Ontem assisti ao Sonhos Eróticos de Uma Noite de Verão, de Woody Allen. Está longe de ser o melhor filme dele, aliás julguei-o tão ruim que só foi possível assistí-lo até o fim em duas partes. Mas, como em todas as obras de pouca inspiração, há uma fagulha de angústia genuína, quando o personagem interpretado por Allen revê após anos a personagem interpretada por Mia Farrow. Todo o filme se passa numa casa de campo, no que imagino ser a Inglaterra dos anos 1900 ou 1910, e é lá que o casal, que só se viram num momento crucial de suas juventudes, é absorvido pela pesada sensação de perda diante a realidade de que o beijo que deixaram escapar à beira do lago, naquele longuínquo tempo, poderia ter determinado que fossem felizes juntos. Mas agora, o personagem de Allen está casado com uma mulher frígida, tendo que derivar suas energias sexuais acumuladas para suas invenções tresloucadas de descascadores de maçã e instrumentos voadores, e a personagem de Mia se casará com um gênio acadêmico com o dobro de sua idade no dia seguinte. Nada podem fazer diante o momento sublime não consumado, mas seus diálogos fugidios_ a exasperação alleniana por sua timidez idiota em não ter dado o beijo_ revelam que a vida de cada um fôra só a acomodação às contingências, um prosseguimento nas trivialidades cotidianas que o lapso daquele crime temporal havia resultado.
Assisti a essas coisas com o coração na mão, como dizem. Eu, à beira dos 40, com dois filhos e uma mulher com os quais sou absolutamente feliz em amplos sentidos. E tais cenas fizeram voltar a lembrança do que sempre imaginei que iria ser o motivo de uma vida derrotada. Com meu romantismo ainda não decantado e ridicularizado o suficiente, antes de me casar eu girava como um galo pela cidade, e nas voltas trôpegas pelo caminho de casa, de madrugada, eu me deparava como em sonho_ como naquelas alucinações fellinianas de retalhos da infância provinciana_ com um velho sentado num tamborete desconfortável diante a televisão, no quadrângulo desconsolado de uma porta aberta para a rua, num casebre de esquina de paredes de tijolos crus. Ele não me via; mostrava-se tomado por completo pelas forças de algum antigo e já cordial arrependimento, para o qual, contudo, o ruído da televisão servia para manter essa sua companhia sonolenta, retirar desse seu fiel capataz qualquer afã em elevar a voz; seu olhar vago, sua boca entreaberta_ a boca de um velho_, mostrava a calma astúcia de quem já conhece e domina as manhas de seu companheiro. Eu partia dali acelerando os passos, policiando-me para que não alcançasse aquele lugar novamente, mas o velho sempre me encontrava.
Quando eu fazia o curso de veterinária, apaxonei-me de forma doentia pela moça mais bonita e inteligente da turma. Acho que não tem nenhum mal dizer que se chamava Adriana. Eu passava as aulas olhando o seu perfil, estudando-lhe os gestos (meu deus, não consigo tirar esse tom demodê do texto!). Quando soube que ela fazia estágio no departamento de Reprodução Animal, inscriví-me como voluntário para auxiliar nas pesquisas. Assim, consegui a felicidade de sermos nós dois os últimos a deixarmos o prédio, à noite. Acompanhava-a do ponto de ônibus até o seu prédio. Claro que ela sabia da minha devoção. Ela era toda recatada, centrada nos estudos, falava num português impecável e mesmo que nós passassemos fins de semana em seu apartamento corrigindo material de pesquisa, havia um filtro de polidez entre nós que dava uma qualidade de cinemascope a toda brincadeira. Por vezes ela me fazia sentir ser o adolescente de Verão de 42 (e ela se parecia demais com a Jennifer O´Neil). Como sempre em minhas atitudes, havia uma pedra basal de farsa por debaixo daquele platonismo. Numa noite mais impulsiva, quando já eramos íntimos o bastante para sentirmos a falta da companhia um do outro, confessei em palavras ordinárias que a amava. Ela aludiu à áurea fantasmal de um amor oculto, para o qual ela ainda simulava fé, para dizer que entre nós não poderia haver outra coisa que amizade. Disse que nossas índoles eram avessas demais para dar certo, eu com minhas aptidões de ex-estudante de jornalismo com os cabelos compridos, e ela com sua disciplina em conquistar um lugar no mundo por si mesma. Mas pelos próximos meses ela ficava em estado de êxtase. Eu havia sussurrado ao ouvido dessa Nádia as palavras eólicas do conto de Chécov: amo-te Nádia; amo-te Adriana. Eu tentava