quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Lasanha Perfeita

Silvia Viana: inteligente e bela

Estou meio que sem tempo para escrever no blog, como está claro. Quando a fagulha surgir, retorno na produção de textos para cá. Muito trabalho aqui em casa, essas coisas. Mas sinto uma imensa vontade de ter umas cinco horas livres pela frente para falar de duas escritoras. A primeira_ e mais impressionante_ é a maior escritora brasileira do momento, deixando todas as outras no chinelo: a Silvia Viana. Estou relendo, ainda mais impressionado que a primeira vez com a sua inteligência, sua profundidade e sua capacidade de síntese e de construir frases soberbas (que nada ficam a dever a uma Hannah Arendt), o seu livro Rituais de Sofrimento. Antes eu o havia lido emprestado de um amigo, mas como acontece quando pego bons livros emprestados, eu fiquei formigando de vontade de comprá-lo. Pois o encontrei na capital e o comprei, e estou já na metade. Digo que Silvia Viana é a maior escritora brasileira do momento pois para mim o mais importante não é o qualificativo de gênero literário, mas a estatura real da inteligência e do talento do(a) escritor(a). Silvia Viana é um deslumbre da primeira à última página; cada linha deste livro é interessantíssimo, instigante, revelador e elegante. Peguemos uma escritora de ficção, como a Carol Bensimon, com sua necessidade de virtuosismo, seus cacoetes vaidosos de imitar referências e leituras, e seus pronunciamentos públicos toldados por um inamovível e involuntário classicismo e arrogância; a Silvia dispensa essa gratuidade, pois é uma pensadora potente antes de uma mera esteticista à busca de estrelato, e notavelmente é carregada de coisas genuínas e importantes para dizer. Esse livro é, em um primeiro plano simplista, um longo ensaio sobre reality shows (especificamente o Big Brother), mas sob essa linha há um verdadeiro estudo sobre a dominação da imagem, sobre a alienação e sobre os arquétipos de poder. E Silvia Viana mostra a grande leitora de literatura que é nas incomparáveis partes desta obra em que usa Kafka como correlação com o tema, além de ter respondido, recentemente, a um convite da revista Veja para que ela compusesse uma entrevista nas páginas amarelas da publicação com a frase bartlebyana "preferiria não" (que provavelmente o funcionário que recebeu tal resposta estava inapto de saber a sofisticada ironia nela impressa). Por isso, ela é a maior escritora brasileira do momento_ num país com uma vida intelectual boçal como o nosso, a Silvia Viana é mesmo algo difícil de acreditar.

A segunda escritora me provoca bem mais apreensões. Trata-se de Zadie Smith. Numa dessas distrações de quem viveu a maior parte de sua vida fora dos benefícios de aquisição da internet, só há duas semana caiu-me a ficha de que era coisa imensamente simples comprar um romance esgotado que há anos eu desejava ler. Acessei a Estante Virtual e pedi Dentes Brancos por meros 25 reais, e o livro me chegou em quatro dias. Que coisa!_ o vestígio do inacreditável em mim cobrando fetichismo do desejo do objeto impossível de dez anos atrás, quando a longa espera determinava a explosão de felicidade da coisa surpreendentemente encontrada. Pois o exemplar retirado do embrulho e folheado causou mesmo neste veterinário que aqui escreve, acostumado a dejetos e cheiros com a mais absoluta naturalidade, um embrulho no estômago. O livro traz carimbo de ter pertencido a uma locadora de livros (o romantismo disso também contribuiu para a nostalgia do velho fetichismo), e, ainda que bem conservado, traz atormentadores marcas de polegar impressos pelo que me parece ser cera de ouvido em diversas páginas. O leitor marcava as páginas em que parava a leitura com uma impressão digital nítida em explícito amarelo biológico, tanto que se fosse atualmente possível identificar o endereço pelas digitais em algum site da net, eu faria o favor de enviar pelos correios um pacote de cotonetes para o sujeito. Mas... como esperar que na descrição das condições físicas do livro no site da EV viesse a desconcertante frase: "com marcas de cera de ouvido por todo o volume". Me envolvi de mais musculatura estomacal e me pus a ler logo o livro da Smith, fazendo muito esforço para conter minha imaginação pulsante que queria me brindar com especulações sobre os outros escatologismos que alguém assim poderia oferecer em horas de leituras em banheiro, etc (aqui me sinto influenciado por uma das frases simpáticas recorrentes da Silvia Viana: "um longo etc").

