Andei fora do blog uns tempos, mas volto na segunda-feira. Trabalho, trabalho e trabalho. Sem tempo. Mas também aconteceram algumas coisas. Mudei minha rotina, estou em uma dieta para perder 10 quilos e retornar a meu peso normal, o que inclui a trágica decisão de parar de beber vinho. Mas isso aqui não é o facebook e ninguém quer saber a que horas eu vou ao banheiro e o que vou comer no jantar_ e nem eu me prontifico a falar essas coisas. Já que isso aqui pretende ser um blog literário, a felicidade dessas semanas foi a leitura do magnífico A Festa do Bode, do Llosa. Acabei nesse exato momento sua leitura. É um romance Avenida Brasil, ou o que imagino que provocou essa novela em quem a assistia: há ganchos e ganchos em cada capítulo e a pessoa passa a viver em torno do livro. Eu mal via a hora de chegar em casa à noite e me lançar no romance. Claro que tenho lido romances maravilhosos, mas senti nesse do Llosa aquela excitação adolescente da leitura, aquele prazer de esfrangalhar o livro e manter a respiração presa e mudar de posição na poltrona. O Llosa é bem superior ao Garcia Márquez na seara na narrativa, não perde tempo com beletrismos e é afiadamente direto. Não há poesia em seu texto, como o cansativo exercício de virtuosismo que é O Outono do Patriarca. Llosa montou esse romance com uma precisão genial, dividiu sua composição com mão de mestre, nunca fazendo perder o suspense e o interesse. E o livro é carregado de suspense. Vou escrever mais sobre ele nessa semana, não posso ficar sem fazer isso. E os que criticam a posição política de Llosa parecem desconhecer que o romance fala sobre uma das mais terríveis ditaduras de direita da América Latina. De direita, vou repetir.
Amanhã começo um livro que me caiu nas mãos aleatoriamente. Respeito muito os livros que me caem nas mãos sem que os tenha procurado e sem ao menos saber de suas existências. É o caso desse Trem Noturno para Lisboa, um best-seller de alto nível que não sei por que cargas d´água tudo que eu lia na net passava a falar maravilhosamente bem dele. Estou fervoroso para lê-lo.
Não sou de cumprir promessas, mas acreditem: nessa semana estarei de volta, para o bem ou para o mal.
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