beijá-la, sentindo o perfume de seus cabelos, mas ela sorria de completa e faceira alegria ao desviar o rosto. Eu escrevia poemas todos os dias para ela_ uma coisa me veio agora, deixei de escrever poesias para sempre por causa dessa ilha espiritual_, e lhe entregava. Instruí-a na leitura de romances. Lemos praticamente juntos, ela deitada em meu ombro, o Finado Matias Pascual, cuja personagem também se chamava Adriana e também era belíssima. Enfim, em circunstâncias outras, estava ela sentada na bancada da sala de pesquisas e eu em pé diante ela. Toda a turma estava na sala de aula ao lado, assistindo as explicações de um mestre argentino. E eu disse: não seria ousado que justo hoje você me cedesse um beijo, com tanta gente que poderia nos flagrar? Ela disse um massacrante pois bem que me fez aproximar os lábios dos dela, sentir-lhe a respiração opressiva. E...me neguei. Só isso: me neguei. Rimos nosso riso com um pouco menos de brilho de quando o cinema acaba e o cinemascope é suplantado pela luz da rua miserável nos fundos da saída. Eu namorava um outra menina então, coisa que ela ainda não sabia, e acho que foi por consideração à outra que não lhe beijei. Depois ela nos viu sentados no pátio, e teve um comportamento tão díspare de choque, que tive que atender às suspeitas da namorada contando que eu a amara uma certa vez, há muito tempo, esqueci não te preocupes. Uns dois anos depois, na festa de formatura, ela me tirou do baile, me levou para um canto no jardim onde ninguém, só o meu remorso, poderia nos ver, e ela estava linda de uma forma absurda, linda de uma forma trágica que me fez pensar o quanto eu teria que remodelar todo o planejamento para minha vida dali em diante se errasse o passo. E...me neguei.
A juventude nos faz pensar assim, ser possível morrer por um momento desperdiçado. Tentei imaginar depois como seria seu beijo, mas nunca consegui. Em vários momentos teria dado tudo por aquele beijo. Ontem, porém, o filme de Allen tanto me perturbou quanto me arrefeceu. Por detrás dos personagens de Allen e Mia, haviam Allen e Mia.
Por último, o título:
ResponderExcluir"O existencialista num botequim virtual"
Em seguida, o texto:
É curiosa essa lógica sem lógica do engano e do desengano, das coisas que fizemos e nos arrependemos e das que nos arrependemos porque não fizemos, ou dessas coisas que simplesmente não acontecem por mais que nós tenhamos desejado um dia que acontecessem e, quando estava próximo um dado acontecimento, nós refugamos que nem cavalo de prova hípica diante de um obstáculo.
Todos os dias, acordados ou imersos no mundo dos sonhos (e pesadelos), pensamos em fazer coisas que nos garantam mais um dia, uma motivação para prosseguir, a vontade de viver. Agarramo-nos às coisas, precisamos delas para perceber a nós mesmos, enquanto, ao mesmo tempo, queremos moldá-las para servir aos nossos próprios intentos. Somos assim, os entes humanos, a querer perceber, como disse Spinoza, as coisas com um certo sentido de eternidade.
A humanidade, porém, é um fenômeno raro, novo, mas sem destino além do perecer, um dia a mais ou a menos para cada um, uns séculos a mais para o conjunto da vida humana neste planeta. Mas a verdade que temos de encarar, mesmo com medo, angústia ou até desespero, é a efemeridade de tudo que para nós faz sentido, possui vida orgânica, pode se ver, comer, beber, servir de estrutura às casas, prédios e pontes, ter cheiro, ser respirável, tocável, audível, sensível ou mesmo insensível. Ainda que algo ou muita coisa exista além e depois de nós, nossa ausência torna esse tudo nada.
Acrescente a isso o malogro existencialista sartreano e chegamos à verdadeira dimensão humana, expressa por Nietzsche em termos mais ou menos assim: "Durante milênios ele (o Homem) não existiu; depois que tiver desaparecido, nada terá acontecido".
Resta-nos fixar a nossa existência nesse vazio e agir como se o próximo passo tivesse algum sentido e propósito. Somos mesmo os reis do autoengano, carentes de autoajuda, presos na busca da autoestima...
Caralhos, hoje me levantei mais uma vez para cumprir os rituais que conferem à existência sua prova, e mais uma vez só encontrei as correntes dos hábitos e costumes que nos tornam aquilo que somos. É mais um desabafo, mas um desabafo antes do riso que, como tudo, não revela nada além da fatuidade em sua expressão caracteristicamente humana. Diante do que, como se diz, carpe diem.
