Haha A sua expressão de "eu sou o cara mais feliz do mundo quando estou com essa preciosidade nas mãos" é espetacular e verdadeira. Sei bem o que é isso. Felicidades!
Entre tropeços, trapaças… e mil beijos, costurei os pedaços do meu espantalho. Mas os pássaros teimam em fazer festa à volta dos meus cabelos…Sim, tornei-me um palhaço de um circo trágico: um espaço onde Picasso brinca, a encantar Portinari, enquanto Einstein lança pedrinhas ao vento e Garrincha ri… ao tempo, pois deixou Van Gogh a procurar o amarelo dum gol absurdo de Pelé, um sonho de Pessoa que, bêbado, dorme até a hora da chegança de Caeiro com os seus carneiros a balir entre os dentes os poemas de Dante, de Goethe, de Poe, de Rilke, de Bandeira, de Whitman, de Drummond, à colossal manhã verdadeira do mundo. Nietzsche acaricia o bigode. Shakespeare…não mata ninguém porque D. Quixote virou o amor de Camões que não é zarolho. Marx penteia a barba e os cabelos…Dostoievski abrasa as batatas que Machado então colheu. Sócrates cutuca Platão, porque Freud está feliz… Enquanto Joyce, Homero e Bach, Lennon&McCartney preparam o cancioneiro pra Beethoven que, pela primeira vez, irá ouvir.
Obviamente não é um retrato da filha, mas do pai; do aconchego da filha nos braços do pai, diria tão freudianamente, a expressar sua masculinidade, sua força, sua potência, sua superioridade, o patriarcalismo do pai de família orgulhoso.
Essa é uma análise de gênero. Vê como pode ser ruim?
Engraçado, Rachel, que nenhum dos comentários tenha se atentado (ao menos expressamente) ao verso do Morrison. Você o fez olhando do negativo: o que a foto expressa de formalismo, de conceitos, de vaidade patriarcal. Esses, diria, são os "lobos", a normatização. Por isso, em tudo se aceita o referencial convencional. Gostei dessa foto, tirada sorrateiramente por minha irmã na praça, por ter-me feito lembrar das memórias de Isak Dinesen (ai, o meu pedantismo!) em que ela tem como antiga lembrança da proteção contra as agrúrias do mundo os braços do pai na infância. Existe sim pureza. O Farinatti acertou.
Vê, Charlles, que a Caminhante entendeu. O tecto que escrevi antes seria uma caricatura de análise da foto focada na questão do gênero. O resultado foi aquele. É por isso que não gosto desse tipo de análise segmentada.
Da foto, poderia aferir uma comprovação que o ser humano tem em si o altruísmo do cuidar, do afeto desinteressado em proteger, mesmo que o sorriso revele não só, digamos, a "beatitude" (não gosto da palavra, mas foi à que veio à mente agora) desse cuidar, mas um íntimo orgulho.
É isso que a análise a partir do gênero nos nega: a identidade comum humana. E é isso que é necessário ultrapassar.
É Charlles Campos com a filha Júlia?
ResponderExcluirExato, o pai e a filha.
ResponderExcluirFelicidades aos seus, Charlles...
ResponderExcluirJá eu perguntaria quem é esse que carrega a famosa e gatíssima Júlia.
ResponderExcluirO não menos gato pai da Júlia. :)
ResponderExcluirObrigado, Ramiro. Felicidades à sua família, a do Milton Cardoso e a da Fernanda.
ResponderExcluirHomens sempre estragem fotos.
ResponderExcluirHaha
ResponderExcluirA sua expressão de "eu sou o cara mais feliz do mundo quando estou com essa preciosidade nas mãos" é espetacular e verdadeira. Sei bem o que é isso.
Felicidades!
crianças são versos repletos de anjos...
ResponderExcluirAos seus, Charlles...
ResponderExcluirCHEGANÇA
by Ramiro Conceição
Entre tropeços, trapaças… e mil beijos,
costurei os pedaços do meu espantalho.
Mas os pássaros teimam em fazer festa à volta
dos meus cabelos…Sim, tornei-me um palhaço
de um circo trágico: um espaço onde Picasso
brinca, a encantar Portinari, enquanto Einstein
lança pedrinhas ao vento e Garrincha ri… ao tempo,
pois deixou Van Gogh a procurar o amarelo dum gol
absurdo de Pelé, um sonho de Pessoa que, bêbado,
dorme até a hora da chegança de Caeiro com os seus
carneiros a balir entre os dentes os poemas de Dante,
de Goethe, de Poe, de Rilke, de Bandeira, de Whitman,
de Drummond, à colossal manhã verdadeira do mundo.
Nietzsche acaricia o bigode. Shakespeare…não mata ninguém
porque D. Quixote virou o amor de Camões que não é zarolho.
Marx penteia a barba e os cabelos…Dostoievski abrasa as batatas
que Machado então colheu. Sócrates cutuca Platão, porque Freud
está feliz… Enquanto Joyce, Homero e Bach, Lennon&McCartney
preparam o cancioneiro pra Beethoven que, pela primeira vez, irá
ouvir.
Obviamente não é um retrato da filha, mas do pai; do aconchego da filha nos braços do pai, diria tão freudianamente, a expressar sua masculinidade, sua força, sua potência, sua superioridade, o patriarcalismo do pai de família orgulhoso.
ResponderExcluirEssa é uma análise de gênero. Vê como pode ser ruim?
Engraçado, Rachel, que nenhum dos comentários tenha se atentado (ao menos expressamente) ao verso do Morrison. Você o fez olhando do negativo: o que a foto expressa de formalismo, de conceitos, de vaidade patriarcal. Esses, diria, são os "lobos", a normatização. Por isso, em tudo se aceita o referencial convencional. Gostei dessa foto, tirada sorrateiramente por minha irmã na praça, por ter-me feito lembrar das memórias de Isak Dinesen (ai, o meu pedantismo!) em que ela tem como antiga lembrança da proteção contra as agrúrias do mundo os braços do pai na infância. Existe sim pureza. O Farinatti acertou.
ResponderExcluirAbraço.
Que horrível, Rachel. Pior que seria bem assim.
ResponderExcluirVê, Charlles, que a Caminhante entendeu. O tecto que escrevi antes seria uma caricatura de análise da foto focada na questão do gênero. O resultado foi aquele. É por isso que não gosto desse tipo de análise segmentada.
ResponderExcluirDa foto, poderia aferir uma comprovação que o ser humano tem em si o altruísmo do cuidar, do afeto desinteressado em proteger, mesmo que o sorriso revele não só, digamos, a "beatitude" (não gosto da palavra, mas foi à que veio à mente agora) desse cuidar, mas um íntimo orgulho.
É isso que a análise a partir do gênero nos nega: a identidade comum humana. E é isso que é necessário ultrapassar.