Mas vamos ao que interessa: Smith é boa escritora. Escreveu uma obra de fôlego e a publicou aos 24 anos. Há diversas evidências de sua pouca idade no romance, e o irritante virtuosismo em cenas sem propósito algum além de suas prestações de contas com Dickens e com o inventário de seus narradores fundamentais (uma sorte para o leitor Joyce não estar no rolo). Há partes impagáveis, e outras nem tanto. É uma obra desigual, às vezes longa demais. Mas valeu a leitura. O que define seu estilo está bem descrito na contra-capa: Zadie Smith é "despojada". Me surgiu a comparação inevitável em linha menor com Jennifer Egan, e maior com Margareth Atwood. Já que estou em uma conversa passional de bar, Egan é o exemplo de prosa sintética desmotivadora, enquanto Atwood continua sendo para mim a maior romancista (mulher) em inglês viva. Pois bem, o despojamento de Smith é um ensinamento, tanto quanto sua enorme fé no que escreve. O que vale atravessar longas cenas gratuitas desse seu romance é justamente o brilho que ela coloca nelas, como se fosse a escrita que salvará o mundo. Produzir um livro de 600 páginas contando histórias domésticas é um exorbitante exercício de fé na literatura. E isso apenas já tornaria Smith a seu modo indispensável_ é muito bom estar em mãos tão crentes, tão devotas. E aqui entra o despojamento: ela destrói a possibilidade de grandes frases, propositadamente: quando se depara com o momento cabível em sua música interna de compor algo lapidar, ela vai lá e populariza a coisa, transforma a frase beethoveana em um desleixado e feliz foxtrot. Alguém mestre em fazer isso é Salman Rushdie. E isso é sensacional, dá um força incrível para a permanência do que escreve. Esse é seu despojamento, despojamento de uma escritora ainda jovem por demais, mas já apta a abraçar sua mestria no trabalho. E aqui entra Egan: enquanto Egan faz do despojamento uma forçação de barra, sendo possível ver a dificuldade que lhe custou ser tão aerada, Smith passa a impressão de que escreveu no ônibus, ou em um restaurante enquanto espera a mãe _ isso é possível, não é só uma figuração: Bellow escreveu Augie March assim.

Desde semana passada, ao ler Smith, estou brigando contra essa comparação, mas foda-se o mau gosto. Lá vai: li há pouco uma matéria gastronômica sobre a Lasanha Perfeita. Um repórter a encontrou no centro de São Paulo, se não me engano. E a foto parece mesmo ser a Lasanha Perfeita. Ele a descreve: não tem queijo em excesso, como acham que tem que ter a maioria dos cozinheiros; é resumida no tamanho, seca, com um raminho de alguma plantinha em cima. É despretensiosa em sua simplicidade arrogantemente cobradora de distinção elitista. Pois Egan é a Lasanha Perfeita. Egan escreve roteiros de séries americanas em forma de romance. Eu detestei A visita cruel do tempo, ainda que ele seja bastante divertido: mas é falso e esquemático em tudo. É trabalhosamente leve. É exaustivamente composto para não cansar. É despojado no pior sentido. Vi uma blogueira metida a besta dizendo com imenso enfado que tudo na literatura atual a cansa, é tedioso, e que teve um momento de total adstringência quando leu A visita cruel do tempo em uma praia em Ibiza. Esse é o retrato da literatura pastel, ou literatura Lasanha Perfeita. A lasanha perfeita para mim é a lasanha que minha tia Tânia faz, e que é um sucesso na família toda: tem excesso de queijo, gordura que sai pelas pontas da colher quando colocamos uma porção no prato; tem o cheio vindo da cozinha que atiça a fome ainda mais; tem um cordel de doces reminiscências da infância; tem todos os erros e imperfeições que só o poderiam ser para os de fora que nunca gostaram de lasanha, mas de empáfia na mesa. Pois bem: não sei ainda se Smith vai me afigurar futuramente no mesmo escalão de grande romancista como Margareth Atwood, mas uma coisa é certa: ela não é a Lasanha Perfeita; talvez por isso tenha me deixado tão prazerosamente desconcertado.