Mas antes que me esqueça: o filme do Allen é horrível, como 99% dos filmes ou cenas de filmes que ele escreveu e fez. O que mais me irrita é que ele mesmo diz isso, mas as pessoas acham que ele está sendo blasé, e não está, nisso ele tem toda razão quando diz “Meus filmes são ruins”. São mesmo!
Defendo com todas as letras minha certeza de que você e Javier Marías tem estilos bastante parecidos. Estava tentando lembrar qual a porra de post que havia programado para escrever desde domingo, qual?, qual?, e a soturnidade existencialista de seu comentário se entremeou entre as névoas da minha morte neuronal provocadas pelo vinho (uma vez me propûs parar mesmo com o vinho, aí li uma referência sua à garrafa que levou tudo para as cucuias). Enfim, o post é sobre Onetti; como ele é O MAIOR ROMANCISTA LATINO AMERICANO DE TODOS OS TEMPOS, o mais capacitado, mas que, de certa forma, por mais que sua produção seja espetacular, se desperdiçou pelo excesso de tristeza, de negror, de depressão (dar a seu maior romance um título "A Vida Breve", é o mais extremo dos pesos espirituais uruguaios).
ResponderExcluirGosto de uns sete filmes de Allen, gosto mesmo, mas ainda assim não o julgo um grande cineasta, sempre percebo o que ele deixa perceber nitidamente, que tudo ali não passa de brincadeira. Também adoro sua leveza: perguntado por um repórter o que ele achava da morte, responde: sou contra.
A diferença entre o escritor Charlles e Onetti está na medida e intensidade com que ambos vivem o remorso. Paenitentia, que nada tem que ver com a penitência cristã, versão latina do remorso, é um cão que se alimenta do quanto o seu dono se dispõe a dar por debaixo da mesa.
ResponderExcluirO seu texto apenas esfrega o pedaço de carne no focinho do cão. Lembrou-me mais Kundera do que Onetti ou Allen. Se a Adriana fosse Mia Farrow, o narrador sairia do baile de formatura e encontraria seu próximo amor efêmero na porta de um taxi compartilhado. Mas como Kundera, o narrador aqui brinca com as vissicitudes da paenitentia. No final paenitentia é farsa, e o imaginar-se sentado na madrugada diante de um antigo televisor como o velho insone, projetos descompromissados que já não possuem nem mais sombra de algo a que se possa chamar de remorso.
Terrível é o auto-vaticínio de se fazer uma cidade inteira chamada paenitentia. Habitá-la de personagens, e fazer domicílio nela, fazendo de Santa Maria sua Buenos Aires ou Montevidéo. Mas ao contrário do que você escreveu, acho que isso é que torna Onetti o maior escritor do continente.
Ah, e antes que me esqueça, você é bem mais exciting de se ler na ficção auto-biográfica, essa um pouco à moda de Kenzaburo Oe, do que na que não faz alusões à biografia. Do que li seu, o personagem mais fascinate que você me apresentou é aquele construído em torno da memória e paenitentia, mesmo que fingida, suas.
A LESMA
ResponderExcluirby Ramiro Conceição
Sou lento… muito lento…
pensando-sentindo tudo!
Uma pedra, para mim,
é um Pão de Açúcar,
uma palavra, uma odisseia.
Sim... sou uma lesma
fantasiada de homem.
Não sei como fabrico poemas.
Devo ser uma lesma... alada,
um bicho-papão em mutação,
uma espécie de dragão, muito gosmento,
a ser colado na imaginação das crianças.
De início, fui uma lesma católica;
depois, tornei-me uma marxista;
freudiana; nietzscheana; reichana;
e, hoje, sou uma lesma quase feliz:
uma espécie de catassol aprendiz,
que ama navios perfumados a mar.
É, agora estou literalmente a ver navios,
que sabem…: a tristeza ou a felicidade
são migratórios pássaros de passagem.
Embora lenta… a sabedoria da minha lesma
ensinou-me que tudo é rápido, muito rápido,
que o relevante não é a distância percorrida,
porém a profundidade e a altura do calado à
geração de rastros, na busca de longínquos.
Melhor do que um milhão de beijos: um único dado.
Melhor que um milhão de olhares: um único amado.
Melhor que uma biblioteca inteira: um poema alado.
Sim,
meu relógio são relâmpagos:
a hora exata dos vaga-lumes,
das araras… e das maritacas!
