domingo, 3 de junho de 2012

Velho Demais para Ler Romances, Jovem Demais para Morrer


Em recente post no site da Companhia das Letras, a escritora Carol Bensimon tentou colocar em suspeição o tempo de validade do romance. Como se não bastasse o filão de textos que questionam a relevância desse gênero literário distribuído como praga pelos universos acadêmicos, a  autora usou todo um tom de coisa nova ao ressaltar a já batida afirmação de Philip Roth de que não lê mais romances e que o romance está mesmo fadado a desaparecer. Em substituição a ele, melhor ler-se biografias, livros de viagens e ensaios de história. Aí a Bensimon solipsisma com ar de guerreira estoica das letras ao insinuar: "será o romance uma arte imatura?". Pois se a leitura de romances pode requerer uma energia apaixonada aos 20, 30 anos, e definhar por completo  aos 60 em diante, então_ conclusão que torna todo qualquer requinte matemático que queira ir além das mais prosaicas somas algébricas uma completa perda de tempo_, é passível acreditar que o romance só funcione quando pega por nosso lado adolescente, sonhador, inconformado, dissipativo, aventureiro; nosso lado, trocando em miúdos, tolo. Daí a latente e incontornável imaturidade e a paciência típica da juventude em dedicarmos dias na leitura de meras histórias inventadas, de sentimentos pré-criados em situações padrões fantasistas. Coisa séria e produtiva, que justifique nossas cãs depostas em solene atenção por sobre uma poltrona ao lado de nossos chinelos de feltro da velhice, é o que está nos livros da realidade verdadeira, da matéria testada e validada pela experiência. Como sempre, o texto de Bensimon é sucintamente eficaz para os moldes de leitura ligeira do blog da Cia das Letras, e se finaliza com as gracinhas de ideias rimadas características do humor sofisticado dos jovens talentos das letras nacionais, dando a aparência de que a autora já leu toda a produção romanesca e do alto de suas três décadas de vida (imagino, não sei quantos anos ela tem), pode dividir o suspiro de profeta não muito sofrido que observa por sobre a ruína de um Philip Roth setentão cujos olhos já vararam noites pelas linhas da tradição da narrativa ficcional. Tal texto da Bensimon me lembrou uma antiga parábola do Gibran em que um rapaz se observa no espelho e vê inúmeras semelhanças entre ele e gênios da humanidade, e, no final, cai na cama para um sono de profundo cansaço. 

Se quero uma interpretação do destino da narrativa nos tempos modernos (a narrativa que engloba a multitude conceitual que o romance alcançou), pego pelos ensaios imprescindíveis de Walter Benjamin no volume um de suas obras escolhidas publicadas aqui pela editora Brasiliense. Não à toa admiro muito autores reclusos em si mesmos como Imre Kertész, Cees Nooteboom e Sebald. Na interpretação de Benjamin, o definhamento da narrativa vem de uma causa que é justo a oposta do apressado e bonitinho diagnóstico de Bensimon: desde que a técnica da arte largamente reprodutível para as massas impôs o critério da distração como apreensão estética, em detrimento do antigo recolhimento, o milenar ciclo de experiências humanas passadas de geração a geração desde as histórias mnemônicas até os mais avançados romances do século XX se encontra em decomposição. Decompõe-se porque os poderes da concentração se decompõe. Numa imagem belíssima, Benjamin nos lembra que a arte elevada veio da aspiração à transcendência que extrapolou o terreno religioso e alcançou uma estratosfera filosófica em que a simples palavra, a simples pincelada, o simples bloco de pedra da escultura, é um procedimento da vontade individual e solitária por ir além, por enlarguecer os limites permitidos da expressão: as esculturas nos tetos das igrejas medievais ficavam fora do ângulo de visão dos de baixo; as vênus eram cobertas com cobertores para não serem vistas; os textos eram escritos em línguas mortas sem a mínima preocupação se haveria para eles destinatários; a arte, em suma, era feita para ninguém, era um constitutivo divinatório que em sua reserva orgulhosa dava permissão de entrada para os suficientemente recolhidos. Olhar de baixo as estátuas veladas das catedrais era aprender a sua potência sugestiva, era dividir com o artista uma parte de seus presságios místicos, era fazer-se de si mesmo um sensor artístico. A narrativa se atrofia por atrofiar nos humanos programados pelas rotinas da velocidade técnica a capacidade de acreditar. 