24 comentários:

  1. Excelente resenha, mas onde se lê "composse", leia-se "compusesse".

    Respeitosamente,
    Leitor altruísta

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    1. Leia de novo, anônimo. Foi distração sua, pois está escrito corretamente. (Brincadeirinha: corrigi lá. Obrigado.)

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  2. Divertida essa metáfora da lasanha, talvez eu já tenha lido uns dois ou três livros que merecessem o predicado, circunscrito ao que eu julgo da iguaria. Eu tenho um caso antigo com lasanha.

    É claro que eu como e, mais óbvio ainda, até gosto de lasanha. Sim, até compro aquela pronta e descongelo no micro-ondas numa noite preguiçosa. Não, jamais vou perder meu tempo com lasanha se existem outras opções num restaurante de comida a quilo - que costumam ter lasanhas criminosas. Mas a iguaria não está, definitivamente, entre meus pratos favoritos. Nunca esteve.

    A lasanha está longe do que eu considero ser um manjar. Aliás, tem coisa com mais empáfia embutida do que o tal do manjar? Em português - ou brasileiro -, é um pudim de coco com ameixa. Eu como. Por favor, não insista se eu declinar, porque nenhum doce chega perto de chocolate na minha opinião. Ponto. Chamar manjar de manjar é uma coisa bem qualquer nota. Chamar lasanha de manjar, na minha opinião irônica, é perfeito.

    É complicado falar sobre meu pouco apreço pela lasanha. As pessoas me olham como se eu fosse um ET. "Como assim?". Logo, distorcem minha opinião no meio do almoço de qualquer família. Ou fazem questão de tentar um constrangimento com a tia Tânia, que passou horas repetindo a receita que sempre lhe rende elogios rasgados. Cansei de ouvir comentários tais como:

    - O Fábio não gosta de lasanha.
    - Tá repetindo, é? Para quem diz que não gosta de lasanha.
    - Ah, mas a minha lasanha você nunca provou.

    Se eu já coloco a lasanha no seu devido lugar, imagina o que vou fazer com alguém que me apresenta qualquer coisa como se "lasanha perfeita" fosse? Papo chato. Porque não só te obriga a gostar, mas a repetir que é ótimo. No máximo, você vai dizer ter notícia de uma outra lasanha, essa sim, perfeita. Papo vai ficar chatíssimo.

    Para usar repertório italiano, troco lasanha por pizza. Porque é covardia citar o nhoque da minha tia Lena. Ou uma sopa de capeletti da serra gaúcha que me fez ajoelhar. Aliás, troco lasanha por um simples e honesto macarrão ao alho e óleo (mas dizem que o macarrão é chinês).

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    1. Fabio, esse seu texto sobre lasanhas é interessantíssimo...

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  3. Também nunca entendi essa de manjar. É horrível!

    Acho que faz mais de 4 anos desde a última vez que comi lasanha, mas eu adorava quando era criança. Suspeito que na verdade eu não adorasse tanto assim, mas que criaram essa história de que eu adorava que acabei aceitando.

    Dá um assunto e tanto esse. Descobri meus pratos preferidos depois de já ter uma vida adulta independente. Na contramão de todo o conhecimento e gostos ortodoxos da minha família, eu sou o único que ama vegetais. Amo brócolis, e nessa sua onda eu digo que prefiro à lasanha o linguine a molho de tomate com brócolis, abobrinha verde e cenoura que a minha esposa faz. É o único prato suicida pois eu poderia repetir e repetir até a morte, e isso é seriíssimo a ponto da Dani cautelosamente só fazer a porção de segurança que evita laudos de causa mortis estranhos (um dia conto aqui da vez em que um amigo meu viu a morte de bem perto quando uma banana nanica deslizou de uma vez pela sua boca e se entalou na garganta).

