segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um comentário de felizes 15 anos atrás



[Bruno] Começava a encher o saco dessa estúpida mania pró-Brasil. Por que o Brasil? Conforme tudo o que sabia, o Brasil era um país de merda, povoado de brutos fanáticos por futebol e por corridas de automóvel. A violência, a corrupção e a miséria estavam no auge. Se havia um pais detestável, era justamente, e especificamente, o Brasil.
 "Sophie", exclamou Bruno com força, "Eu poderia ir ao Brasil, em férias. Passearia nas favelas, num microônibus blindado; observaria os pequenos assassinos de 8 anos, que sonham em se tornar chefes de bando aos 13 anos; não sentiria medo, protegido pela blindagem; à tarde, iria à praia, entre riquíssimos traficantes de droga e de proxenetas; no meio dessa vida desenfreada, dessa urgência, esqueceria a melancolia do homem ocidental; tens razão, Sophie: ao voltar, pegarei informações numa agência Nouvelles Frontières." (Partículas Elementares, Michel Houellebecq)

20 comentários:

  1. Ao menos pra mim é inevitável não pensar "Faz sentido...". Mas a França também não anda lá essas coisas... O mundo nunca andou muito bem.

    Ana Paula Rocha

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  2. Dava pra fazer algo um tanto estereotipado e xenófobo contra a França também. Mas essa é a visão do Bruno, do personagem, não creio que seja (totalmente) a do Houellebecq.

    "Nada contra o país, diz agora Houellebecq. "Meu personagem [Bruno] se coloca contra os brasileiros porque está a fim das brasileiras. O Brasil em si já representa um estereótipo forte, isso não é ruim. Há muitos países que não têm nenhum estereótipo. Já é alguma coisa. A imagem brasileira é muito positiva...", afirma. "

    http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/5618

    Mas então o Charlles tá lendo o Houellebecq ou só fez esse post pra encher linguiça? hehe

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  3. Estou terminando_ hoje acabo_ o Partículas Elementares. Pretendo escrever e postar aqui um texto sobre.

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    1. Mas isso é conversa fiada do Michel. Não consta no livro que Bruno estivesse a fim de alguma brasileira. Deixa o Michel ser pego pela Van do Terror pra ele ver...

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    2. Eu sei. Acho que ele deu uma aliviada por causa de sua amizade com o Juremir Machado haha.

      Tem tbm o filme do livro, Elementarteilchen, que ele não aprovou nem gostou, e finaliza de forma diferente. É alemão.

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    3. Houellebeqc não tem nada de novo, mas gostei muito do livro. É um passatempo de primeira. Vou ler os outros dele, com o tempo. Amanhã, escrevo um post sobre o livro. Valeu muito pela indicação, Matheus.

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  4. [Nossa, Fábio, digo, Charlles, andei vendo por aí o q tu considerava uma "potencial esquerda", na imprensa, aí fica fácil de entender aquele texto do reinaldo azevedo. mas, porra: P*aulo N8oguei*ra? (não conhecia, mas nunca me daria o trabalho de comentar aquele absurdo de post)]

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    1. arbo, se você fosse o Coringa, eu teria que matá-lo, antes que você divulgasse minha identidade secreta.

      Pô, me deu o maior susto com esse "Fábio", aí. Me causou uma dessas impressões de perda de memória.

      Mas que cazto, o que você estava fazendo por lá? Aquilo é puro falta do que fazer, um passatempo culpável sem nenhum valor. Uns gostam de passear pelo meretrício à noite, eu saio por aquelas quebradas. Desculpe, querido arbo, mas vou ter mesmo que matar você. Nada pessoal.

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    2. Cada vez mais paranoico sobre "quem é quem" aqui. To achando, mesmo, que o arbo sou eu ... AMANHÃ.

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  5. 50% de desconto na Cia. Das Letras gente!! Tem uns bons livros off

    http://www.blogdacompanhia.com.br/2013/04/promocao-300-titulos-com-50-de-desconto/

    Ana Paula Rocha

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    1. Dia do livro, se não me engano. Maravilha!!

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    2. Pois é, FNAC, Cultura, Saraiva, todas com desconto...nem sabem o quanto estou me segurando, chega!, o último deste ano foi o do Bellow por culpa do nosso querido blogueiro (mas o Isaiah Berlin, Estudos sobre a humanidade, que estou lendo para a faculdade, é demais...).

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  6. Terminei-o agora, Matheus. Um livro genial! Que final de arrasar!

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    1. (Peguei uma conjuntivite braba que me incomoda ao ler.) Pô, to me segurando para não comprar esse aí do Berlin...

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    2. Bóóó, gostou? Quando chamaste de "passatempo" pensei que estavas querendo dizer "entretenimento", NAQUELE sentido hehe

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    3. Aquele niilismo todo, aflitivo, de órfão do Sartre, é um tanto difícil de engolir: o sexo patológico, a total falta de transcendência, a vida como uma tendência eterna ao suicídio. Mas o final é daqueles que justificam os meios e faz pensar por um bom tempo. Os outros títulos dele são melhores? "Plataforma"?

      (Tem uma certa capenguice na tradução, não sei se vc reparou. Coisas que soam mal e que eu não consegui entender, como essa: "pensou de refilão no impulso da entrada". Refilão?)

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  7. Olha, eu só não gostei do A possibilidade de uma ilha. Plataforma é tão bom quanto Partículas e Extensão do domínio da luta, porém este foi o primeiro, é bem carregado de niilismo (e ele diz que não é!) e falta de transcendência MESMO. Mas é completamente DOENTE. Demais, meu favorito. O Mapa e o Território é o que me falta. Tá aqui, esperando puxá-lo da estante, mas as prioridades me impedem...

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  8. Já devem ter lido, mas, vá lá...
    http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/04/pela-ampliacao-da-maioridade-moral.html

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