A narrativa é tão incomensuravelmente madura e fundamental para as estruturas da civilização _ a civilização infinitamente transformada da qual Benjamin se deportou não de todo por livre vontade em 1940_, que ela forma o nexo causal imediato que une o velho em seu leito de morte com o jovem em seu longo caminho a percorrer na conquista de seu espaço no mundo. A narrativa conservava a atenção sagrada e respeitosa que fazia o jovem levar a sério a experiência do patriarcalismo que desaparecia materialmente mas não de sua trabalhada memória. Benjamin relaciona a narrativa ao conhecimento que o narrador e o ouvinte_ o escritor e o leitor_ possuem da morte. O narrador se recolhe conformado em seu momento de espera pela morte, e começa a contar. Aqui vemos um ponto de conexão entre Benjamin e Octávio Paz, que escreveu em O Labirinto da Solidão a diferença entre a senhora postiça norte-americana, cujo Mercedes e o apartamento fartamente mobiliado a desvirtuam da ideia da morte, a insere numa dimensão placebante de eternidade em que a palavra morte é sumariamente proibida, e do mexicano padrão cujas festas de comemoração à morte perfilam símbolos da morte por todos os lados, esqueletos dançantes, fotos de defuntos em caixões, a Llorona e o Machucador. Não gratuitamente que um dos bastiões onde a arte da narrativa ainda mantêm seu grau de novidade em pulsão são países latino-americanos onde a técnica, para o bem ou para o mal, se encontra em descompasso com o frenetismo globalizante através da barreira persistente do subdesenvolvimento (fazendo por aqui o atributo das narrativas fantásticas das aldeias judáicas no cenário de demônios e curandeiros dos povoados colombianos, bolivianos ou trinidadenses).

Por isso gosto muito de Kertész, Nooteboom e Sebald. É realmente maravilhoso ler um romance como O Fiasco, de Kertész, onde a exigência de recolhimento é tão imperativa como se o autor estivesse suspenso no tempo em uma era cuja refração de luz é medida em decímetros cúbicos e não milhões. Ouve-se com respeito profundo o que o velho ali escreve naquelas páginas secretas não por ordem do sarcasmo ou da diatribe mal humorada, mas pela rica solidão do homem que tem uma experiência a ser conservada a quem se predispor a convergir-se para aquela afável lentidão, aquela estranha beleza. Ali os valores da humanidade repetidos em sonoridade estoica, pacientemente, com incrível energia. A preocupação de butique da Bensimon se vai estar, na velhice, plantando hortaliças em vez de lendo romances, revela o quanto sua juventude está disposta a durar mesmo contra as evidências da degeneração natural do corpo.

22 comentários:

  1. A escritora acredita ingenuamente em tudo o que os escritores dizem. Ela nem respondeu teu comentário lá, hein?

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    1. Estranho uma autora que nem bem tem uma bibliografia representativa publicada e já faz pose de enfado...

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  2. Minhas tripas tornadas montanhas russas enquanto eu lia e remoía aqueles comentários. Seu comentário foi o que salvou, e por isso mesmo foi abandonado sem resposta.

    Os escritores de-agora se parecem muito, são facilmente reduzíveis a charges. Estou lendo ao menos dois livros de literatura contemporânea por semana; está me doendo no bolso e no peito.

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    1. Te convido a ler dois ensaios de Benjamin sobre o tema, no volume 1 das Obras Escolhidas da Brasiliense. São "A obra de arte na era de sua reprodutividade técnica" e "O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov", e como complemento o ótimo livro do Allan Bloom, "O declinio da cultura ocidental" (esse último, lamentavelmente esgotado e fora de catálogo há décadas, pode, com sorte, ser achado na Estante Virtual). Ler Benjamin é uma imunização iluminada contra essas imposturas vazias cobertas de poses negativistas que vemos por aí. Meu comentário lá no post da moça foi um ato de preguiça, pois havia lido o texto e não me dignava a responder, tamanha a desimportância da coisa. E isso não é enfado de expert ou arrogância, pois qualquer leitor em formação pode encontrar numa biblioteca pública informação suficiente para contradizer tudo que estava escrito ali.

