terça-feira, 16 de abril de 2013

À Espera


Pedi hoje O Mestre e a Margarida à Livraria Cultura. Há anos venho querendo comprá-lo, mas... por essas coisas..., não o comprei. Pesquisei pela net sobre ele e trata-se de um livro, no mínimo, maravilhoso. Não há um que fale mal dele. Até o Marco Nunes se diz apaixonado !!!!!! Espero que chegue na próxima semana, o que adiarei todas as leituras e o confrontarei de vez. 

P.S.: se Bulgákov é imerecidamente desconhecido no Brasil, como todos seus admiradores por aqui dizem, uma notícia que me motivou uma pesquisa na Estante Virtual me causou espanto. A notícia é que um dos mais sensacionais romances de Saul Bellow será publicado pela Companhia das Letras, em Julho deste ano: O Legado de Humboldt. Uma das seis obras imprescindíveis desse que foi o maior escritor norte-americano do século XX, depois de Faulkner. Essa obra está fora do prelo por aqui há mais de 30 anos, e o que me espanta é o total desconhecimento de seu valor por parte dos sebos_ e, consequentemente, por parte dos leitores_, já que encontrei 40 exemplares dele, só na primeira página da EV, por preços que não chegam a 10 reais. O primeiro exemplar custa inacreditáveis três reais! Um livro de 500 páginas, de capa dura! Vejam. Tem dois lados essa história: se a oferta é grande e barata, é porque Bellow já foi muito conhecido e vendeu muito por aqui. Mas dá um nó na garganta ver isso.

31 comentários:

  1. Curioso, Charlles! Acabei de chegar do trabalho - debaixo de uma chuva colossal - todo molhado. Dez aulas no dia de hoje. Já tinha ouvido falar do livro. Vou atrás dele lá EV - já que está tão barato. Como falaste: "deve ser, no mínimo, maravilhoso". Obrigado por reforçar o apetite.

    ResponderExcluir
  2. Os livros do Bellow é que estão de graça, Carlinus! O Mestre e a Margarida, não sei, que não pesquisei. Mas você pode comprar quase tudo publicado do Bellow por aqui, gastando 50 reais, na EV. Fui ver os outros títulos. Tem Sr. Sammler por 1 real. UM REAL! Livros que eu levei a vida toda para achar, como os maravilhosos (literalmente e sem exagero) "Trocando os pés pelas mãos", que tem dois contos que são o que Bellow tem de cereja do bolo, e "Tudo faz sentido", o conjunto de ensaios inigualáveis do cara, que você pode comprar, ambos, por menos de 20 reais. Dá vontade de comprá-los de novo. Herzog por 6 reais!! Não sei o que esses caras pensam de Bellow. Devem achar que é a mesma coisa que Lobsang Rampa. Há 4 anos eu comprei a primeira edição americana de Augie March, por 8 reais. Mais o frete deu 15. A primeira edição, que vale, no mínimo, 2. 500 dólares! Corre lá.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Carlinus, tentei comentar em seu ótimo ensaio sobre O Idiota, mas a caixa de comentários não aparecia em seu blog.

      Excluir
    2. PQP Charlles. Qual razão de colocar os nomes dos livros e do autor, mais os preços baixos, senão para endividar um pouco mais seus leitores? Poxa!

      Autocontrole. Autocontrole.

      O livro mais difícil de se encontrar do Bellow, a preço baixíssimo, é justamente Augie March.

      Excluir
    3. Augie March porque nunca foi publicado antes da Cia no Brasil, por isso a dificuldade de achá-lo.

      Excluir
  3. Obrigado, Charlles. Fico feliz pelas suas palavras com relação ao Idiota. Que livro, meu amigo! Estou com "Os demônios", da Editora 34, para ler. Estou adiando a leitura pelo prazer de adiar. Comprei o livro do Bellow e acabei comprando outro lá na Estante - Rudin, do Turgueniev. Fui ao site da Saraiva e acabei comprando, também, O Mestre e a Margarida e mais outros dois - as crônicas de Rubem Braga de quando este esteve em Paris de 1949 a 1952. Vi um comentário na Revista Cult e me interessei pela obra. Adoro Rubem Braga. Nunca li uma crônica como aquelas que ele escreveu. O outro livro é uma biografia do Caio Prado Jr. que há muito eu queria. A noite foi proveitosa.