    Eu sou muito apaixonado por pasta_ ou, em nosso linguajar pátrio, o bom e velho macarrão. Eu acrescento minha avaliação de caráter aos dois itens conhecidos de que só é boa gente quem gosta de animais e crianças, com o de pessoas que gostam de macarrão. Jamais seria amigo de alguém que não goste de macarrão_ e música, também. E o macarrão feito em casa é algo sagrado, envolve uma grande felicidade familiar. A Dani parece que dosa uma antiga e preciosa receita de estricnina quando faz macarrão. Segue à risca o tempo de cozimento, e só deixamos de usar grano duro quando não achamos no mercado. Minha mãe, a mãe dela_ os velhos prejudicados na alma por algum desvio traumático de criação vindo de tempos em que delicadezas não podiam ser toleradas_ deixa o macarrão cozinhando por meia hora, sem contar o tempo, e depois retira aquele pão ázimo prostituído pelo diabo para compuscar nossa religiosidade gastronômica. (Talvez eu abra uma exceção e passe a gostar de pessoas que provem em cartório que não gostam de pasta por causa da grosseria involuntária de suas mães, essas pobres criaturas que promoveram sem escolha a abominação do macarrão furadinho de um metro empacotado com aquele selo da pobreza proletariada de papel azul).

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  4. João Antonio Guerra30 de maio de 2014 às 23:40

    Li o livrinho da Egan, A visit from the goon squad, tem lá na biblioteca da letras (no momento fechada devido à greve administrativa), que, quando funciona, revela umas doçuras, como uma estante só com volumes intocados de William Faulkner, e essa mesma estante oposta àquela dos volumes mais ou menos tocados de Ernest Hemingway, como que botando lenha inútil na fogueira à muito apagada daquela rivalidade literária; de livros do Pynchon sem lugar certo nas prateleiras -- dá até pra dizer que um leitor de Pynchon, por não querer dividir com ninguém o segredo que é Pynchon, foi lá e sabotou a fileira de lombadas original, espalhou os livros todos pela biblioteca; e há também exemplares do pior da literatura contemporânea, que chegam quase a confessar pra gente, "Estou aqui só pra não reclamarem com o bibliotecário sobre não ter literatura contemporânea", como o Os Anões da Stigger e mais aquela quantidade enorme de sulistas, esse A Visita da Egan, etc. Mostrei para alguns amigos o capítulo do powerpoint da Egan, que é uma das coisas mais hilariamente desapercebidas de sua própria hilaridade que já li.

    Não conhecia essa Silvia Viana. Li agora sua resposta à revista Veja, e meu Deus, que mulher foda! Vou procurar por esse livro mais tarde.

    Eu gostei bastante de White Teeth quando eu li. Uma menina de vinte e quatro anos, nos anos 200X, escrever seiscentas páginas que no fim se sustentam é um puta dum feito -- coisa de reforçar a nossa fé na literatura. Quero muito ler o resto da obra dela.

    Quanto à Atwood, não gosto tanto. O título de melhor escritora eu daria fácil fácil pra Lydia Davis, sendo que o segundo e terceiro lugar viriam bem distantes, pra Lorrie Moore.e pra Munro, nessa ordem (amanhã eu mudo de ideia quanto à ordem).

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    1. João Antonio Guerra30 de maio de 2014 às 23:45

      Errata: "como que botando lenha inútil na fogueira HÁ muito apagada" é uma delas, provavelmente há outras.

      E agora percebi: Lydia Davis, Lorrie Moore, Munro -- todas contistas! Você estava falando da Atwood, romancista... bem, aí teria a Donna Tartt pra bater de frente; fico com vontade de citar uma autora iniciante que tem sido como que uma queridinha minha desde que li seu último livro, a Jesmyn Ward, mas, apesar do meu tietismo, ela não conseguiria ficar pau a pau (?) com a Atwood.

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    2. Gostei demais de A noiva ladra, da Atwood: um romance muitíssimo bem construído, adrenérgico, inteligente, sutil, com personagens fora de série, e de um feminismo íntegro e radiantemente auto-afirmativo em sua força alegre. E olha que EU NÃO O TENHO na minha biblioteca. Eu o li assim que cheguei na cidade onde eu moro, em uma época de muito frio e relativa solidão em que que o encontrei na micro biblioteca local: uma biblioteca que como todas as outras traz sua pimpirlesca magia, pois tem Lote 49, Vineland, um romance desconhecido (mas tido pela crítica como o melhor) de Heller, um série de outras coisas mais.

      Pois eu o loquei e me deliciei por uma semana, uma semana de verdadeira alegria juvenil em que ria e me esbaldava com a magia da escrita de Atwood, sua metalinguagem ficcional recorrente de conter sempre escritores fantasmas dentro da obra.

