sábado, 8 de dezembro de 2012

F.




"A única coisa que a literatura é capaz de fazer é o mesmo que um fósforo que se acende no meio da noite no campo: só nos ajuda a ver melhor como são grandes as trevas ao redor." (William Faulkner)

11 comentários:

  1. Postei teu comentário sobre um dos contos do meu livro lá no blog. Abraço.

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  2. Obrigado. E eu sempre aguardando os teus textos por aqui.

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  3. Acabei de comprar a tradução (mais nova) de "O Povoado", da trilogia "Snopes", feita pelo Dupont. Leu?

    Ainda sou fã das traduções da Record, dos anos 80.

    Grijó

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    1. Li tudo que saiu do Faulkner por aqui, Grijó. Tenho a trilogia pela editora siciliano.´Trata-se da mesma tradução, se não me engano, relançada por ter se esgotado rapidamente e a procura ter sido grande. "O Povoado" é o suprassumo de Faulkner, junto a "Luz em Agosto", "Desça, Moisés", "Absalão, Absalão!".

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  4. Enquanto você não volta do seu sabático...
    The Dean's December é bem bom. Acho difícil que venha a considerá-lo o livro ruim de Bellow...
    O problema é que o livro é bem taciturno e arrastado. Bellow teria acertado em cheio se tivesse escrito a metade do que escreveu.
    Não me interessei por exemplo pela transcrição dos artigos jornalísticos que Dean Corde escreveu para a Harper's Magazine, aqueles nos quais ele ataca a pobreza moral e espiritual dos mandantes de Chicago.
    O romance lê como um lamento, menos ritual, mais pessoal, Judaico.
    Você sabe que tive que mergulhar nessa tradição de lamento para escrever o artigo Klage para a enciclopédia de cultura judaíca Simon Dubnow. Pareceu a mim que The Dean's December é uma versão secular (apesar de não menos espiritual) da poesia de lamento Ashkenaz medieval, o piyyut. Ou talvez, haja vista que o romance não lamenta necessariamente nenhum holocausto histórico, seria mais justo compará-lo com o dirge, o canto funerário judeu. (Quem sabe o livro não funciona assim como um lamento pelo fracasso dos grandes projetos utópicos nascidos no Ocidente...)
    O livro fecha com uma imagem belíssima. Dean Corde subindo ao topo do super-telescópio sob os auspícios de sua esposa, a cientista que vive junto às estrelas e que não partilha dos sofrimentos terrenos do marido, e a derradeira tentação de não regressar mais dessa comunhão com o astros,

    The young man pressed the switch for the descent. "Never saw the sky like this, did you?"
    "No. I was told how cold it would be. It is damn cold."
    "Does that really get you, do you really mind it all that much?"
    They were travelling slowly in the hooked path of their beam towards the big circle of the floor.
    "The cold? Yes. But I almost think I mind coming down more."

    Interessante que essa vontade de escapismo perpasse tanto o Dean's December e o Mr. Sammler's Planet.

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    1. Não é o romance ruim de Bellow, com certeza, mas um romance que tem a verdadeira apreciação para iniciados. Concordo com sua leitura, tive as mesmas impressões e ideias (sem a profundidade de conhecimento do mundo judaico que você tem, claro).

      Também acho esse final incrível!

      Desculpe não me aprofundar em uma resposta, como eu gostaria.

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  5. Estranho. Apesar de gostar de William Faulkner, é a primeira vez que vejo uma foto dele de corpo inteiro. Deve ter sido um homem muito bonito.

    Ontem, estudamos Sêneca. Devemos nos acostumar com as trevas se quisermos equilibrar-nos no mundo dos vivos. Então não sou leitor bom, nem apreciador da literatura boa: porque o que ela me faz é ver a beleza da vida. O tempo passa, e eu continuo o mesmo: vendo beleza até no lixo.

    Charlles, faz tempo que não venho aqui. Agora que estou me formando, terei mais tempo de ler as suas belas páginas. Em tempo: sua Júlia ganhou um irmãozinho?

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    1. Rapaz, olha só quem aparece!!

      Parece equivocadamente efêmero o relacionamento virtual, e ainda mais simples trocas de mensagens por blogs, mas há tempos que ando pensando o que teria acontecido com você, Milton. Fechou o seu blog; sumiu. Que bom que está aí, completando seus sonhos. Eu também vejo beleza em tudo, inclusive nesta nossa procissão nas trevas. Ontem mesmo estava lendo uma elegia ao polemista americano Alexander Cockburn, amigo mas opositor fiel de Christopher Hitchens, em que Cockburn diz: "um contestador hoje em dia seria alguém que argumentasse pela existência do Ser Supremo".

      O Eric é o primogênito.

      Abraços.

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