    P.S. O náufrago, do Thomas Bernhardt, indicado por ti, é maravilhoso. Obrigado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rudin é muito bom. O li em uma biblioteca da Católica, em meus tempos de universitário. Ia lá todas as noites para me transportar pelo russo. O personagem é um engajado contra a instituição do casamento, assim como eu fui durante muito tempo. Engraçado! Agora que estou pensando sobre isso: será que o personagem de Turgueniev tem algo a ver com isso?

      Tudo do Bernhard é ótimo, Carlinus. Devo dizer que O Náufrago, por melhor que seja, ainda é fichinha perto de extinção e Origem.

      Prepare-se me suas viagens de ônibus para não perder o ponto de descida: Os Demônios é uma experiência espiritual como nenhuma outra. De longe, o melhor de Dostoiévski, só para cê ter uma ideia.

      Excluir
  4. Poxa, reclamando do preço barato dos livros!
    Comprei o meu Humboldt por menos de 10 reais na Feira do Livro de Porto Alegre. Não acho que é desmerecimento. É o preço que deve ter um livro num sebo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mas meu espanto é que esses não são os preços usuais em sebos, Cassionei. Vê aqui que só existem 2 livros com este título na EV, e o preço deles dá metade das obras completas de Bellow: http://www.estantevirtual.com.br/q/50-tons-de-cinza

      Veja outros títulos como os da Lya Luft e qualquer um outro da lista de mais vendidos do país. Os preços dos livros de Bellow, em contrapartida compensatória para nós leitores, vem da ignorância, e isso, por mais que me cause benefícios financeiros na hora de comprar livros usados, não me deixam feliz.

      Excluir
  5. Comprei 2666 depois de ler um post seu,tô flertando com ele antes de ler, e descobri os contos de Cortázar... O meu problema com a EV é a demora pra entregar,me deixa ansiosa,aflita. Compro na Saraiva,acabo por pagar mais... Enfim,mudando de assunto, encontrei esse texto http://www.elmalpensante.com/index.php?doc=display_contenido&id=1904 que achei incrível.

    Ana Paula Rocha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que coisa, Ana Paula, nunca tive problema com alguma livraria ou sebo na E.V., mas a Saraiva já me deu dor de cabeça. A Fnac de vez quando tem umas promoções excelentes: Outono da Idade Média, de Huizinga, que varia entre 150 e 200 reais, esses dias estava 80, com entrega grátis. Já a Cultura eu evito acessar, muito graças ao seu layout horrível.

      E, ah: mas as chicas que leem por acaso querem chicos também leitores?

      Excluir
    2. Tocou no ponto crucial, Ana. A demora da EV é algo que dá nos nervos. Eu também restringi muito minhas compras lá devido a isso.

      Que link! Me identifiquei plenamente!

      Excluir
    3. O Mestre e a Margarida é delicioso. Não sei se é também o caso contigo. Mas foi um desses livros que, inexplicavelmente, não terminei apesar do prazer grande que ele me proporcionou.
      Menção honrosa para as sacadas do Bulgakhov de sacanear o regime (os purgos de Stalin, as deportações no meio da noite para os Gulags) através dos mischiefs do misterioso mefisto visitante que aporta na história.
      Ah, terminei o Humboldt's Gift fazem duas semanas. Achei a conclusão da história meio assim-assim. Pareceu-me um pouco apressado, apesar de Humboldt ser um longo livro.
      Isso no entanto não tira o seu mérito. É de fato um dos grandes livros da literatura estadunidense.

      Excluir
    4. Por supuesto Matheus! Creio que leitores e não-leitores não compartilhariam por muito tempo as mesmas emoções.
      Dei uma olhdada no enredo e, uau,que enredo!! Li semana passado um texto sobre o embate enredo vs. linguagem (http://rascunho.gazetadopovo.com.br/tres-provocacoes-para-excitar-o-fogo/) e espero que a linguagem do O Mestre e a Margarida e seu enredo não suplantem um ao outro.

      Ana Paula Rocha

      Excluir
    5. Luiz, Humboldt é uma obra que sai do convencionalismo das letras, sai mesmo da necessidade de experimentalismos, daí o final meio anti-clímax, meio calmo demais. Mas se formos pensar, não é nem um pouco anti-clímax, já que o enredo trata do embate entre a Fama e o Espírito, e Citrine num hotel prosaico europeu, quase se conformando com a nova situação de trocar suas beldades do passado por uma mulher de meia-idade sem muitos atrativos físicos, é uma espécie de redenção que ele poderia ter para se congestionar da vida feérica dos EUA. Mas as reflexões, as tantas frases antológicas, as cenas inusitadas, compensam essa conversão bellowiana à vida do dia-a-dia. Um grande romance.

