sábado, 16 de julho de 2011

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Há lobos em todos os poemas, menos em um. (Jim Morrison)

14 comentários:

  1. É Charlles Campos com a filha Júlia?

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  2. Já eu perguntaria quem é esse que carrega a famosa e gatíssima Júlia.

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  3. Obrigado, Ramiro. Felicidades à sua família, a do Milton Cardoso e a da Fernanda.

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  4. Haha
    A sua expressão de "eu sou o cara mais feliz do mundo quando estou com essa preciosidade nas mãos" é espetacular e verdadeira. Sei bem o que é isso.
    Felicidades!

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  5. crianças são versos repletos de anjos...

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  6. Aos seus, Charlles...


    CHEGANÇA
    by Ramiro Conceição


    Entre tropeços, trapaças… e mil beijos,
    costurei os pedaços do meu espantalho.
    Mas os pássaros teimam em fazer festa à volta
    dos meus cabelos…Sim, tornei-me um palhaço
    de um circo trágico: um espaço onde Picasso
    brinca, a encantar Portinari, enquanto Einstein
    lança pedrinhas ao vento e Garrincha ri… ao tempo,
    pois deixou Van Gogh a procurar o amarelo dum gol
    absurdo de Pelé, um sonho de Pessoa que, bêbado,
    dorme até a hora da chegança de Caeiro com os seus
    carneiros a balir entre os dentes os poemas de Dante,
    de Goethe, de Poe, de Rilke, de Bandeira, de Whitman,
    de Drummond, à colossal manhã verdadeira do mundo.
    Nietzsche acaricia o bigode. Shakespeare…não mata ninguém
    porque D. Quixote virou o amor de Camões que não é zarolho.
    Marx penteia a barba e os cabelos…Dostoievski abrasa as batatas
    que Machado então colheu. Sócrates cutuca Platão, porque Freud
    está feliz… Enquanto Joyce, Homero e Bach, Lennon&McCartney
    preparam o cancioneiro pra Beethoven que, pela primeira vez, irá
    ouvir.

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  7. Obviamente não é um retrato da filha, mas do pai; do aconchego da filha nos braços do pai, diria tão freudianamente, a expressar sua masculinidade, sua força, sua potência, sua superioridade, o patriarcalismo do pai de família orgulhoso.

    Essa é uma análise de gênero. Vê como pode ser ruim?

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  8. Engraçado, Rachel, que nenhum dos comentários tenha se atentado (ao menos expressamente) ao verso do Morrison. Você o fez olhando do negativo: o que a foto expressa de formalismo, de conceitos, de vaidade patriarcal. Esses, diria, são os "lobos", a normatização. Por isso, em tudo se aceita o referencial convencional. Gostei dessa foto, tirada sorrateiramente por minha irmã na praça, por ter-me feito lembrar das memórias de Isak Dinesen (ai, o meu pedantismo!) em que ela tem como antiga lembrança da proteção contra as agrúrias do mundo os braços do pai na infância. Existe sim pureza. O Farinatti acertou.

    Abraço.

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  9. Que horrível, Rachel. Pior que seria bem assim.

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  10. Vê, Charlles, que a Caminhante entendeu. O tecto que escrevi antes seria uma caricatura de análise da foto focada na questão do gênero. O resultado foi aquele. É por isso que não gosto desse tipo de análise segmentada.

    Da foto, poderia aferir uma comprovação que o ser humano tem em si o altruísmo do cuidar, do afeto desinteressado em proteger, mesmo que o sorriso revele não só, digamos, a "beatitude" (não gosto da palavra, mas foi à que veio à mente agora) desse cuidar, mas um íntimo orgulho.

    É isso que a análise a partir do gênero nos nega: a identidade comum humana. E é isso que é necessário ultrapassar.

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