Talvez eu só pareça com Javier Marías quando passo ao exercícicio de meu niilismo tropical maníaco-depressivo chanchadesco, o que às vezes ocorre quando leio seus textos, ahn, digamos, mais confessionais (confissão é um arte de transformar a ficção em entendimento para o outro, escondendo, contudo, elementos essenciais à trama da mente, confundindo-as com as tramas da literatura).
ResponderExcluirPessoalmente não sou chegado a escrever refletindo sobre a minha pequena existência; só gosto de pensar em mim através de personagens que nada tem a ver comigo, mas passam a ter porque no instante em que os invento passo a dialogar com eles para tentar entendê-los ou rir com eles, ou simplesmente comigo mesmo.
Mas não gosto de coisas que me soam como manifestação de elegâncias frívolas e estéreis (o que não acontece quando leio textos como o esse seu O passo etc., falo do refinamento dos tolos). Falar nisso (no personagem Casaubon), já comprou Middlemarch?
Por fim, achei interessante teu texto por tratar desses descaminhos que levam a acumular algumas frustrações que vão se desmontando e se agregando a novas experiências, produzindo em nós paranóias contínuas e desajustes eternos com nossa, digamos, esfera desejante.
Por fim dois, li o Jakob von Gunten, mas não direi nada sobre ele porque o passei para a Rachel e talvez ela queira dizer alguma coisa sobre ele. Não sei se você apontou isso, mas gostaria de citar só uma coisa: Jakob von Gunten contém quase toda obra do Gonçalo M. Tavares, que reconhece não apenas a influência de Walser em sua literatura, mas arremeda seu estilo e usa até mesmo os nomes de seus personagens nos livros dele.
Luiz, um mentiroso afirmar que nunca fez mais que o contrário, mais que o não mentir, nunca é acreditado. Embora não venha ao caso_ o caso é a tentativa de impregnação de graça na escrita_ menti muito pouco nas coisas pessoais que escrevi aqui.
ResponderExcluirMuitas vezes gostaria de achar o modo certo de te fazer escrever mais as informações valiosas que demonstras ter. Essa Paenitentia transformada em cidade para que nela more seus personagens, Santa Maria, é uma baita de uma imagem elucidativa de Onetti, e uma pressuposição carregada de ideais.
Como és o responsável_ já que te falei que, sem sua intrusão, dificilmente teria me disposto a ler Onetti_, sabes que por agora só li um livro do uruguaio. Estranho a sua posição periférica, estranho_ ou nem tanto_ Borges ter se ocupado a dizer que Pedro Páramo é um dos maiores romances do mundo e ter se silenciado de forma tão cabal quanto a Onetti. Nunca li a mais efêmera menção do argentino ao autor de Vida Breve. E...já que toquei no assunto: Juan Rulfo nunca me convenceu.
A visão do velho é real. Ele mora próximo de 4 torres desativadas de uma antiga usina. Por mais que eu seja farsesco, haviam noites que eu tinha completas vertigens de solidão, e me imaginava como ele.
Marcos, a sua escrita é elíptica como a de Marías. Leia apenas a primeira página de Seu Rosto Amanhã que saberá o que estou dizendo. Acho isso uma grande qualidade e habilidade literária, ainda que difícil, num primeiro momento, para ser apreciada. Não querendo parecer chato, mas já que EU é que realmente li algo seu, e você que, ortodoxamente, seja o escritor publicado, reitero essa crítica feita alhures, a de que deves, em futuros livros, aprofundar mais nessa técnica.
ResponderExcluirAinda não comprei Middlemarch. Ia fazê-lo há algumas semanas, mas tenho uns dez livros recém adquiridos os quais tenho que ler imediatamente. Mas com certeza o farei em breve.
Gostaria muito de saber sua opinião sobre Jakob von Gunten. Achei-o maravilhoso. Direto, engraçado, cheio de subliminaridades sem ser maçante na busca de leituras multisignificativas. Um exemplo de literatura perfeita: rápida, cheia de sombras mas ora ou outra invadida por luzes de alegria e libertação. De certo modo, me encantei mais com Walser do que com os desenvolvimentos que Kafka fez dele.
Não tinha me dado conta das semelhanças com o Gonçalo. Puxa, parece óbvio, né?
ARQUITETURA
ResponderExcluirby Ramiro Conceição
É, urgente! Necessito mudar a casa:
o portão será de um beija-flor alerta!;
a porta terá um tapete e uma cortina
à entrada… ou, porventura, à saída;
as janelas serão os cílios dos corações;
os ladrilhos, pisos às visitas bem-vindas;
a minha língua será um limpo pano de chão;
as mãos, os pés das mesas; os pés serão mãos
à imaginação, às luminárias… de muitas almas;
o vaso sanitário, com certeza, será da insensatez;
o chuveiro… banhos à lucidez; as camas, às ramas
da delicadeza; os armários, aos refúgios da beleza;
o cachorrinho?… serei eu mesmo, sem donos;
afinal, ao futuro longínquo dedico este sonho!