      Eu sempre pensei que o bom romance é uma arte feita por velhos. Uma afirmação não muito dependente da idade biológica do autor_ o quão velho Kafka foi ao depositar aquela sabedoria febril toda na página, aos 30 anos. Não conheço nenhum romance com a mínima validade que transborde juventude. Lamentavelmente os atuais autores nacionais pautam toda a produção nos piores arquétipos da adolescência. Seus romances não oferecem a libertação do recolhimento: são parcerias com histórias em quadrinhos e rock´n roll, mistificações superficiais de Vila-Matas e Bolaño. Um resumo perfeito disso é uma crítica marota que o Galera fez a um romance de Xerxenesky, algo assim: "o romance é bom; lá pela metade tem até zumbis".

      Como diz o crocodilo, em um conto de Mogli: "Respeitem os velhos! Respeitem os velhos!"

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  3. A narrativa está morta para o autor que almeja a glória. Para isso, realmente a narrativa não serve. Ninguém alcança a glória com a venda de 2.000 exemplares (com sorte) de seu último romance. O vaticínio tem se repetido nos últimos 60 anos, volta meia volta, um pouco alterado, esquecido de que, depois de 60 anos, romances são vendidos aos bilhões no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Obviamente, Carol Bensimon não se refere à literatura de massa, mas à literatura enquanto arte que aponta os caminhos do tempo que há de vir - como o futurismo de meu texto publicado hoje. A literatura enquanto arte estaria morta, e vivissima enquanto subproduto de uma subcultura de massas. Nisso, um grau de elitismo estranhamente compatível com a visão inversa da literatura como sobrevivente nas mãos de autores de gênio, porém reclusos. Celebritarismo versus asceticismo, com gradações.

    Uma afirmação esquisita: jovens leem mais que velhos. Quando jovem, lia bem menos que hoje. E lá jovem tem paciência de ler? Carol, se não me engano, também é professora. Ela não sabe disso?

    A perda da aura na obra de arte nos tempos de sua reprodutibilidade técnica é uma ideia teoricamente sedutora, mas com pouca resistência fática. Sequer a velocidade prenuncia uma decomposição da arte e da forma. Ninguém é profeta verdadeiro, porque é fácil ser um falso profeta: basta predizer o fim do mundo. A narrativa não morrerá por uma coisa que me lembro ter sido escrita pelo meu marido, e pelo menos 100 outros: o ser o é para contar. O software é narrativa. A obsessão com mídias sociais é a difusão de contos. A leitura, mesmo diluída entre mil afazeres cotidianos, está neles todos. Diria mesmo que tudo é leitura. Como matar algo que é a própria vida, não a própria vida, mas a vida mesma e geral?

    Ter uma posição é ter um lugar, ter reconhecimento, postar-se como herói diante do mundo e das coisas. Posições muito taxativas parecem de coragem, quando são, na maioria das vezes, de equívoco.

    Essa discussão, na verdade, não cabe. Ou cabe em uma só hipótese: com o fim do mundo. Ouvi dizer que temos bilhões de anos pela frente.

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    1. Com certeza, Rachel, você já leu os ensaios de Benjamin citados acima. Ele diz o que você disse, que a arte sempre vai existir, narrativa e tudo. Só que entra na qualidade dela, nos critérios de aproveitamento moral devido, no dano terrível que começamos a viver hoje da arte sendo apreendida pela fugacidade e pela alienação.

      Discordo de seu primeiro parágrafo. Acredito sim que ainda haja muito palco para a glória literária e para a influência política do escritor. Basta ver a iconização que se faz em vários cantos da net para autores como Pynchon, Vila-Matas e Javier Marías. Mesmo para escritores mais desconhecidos como Nooteboom existe sim um mercado de interesse com publicidade excitante e profissionais gabaritados em venda. A literatura está muito em alto. Benjamin fez seu texto há mais de 80 anos.

      E, Ulysses, mais uma vez em seis anos, está na lista dos mais vendidos do Brasil.