      Atwood tem razão em ser porta-voz original do feminismo. Creio que se ela fosse homem, estaria tão cotada quanto P. Roth. Assim como Munro, apesar da festa do Nobel, ainda ser envolvida de suspeição e distanciamento. Como já disse aqui antes, Roth em sua fase tardia só fala de doenças e solidão, e é aclamado exultantemente por isso. Já Munro, que dedica ao mesmo tema, por vezes é tratada mesmo por críticas mulheres como "repetitiva", "paranóica de um mesmo tema", etc.

      Já namorei o livrão da Tartt, mas até hoje nada.

      A Silvia Viana é um prazer, um orgulho. Brasileira!

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    3. Charlles. Charlles! Fala aí pra mim (se já te perguntei, esqueci): quando tu falas em FRIO - frio que passaste num início do ano lendo sei lá qual livro, quando um inverno teutônico caiu sobre as terras centrais do Brasil, e este agora revelado de uma época de solidão - seria um frio de quantos graus? 20ºC?

      Apelidei os romanos de "cariocas da Europa" por andarem todos encasacados com sobretudos, mantas, cachecóis e luvas em dias maravilhosos de sol e civilizada temperatura de 17º C, nos quais, em certos momentos, suava de calor e rezava por saúde, iluminação e friozinho..

      És um carioca Itapuranguense? Ou seja, um brasileiro padrão?

      (Todo mundo em Porto Alegre andando como se estivéssemos na Sibéria, lembrando que estamos chegando em junho e ainda está calor! OITO MESES E MEIO DE VERÃO, OUT-JUN. Quero ver na Copa!)

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    4. Matheus, o único clichê verdadeiro desse país é que não importa onde nascemos, ainda continuaremos sendo brasileiros. Não tem como evitar. O resto é a larga vivência transmitida pelo mundo real da rede Globo. Daí você desconhecer que nesse paraíso de sucuris se banqueteando dos jecas distraídos dados pela pirâmide alimentar em que vivo também fazer muito frio. E como estamos no rank de depreciação mundial, na Alemanha é capaz de sermos vistos todos como a mesma coisa.

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    5. Poxa, minha ideia de Goiás não é baseada numa imagem criada pela VÊNUS PLATINADA, mas pelo que estudei de clima brasileiro.

      Desculpa se ofendi meu amigo centrista com uma simples pergunta climática.

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    6. Não conheço a cidade do Charlles, mas já peguei noites bem frias em Goiânia e Brasília. Não sei a quantas foi o termômetro, mas eu estava despreparado para a noite e os dias haviam sido bem tranquilos. Bati queixo e eu não me considero friorento. Aliás, ODEIO verão.

      Meus amigos cuiabanos (quase todos) se queixam quando o termômetro na calientíssima capital mato-grossense baixa de 20 graus, o que aconteceu na semana passada. Parece que chegou a 15. Eles não costumam ter casaco sem naftalina, muito menos cachecol, lã, gorro, luva essas coisas. Mas a apenas 64 quilômetros de Cuiabá fica a deliciosa Chapada dos Guimarães. Vontade de botar um gaúcho sem poncho lá numa noite de Festival de Inverno para dançar a chula. É frio, sim, meu chapa. Talvez temperado para padrões da Sibéria.

      No final de semana passado, Porto Alegre fez menos de 10 graus e eu "se" joguei debaixo das cobertas. Zero chance de sair de casa para dar pinta num sítio de uns amigos em Viamão (lá é mais frio que Porto Alegre sempre), a 30 quilômetros aqui de casa. Hoje chove, o dia tá feio, mas não está frio.

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  5. João Antonio Guerra31 de maio de 2014 às 10:23

    Eu gosto da Tartt, mas não tanto quanto das outras que citei. Falei da Tartt só porque o assunto era a Atwood, e não me pareceu adequado (uma bobagem, sei) comparar a Atwood só com contistas. Um dia pego outros livros da Atwood para ler, mas por enquanto fico só com The Handmaid's Tale e The Year of the Flood, que não me agradaram muito.

    A diferença entre o tratamento dado a escritores e escritoras é gritante e doente. Lembro do Naipaul declarando que, lendo só um trecho dum livro, saberia dizer se foi escrito por um homem ou uma mulher.