Ahn... não queria dizer nada porque pode ser lido e macular o puro olhar da leitora. Se ela me disser depois da leitura e conversa que sim, pode falar sobre o assunto que eu não escreverei nada sobre o livro (o que é mais provável), aí eu mando alguma coisa a respeito.
ResponderExcluirSó posso dizer que eu gosto mais dos contos de Kafka, pois a influência de Walser neles está bem deglutida, é por demais liquidificada; esses contos tem abordagem mais própria - é Kafka, não é um escritor sob influência, não é, logo, Gonçalo M. Tavares, e o humor kafkiano me é mais conexo, enquanto o jeito sardônico do Walser me soa por demais arrogante (aliás, uma das marcas do personagem é a sua arrogância mal recoberta no relato que funciona como um romance de deformação, tão anti-Wilhelm Meister e consagração da revolução burguesa).
Melhor parar por aqui.
Mas trata-se de um romance contra o conformismo burgues, não tinha como não ser arrogante...
ResponderExcluirNota: claro que Kafka é melhor. Mas, saturado um pouco de Kafka, Walser passa a impressão de não perder muito de longe.
ResponderExcluir(Para quem interessar, a livraria cultura pôs todo o catálogo da CosacNaify a 50% de desconto, no prazo de 24 horas. Corram lá meninas!)
Bem que o Marcos tinha me avisado para não passar aqui hoje, ou ao menos não ler os comentários...
ResponderExcluirO seu texto me fez pensar na classificação conto/crônica. Aparentemente, pode ser uma crônica acerca de questões impostas por um aspecto de um determinado filme que levanta poeiras mal assentadas do passado recente; mas também pode ser um conto que parte de uma sessão de cinema e examina ficcionalmente lembranças de um dado personagem.
Mário ee Andrade dizia que conto é aquilo que chamamos de conto. Então... é um conto ou uma crônica?
Uma reminiscência solta?
ResponderExcluirLola costuma dizer que um blog sem comentários não é blog (precisei remover os meus - meu ''caderninho de impressões'' está valendo pontos). De tudo o que li aqui nos comentários, assaltou-me a certeza de que ainda há muitos autores que não conheço. Apressei-me em anotar um por um para compras posteriores no Estante Virtual. Gostei muito do texto, muito. É exatamente isso. Uma crônica (reminiscência solta) despertada por outras artes.
ResponderExcluirRemovestes os comentários por questões acadêmicas. Ah, bom! Já estava assustado.
ResponderExcluirMilton, conheço alguns blogs extraordinários que pouco ou nada tem de comentários. A Lição da doutora não procede.
ResponderExcluirOi, Charlles, sabe como é uma sala de aula: colegas logo aventam hipóteses sobre quem nos referimos num post. Como eu o disse de início, o blog faz parte das disciplinas Análise do Discurso e Prática Pedagógica, respectivamente. Isto é, em teoria, pois eu o tinha desde 2009. Um professor já disse que a linguagem diferencial que uso não será a mesma que adotarei em apresentações de trabalhos acadêmicos, mas eu vou continuar escrevendo o que me der na telha.
ResponderExcluirQuanto aos comentários, você acredita que, quando iniciei o curso de Letras, já estava oitenta por cento preparado graças às discussões das comunidades literárias do orkut, naquele tempo em que ele era todo "azul"? E todos me detestavam porque eu falava de bestsellers, escrever por dinheiro, de Harry Potter, Paulo Coelho, defendia Afrânio Coutinho,essas coisas...
Fiquei curioso sobre os blogs a que você se refere. O de Milton Ribeiro eu já curto. O seu. O de a Caminhante.
ResponderExcluirbá, tenho um momento assim-assado [num grau muito abaixo, como acontecerá em qq comparação q calhe de vir aqui fazer]. tbm me neguei, tinha tbm uma namorada, mas não foi por isso, embora isso é q tenha usado como justificativa. não sei por quê.
ResponderExcluir[mas deu vontade q a tivesse beijado, charlles! na formatura. hehehe]
arbo
O comentário do Arbo me confirmou: eu e você, Charlles, não temos os planetas nas mesmas casas...
ResponderExcluir(quem quiser explicações que vá no meu blog e aumente meu número de visitas)