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    2. os resmungos contra a falta de qualidade literária são bem Harold Bloom mesmo. Mas isso, como você gosta, é coisa de reacionário. O refúgio no conforto conservado da alta literatura que não existe mais, essas coisas. Benjamim não lamentava: procurava o entendimento e reconhecia que algumas coisas poderiam acontecer, mas as mudanças não eram de todo previsíveis, tanto que uma mudança na qual ele acreditava terminou por não se realizar, que era a tomada da indústria cultural pelas próprias massas através do cinema.

      Nós nunca devemos esquercer que a literatura é uma arte que, como as demais, podem lançar luzes para o posterior desenvolvimento da sociedade, mas ela não muda a sociedade: nasce dela e nela está imbricada.

      Há um livro que estou lendo, quase terminando (nao sei se escreverei sobre ele): "Sombras Marcadas", de Kamila Shamsie. Discorre sobre questões importantíssimas acerca da suposta dessintonia entre o indivíduo e a sociedade, as forças governantes e determinantes que se sobrepõe sem na verdade se sobrepor aos interesses individuais, justo por esses não saberem se situar como coletivo e, assim, terminar por servir como vítimas escolhidas para melhor realização dos objetivos dos poderes dominantes. Faz maravilhosamente bem a conexão entre o particular e o geral, entre o moral e o pessoal, o político e o sentimento do mundo. Foi publicado em 2009 no exterior, em 2012 no Brasil. Fala ao mundo de hoje partindo de um marco do passado até chegar a um marco do presente, e como as pessoas seguem o caminho histórico sem perceber que, pelas suas ações ou inações, conveniências e alienações, sustentam um estado de coisas que elimina qualquer possibilidade de realização individual que não seja mera ferramenta para projetos que se coletivizam de cima para baixo.

      Quando falei em glória literária me referi à glória literária dela, Carol Bensimon, mais distante do que ela pôde supor quando começou a escrever. Daí o desencanto, e a descarga de humor azedo contra a sobrevivência da literatura.

      Ulysses é vendido. Será lido? Acho que fica bonito na estante.
      De uma maneira ou de outra, não deve importar a esxcritor nenhum a glória. Isso é para os Brás Cubas da vida.

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    3. Rachel, o reacionarismo a que sempre me refiro não tem o significado pejorativo utilizado na política brasileira, nem passa pela graça azeda de Nelson Rodrigues. É tão somente a ação consciente de formar barreiras contra uma série de tentativas pontuais (muitas vezes bem sucedida) vindas de um exterior pernicioso e mal intencionado. E note, nesse meu texto eu não proferi nenhuma opinião sobre a obra da Bensimon, que nunca li além da primeira página de Sinuca Embaixo D´´agua (que, aliás, achei admiravelmente bem escrita). E a menção a Galera, se soa negativa, vai ver é por ser uma pura citação das palavras dele.

      A literatura mudou várias vezes a sociedade, sim. Eu poderia citar muitos exemplos conhecidos, desde os mais pragmáticos, como a mudança do sistema penal francês depois da repercussão de um romance de Victor Hugo, ou da legislação sobre orfanatos no Reino Unido em consequência de Oliver Twist, a reformulação total das técnicas de abate de gado nos EUA após a publicação de um best-seller sobre o tema, até panoramas mais abrangentes como as mudanças feitas na maneira de se ver a História através da valorização das narrativas das mentalidades e do oralismo. E a história do comunismo do século passado, se não cabe aqui afirmar que é toda centrada na leitura, tem um adendo só notado pelos que leram a biografia de Stalin: o homem mais poderoso do século tirava seu modelo de moral e disciplina férrea de uma série de livros infanto-juvenis da qual ele não se separava nem quando queria ser uma sombra do teórico radical Trotski.

      Bom, penso que só a aproximação da beleza de um volume de Ulysses na estante já faz uma diferença enorme para os donos da casa. Alguém sempre lê um livro, mesmo que seja daqui duas gerações, em que a capa vai estar amarelecida pelo longo exílio.

      Tá anotado o nome do livro.