    E essa do frio: sou carioca, e do centro-oeste conheço o pantanal do Mato Grosso. Por causa da secura, as noites sempre me surpreenderam: não combinam em nada com o calor que faz de dia, são de um gelo que desce rasgando pela garganta.

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  6. "Um repórter a encontrou no centro de São Paulo, se não me engano."

    Não sei porque, mas dei gargalhadas convulsivas quando li essa frase. Queria saber se de fato existe algum efeito cômico nela, ou se começo a desenvolver um desses comportamentos esquisitos de ver graça em coisas que não tem graça. (Acho que tem post antigo do Charlles onde ele diz que é uma dessas pessoas que sofre disso.)

    Vejam, ontem foi aniversário do Whitman, e hoje é o da Marilyn Monroe, e esta gostava daquele, é o que diz aqui: http://www.openculture.com/2014/02/marilyn-monroe-reads-walt-whitmans-leaves-of-grass.html. Aquele também gostaria desta, suponho, se a tivesse conhecido.

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    1. Foi uma gracinha, Fabricio. Hehe.

      Aniversário do Whitman. Não sabia.

      A propósito, você que é um zeppeliano, viu no último post o link para os três primeiros álbuns do Led em deluxe edition? Estou namorando as caixas com vinil, cds, livros, mas claro que só vai ficar no namoro, pois quando chegarem aqui vão estar num preço absurdo. Mas os cds, com certeza, já estou reservando a grana desde o ano passado. Por enquanto, curtindo o download.

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    2. Vi sim, e já fiz os downloads. Estou bem desinformado em relação a esses relançamentos dos Led; antigamente essas coisas aconteciam com um pouco mais de cerimônia em torno, e de alguma jeito a gente ficava sabendo, já hoje em dia é versão deluxe pra tudo que é lado e eu já não consigo mais acompanhar as notícias... Mas vou dar uma pesquisada, queria muito ter umas cópias novas do III, do IV e do PG, que são meus preferidos, e cujos vinis que tenho aqui estão em tão más condições que nem tenho mais coragem de colocá-los na vitrola, com medo de macular as músicas.

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    3. Aqui uma descrição completinha sobre as cinco diferentes versões (seis, com a digital) que estão sendo lançadas para cada disco: http://www.rhino.com/article/led-zeppelin-first-three-albums-newly-remastered. Infelizmente são só os três primeiros discos, mas imagino que os outros venham na sequência.

      A tal versão "SUPER DELUXE EDITION BOX" é coisa de louco, hein? A do III está 115,00 dólares na Amazon.

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    4. Desde metade do ano passado Page e Plant anunciavam esses lançamentos, de modos que eu já os estava aguardando. Plant disse que há até uma música do Zeppelin cantada pelo J. Paul Jones, mas que este se recusava a permitir lançar nos extras. O restante da discografia está programada para até o fim do ano. Se eu for cometer a loucura de comprar uma dessas caixas (coisa bastante improvável), talvez o PG, que por sinal vai ser mais caros (será dois discos bônus, proporcionalmente?).

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    5. E por falar em compras... http://www.companhiadasletras.com.br/promocao.php

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    6. João Antonio Guerra2 de junho de 2014 às 12:43

      Taí: os dois Osman Lins que eu tava querendo! Muitíssimo obrigado, Fabricio.

      Em tempo: esses dias abri meu email e vi que ganhei mais um cupom de desconto da Cosac pra distribuir. Dessa vez há mudanças: o cupom é de 45% do preço de qualquer compra, sendo que o frete sai grátis só a partir de 120 reais (antes os números eram 50% e 100 reais).

      Quem quiser, é só pedir.

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    7. Eu vou comprar o Claudio Magris que o Charlles tanto fala aqui, e também tô pensando em comprar aquele do Norman Mailer sobre a luta entre o Foreman e o Ali no Zaire. Alguém já o leu? Não tenho interesse especial em boxe (ter sido fã do Rocky na infância não conta), mas ouço falar desse livro já há algum tempo... E o Ali, em particular, parece uma figura peculiar. A história da recusa dele em ir pro Vietnã é fantástica.

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  7. Tou querendo esse do Mailer e Patrimônio. O resto (do que me interessou) tem mais barato na EV.

    Fabrício, eu tampouco me interesso por boxe, mas Segundos Fora, de Martin Kohan, é um dos melhores romances que saiu nos últimos tempos. Recomendo.

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