a ver essa bosta. Ela não gostou, mas ficou até o fim. Eu queria sair depois de 15 minutos, se tanto. Esse preço ela já pagou, no entanto.
ExcluirHahaha. Tbm não consigo imaginar.
ResponderExcluir"Esse preço ela já pagou, no entanto."
O Marcos acorrentou a Rachel numa cadeira de frente para zorra total.
Foi fácil. Ela foi obrigada a ir comigo ao Maracanã ver Botafogo x Inter.
ExcluirJurava que tu eras tricolor.
Excluirbaita jogo. seedorf > hugh jackman
ResponderExcluirah, charlles, comprei o do carl sagan, entre outros q tavam na promoção da cosac. a ver (ler).
ResponderExcluirNão sei como achei o seu blog...mas queria uma vida longa pra ler tudinho....entrei logo na pagina da Luisa...rsrs me lembrou certo romancista russo que lí a mil séc ulos...Parabens
ResponderExcluirPágina da Luisa?
ExcluirJá é hora de postar os de ficção parte 1 e 2 :-)
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