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    4. Já citei aqui em outro post: um outro exemplo de uma mudança notável perpetrada pela literatura está nos feitos tornados possíveis a Tolstói depois que ele publicou Ressurreição. Como sei que você leu o volume dessa obra lançada pela Cosac _ seu post me influenciou a comprá-lo_, então você sabe que Tolstói quebrou sua dieta de não mais escrever romances, escrevendo este, pela razão de usar o dinheiro das vendas para deportar todas as centenas de famílias de religiosos perseguidas pelo czar. Antes que os soldados do czar chegassem no local de refúgio da seita pacifista, Tolstói já os haviam mandado para o Canadá, com todas as provisões seguras que garantiu a fundação de uma cidade na qual hoje celebram o humanismo REACIONÁRIO do grande escritor.

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    5. Na sua coluna de ontem, Vladuimir Safatle cita Celso Furtado: "Falar de desenvolvimento como reencontro com o gênio criativo e como realização das potencialidades humanas pode parecer simples fuga na utopia. Mas que é a utopia senão o fruto da percepção de dimensões secretas da realidade, um afloramento das energias contidas que antecipa a ampliação do horizonte de potencialidades aberto ao homem? Esta ação de vanguarda constitui uma das ações mais nobres a serem cumpridas pelos intelectuais nas épocas de crise".

      Para dizer que o artista percebe as demandas correntes e as transforma apontando para uma direção; antes, porém, tem que haver condições dadas pela sociedade, não criadas pelo artista, mas que ele, o artista tanto quanto qualquer outra pessoa, pretende transformar. Inserido nesse contexto, como Dickens, da exploração da miséria e da criança durante a Revolução Industrial inglesa, destacando, pondo em relevo, o artista ajuda a transformar, mas não transforma sozinho. E ainda bem: alguns visam transformar no sentido inverso. Reagindo a favor das tradições. Reacionariamente.

      A salientar, o último livro de Tolstói foi Kadji Murat.

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    6. Tá certo. Mas Ressurreição foi o último publicado em vida. Kadji Murat é uma obra póstuma.

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  4. Discussão inócua. Se Marcos Nunes ainda escreve narrativas é porque a narrativa sobrevive.

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  5. Baixei dois volumes da coleção da Brasiliense, lerei-os hoje quanto terminar meu Joyce. Allan Bloom não encontrei disponível para download nem tenho dinheiro para comprar, mas guardei o nome: descobri que ele era amigo de Saul Bellow, e isso soa sagrado.

    "Tem zumbis no meio" foi a fala de Galera, no site de Xerxenesky, e não a esquecerei: bateu em estupidez até mesmo a Beatriz Rezende, rainha ranheta daqui da UFRJ.

    O bom poeta se recolhe e se distende, com a obra, pró-pondo o recolhimento. Esse movimento só se dá em solidão, i-mediato -- a importância dos anos está aí. Nem todo mundo é Rimbaud.

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    1. Era para responder ao charlles, mas sou um imbecil da internet.
      Mas já falando de imbecilidades, olha aqui a lista dos possíveis escolhidos da Granta: http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2012/06/03/os-mais-votados-da-granta-e-a-selecao-da-lettretage/

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    2. Compensa gastar 10 reais por esse livro. Uma pechincha sem igual para uma obra de altíssimo nível e que, de quebra, vendeu tanto que deixou Bloom milionário. O prefácio é de Bellow. É um dos mais importantes da minha biblioteca:

      http://www.estantevirtual.com.br/q/o-declinio-da-cultura-ocidental

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    3. Comprarei quando o dinheiro do meu estágio cair. Até lá, estarei inclusive sem almoço este mês.

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    4. Já passei por isso, preocupa não. :-)

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  6. Encontrei sem procurar a entrevista de Roth na internet. Eu gosto da Bensimon, mas ou ela não leu a entrevista inteira, ou ignorou não sei porque essa resposta:

    Os críticos europeus denunciam o isolamento cultural da ficção americana. O senhor concorda com a análise?
    Roth – Não. O que vejo é surgir um bom romance americano a cada semana. Só para mencionar meus amigos, há a Joyce Carol Oates e DeLillo. Entre os novos, Nicole Krauss tem produzido romances excelentes, como Great house. E Mollly Molloy, autora de El Sicario. A ficção americana cresce nos momentos difíceis.

    Como ele poderia fazer tal afirmação sem ler romances com frequencia?



    Entrevista aqui: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/09/philip-roth-cultura-literaria-vai-acabar-em-20-anos.html

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