Bem, Charlles, abrindo portas... . . ILUSÕES MACABRAS by Ramiro Conceição. . . Oito e meia. É noite. Ou talvez seja 8 ½: o poeta sem poema e sem palavras… Tudo é melindroso e confuso nesse melado fuso imundo - desse mundo. . Do quarto andar da torre das metáforas, vejo na calçada a castanheira que ao dia foi porto aos bem-te-vis. Mas… É noite. . Ao pé das castanhas na via pública, meninas e meninos fazem poses, a desconhecer que o belo não tem pose. Não há putas e nem há sinal de gigolôs. Tudo se resume num intervalo de aulas duma noturna escola capixaba de Vitória. . Mas convenhamos que é uma escola estranha, pois boa parte do ano não passa dum casarão fechado, quase abandonado: não há placa, nem outdoor a iluminar a fachada… É, não há nada. . Em determinados meses: o mato é podado; a pintura retocada; e lâmpadas são fixadas. O resultado é que à noite a rua fica prenha de motos e de carros estacionados. . Mas que raio de escola é essa? Quem são eles que parecem já formados? Não resisti: fui ao porteiro do condomínio e finalmente descobri; é um curso preparatório à concursos públicos: um nicho de mercado; um ninho de passarinhos destinado ao abate. . Ah, sim, agora compreendi: uma pedagogia à educação de como, em pouco tempo, colocar “o seu burrinho” à sombra. . Triste é o país que permite tais ilusões macabras.
errata: é óbvio que há um erro de crase. O correto é: preparatório "aos" concursos. Já imaginou isso na boca dum vampiro-discípulo do "anal(do) azedo" da Veja?
(outro exemplo (em minha humilde opinião) que buscou novas releituras de compositores clássicos sem muita verve é do maior tecladista de rock de todos os tempos: Rick Wakeman)
Bem, Charlles, abrindo portas...
ResponderExcluir.
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ILUSÕES MACABRAS
by Ramiro Conceição.
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Oito e meia. É noite.
Ou talvez seja 8 ½:
o poeta sem poema e sem palavras…
Tudo é melindroso e confuso nesse
melado fuso imundo - desse mundo.
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Do quarto andar da torre das metáforas,
vejo na calçada a castanheira que ao dia
foi porto aos bem-te-vis. Mas… É noite.
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Ao pé das castanhas na via pública,
meninas e meninos fazem poses,
a desconhecer que o belo não tem pose.
Não há putas e nem há sinal de gigolôs.
Tudo se resume num intervalo de aulas
duma noturna escola capixaba de Vitória.
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Mas convenhamos que é uma escola estranha,
pois boa parte do ano não passa dum casarão
fechado, quase abandonado: não há placa, nem
outdoor a iluminar a fachada… É, não há nada.
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Em determinados meses: o mato é podado;
a pintura retocada; e lâmpadas são fixadas.
O resultado é que à noite a rua fica prenha
de motos e de carros estacionados.
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Mas que raio de escola é essa?
Quem são eles que parecem já formados?
Não resisti: fui ao porteiro do condomínio
e finalmente descobri; é um curso
preparatório à concursos públicos:
um nicho de mercado; um ninho
de passarinhos destinado ao abate.
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Ah, sim, agora compreendi:
uma pedagogia à educação
de como, em pouco tempo,
colocar “o seu burrinho” à sombra.
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Triste é o país que permite tais ilusões macabras.
errata: é óbvio que há um erro de crase. O correto é: preparatório "aos" concursos. Já imaginou isso na boca dum vampiro-discípulo do "anal(do) azedo" da Veja?
ResponderExcluirOlá Charlles, (há tempos que não passeava por essas plagas)
ResponderExcluirdê uma ouvida - só por curiosidade - neste insólito (também descartável e insípido) projeto do Sr. Manzarek:
http://www.youtube.com/watch?v=thJAavTN44c&list=PL636511758C9089BA
(outro exemplo (em minha humilde opinião) que buscou novas releituras de compositores clássicos sem muita verve é do maior tecladista de rock de todos os tempos: Rick Wakeman)
Abraço,
Rodrigo