      Excluir
    6. É, comprei um dos Bellow baratinhos e agira estou louco de vontade de comprar o do Bulgakov, mas só se achar em sebo daqui. Tudo culpa do meu brother Charlles.

      Excluir
    7. muito bom esses textos (da rascunho), Ana Paula.

      Excluir
  6. Nunca li uma única linha de Bulgákov… Contudo, já li muito de Bulgákov… Paradoxal? Não! É que sou adepto daquele troço do tal galo da manhã do Cabral… Lembra? Por isso é verdadeiro o dito que inventei: “FALA-ME O QUE LÊS QUE COMPRENDEREI QUEM AMAS”. Ridículo? Creio que não…
    .
    Por amar o Milton Ribeiro, o Charlles Campos e o Marcos Nunes, deixo serenamente aqui dois poemas para Bulgákov, que nunca li…
    .
    .
    PLANTADOR DE BATATAS
    by Ramiro Conceição
    .
    .
    O ato de criação é plantar batatas
    porém ensinando aos pequeninos
    a alegria da batatinha quando nasce
    e a dor - d’Os Comedores de Batatas.
    Por isso o poeta deve cavar e colher o óbvio
    que plantou e, qual Dante com o seu Mentor,
    deve ir até o inferno em busca da luz porque
    é no interior do ser que rebenta o esplendor.
    .
    .
    BETERRABA
    by Ramiro Conceição
    .
    .
    Tanto o agricultor
    quanto o escritor estão à mercê da sorte:
    o primeiro muitas vezes planta e colhe só palavras;
    o segundo dos rascunhos muitas vezes, beterrabas.




    ResponderExcluir
  7. Não basta te admirar, tem que te imitar.
    Também comprei.

    ResponderExcluir
  8. É, o Milton comentou o relançamento deste livro na nova tradução. Li na antiga. Não gostaria de escrever o que já foi publicado no blog do Milton; então, vão uns versinhos, em homenagem a Ramiro e Bulgákov:

    No bar com Vladimir e Mikhail

    Encontrei-os jogando bilhar, cada qual no seu jogo:
    um era poeta, outro prosador;
    um sonhava, outro ria;
    quando o primeiro ria, o outro delirava, mas
    na maior parte do tempo, circulavam
    sérios, em torno da mesa, um
    com o canto dos lábios caídos, em desapreço;
    outro, com o canto dos lábios caídos, trocista.
    A mesa de bilhar, por fim, transforma-se
    em estante, e lá estão dois livros, um
    do poeta, outro, do prosador, além de
    duas biografias, na mesma fileira de tantos e tantos
    russos: poetas, dramaturgos, romancistas, contistas...
    Nas memórias ainda vivas, o poeta e o prosador
    ainda brigam se desprezam e se admiram:
    um é o outro, ambos são muitos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "AVISO

      PERDEU-SE UMA GARGALHADA POR AÍ.
      ELA ATENDE PELO NOME DE INOCÊNCIA.
      UMA CRIANÇA ESTÁ SOFRENDO MUITO.
      QUALQUER INFORMAÇÃO: PAGA-SE BEM!"
      (Ramiro Conceição)

      Excluir
    2. Charlles, havia perdido esse poema pela rede...
      Certamente, ele tem de fazer parte do "Jardim"...

      Grato... Grato... Grato...

      Excluir
  9. hj vem o Coetzee em Poa. Nunca li, mas vou lá dar um conferes.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Inveja.

      Um dos maiores escritores vivos.

      Excluir
    2. Poxa, nem sabia. Em que local?

      Perdi.

      Excluir
    3. Foi na UFRGS, Salão de Atos, Matheus. Foi legal, ele falou sobre censura, fora do senso comum.

      Excluir
    4. Poxa, que pena. Não vi nenhum cartaz na pucrs sobre isso, tem vários de eventos na ufrgs mas nenhum do Coetzee; palhaçada, deixaram só pra vcs, bando de sanguessugas, devolvam meu dinheiro que não uso, privatizem já! (ns).

      Excluir
  10. http://callesoriano.sul21.com.br/?p=17

    ResponderExcluir