terça-feira, 7 de junho de 2011

Samanta Schweblin

Samanta Schweblin:”Con el ebook, será más fácil publicar y más difícil ser leído”

 

 Ainda não a li, mas duvido que haja escritora mais linda.

11 comentários:

  1. Bah, no blog da Rachel tem uma escritora libanesa, de nome Joumana Haddad (também não li catzos dela) que, apesar de mais velhinha, ganha dessa aí com sobras, que tem nome de judia e cara de francesa em filme de Lars von Trier.

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  2. A Joumana é muito bonita para uma escritora. A Samanta ainda conserva um grau tolerável de confiança. É como o descrédito total de um homem com a aparência do Brad Pit querer ser escritor. O Llosa escapou disso por seu ar de pedantismo burocrático, encaixado em ternos e ambições de cargos políticos. E o que salvou o Llosa também é seu excesso de dentes. Um amannte latino nato não teria aquela muralha exagerada como frontispício. Pode-se imaginá-lo perfeitamente enquadrado nas posturas grotescas dos escritores o ato da escrita, usando tais dentes para achar uma solução do enredo, encravando-os nos lábios.

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  3. Tem uma amiga da minha mulher (argh, odeio isso, minha mulher, ô vício de escrita do caralho!) que acha o Vargas Lllosa lindo de se matar por ele... Bom, tá certo que ela também é professora e, logo, louca, mas, pensando bem, que bosta de critério é esse?

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  4. Li a sua resposta ao meu comentário sobre o seu texto sobre o conto do Galera… e admito que tive má vontade em aceitar esse texto como puro exercício, algo feito sem má fé. Se você não tivesse escrito que é fã de Pynchon provavelmente eu nem estaria aqui de novo, mas quando referem Pynchon meu interesse duplica.
    Voltando ao texto do Galera… muitos primeiros livros de grandes escritores são marcados por serem demasiado influenciados por outros escritores. Nos primeiros contos do Galera isso fica óbvio e é o próprio que fala de experimentação nos primeiros tempos. Em outros contos encontram-se outras influências, tem um conto que me parece muito o Passeio Noturno do Rubem Fonseca (provavelmente o autor que mais influenciou e o mais copiado entre os autores nacionais pelos jovens escritores nacionais), um de um cara que sai matando cachorros.
    Claro que discordo de muito do que você escreve, mas nada disso é muito grave. Pelo menos não grave o suficiente para me impedir de conferir o resto do seu blog já que, de fato, caí nele de pára-quedas fazendo uma pesquisa sobre o próximo livro do Galera.
    Mas agora aqui está a Samanta Schweblin e não resisto e faço um pequeno comentário. Eu gosto dela, li o Pássaros na Boca e fiquei muito bem impressionado. São feitas muitas comparações com Borges e Cortázar – e quem gosta desses autores tem grande chance de gostar dela mesmo – mas o livro me lembrou sobretudo o Bioy Casares. É um realismo onde de repete irrompe, de forma tão natural que é inquietante, qualquer coisa de muito insólito. Um bom exemplo é o conto que intitula o livro, mas todos os contos do livro possuem um nível bastante elevado, quando você acha que a autora já mostrou o que tinha para mostrar o próximo conto é tão ou mais surpreendente.
    É uma escritora de imaginação prodigiosa e com uma escrita límpida. É ótima para quem gosta de entrar num ambiente onírico e ao mesmo tempo encontrar algo de muito familiar pela sua relação com o real, com as relações humanas.
    Quanto à beleza, não posso dizer que não tenha meus pequenos preconceito de vez em quando, quando vejo um escritor/escritora bonitinho/a fico desconfiado… o Galera mesmo (fica parecendo que tnho obsessão, mas juro que não) quando conheci foi com amigas e na época achei ele com muita pose de galã para bom escritor. Mas nem por isso cedi ao preconceito e fui conferir. Por outro lado, minha empatia com o David Foster Wallacce quando ele usava cabelão e óculos de lente redondas foi instantânea, um cara que escreve um livro de mil páginas e com aquela cara… merecia minha atenção imediata. E claro que esses pré-conceitos não têm nada a ver, mas no caso do Foster Wallace não houve correspend~encia á minhas grandes expetativas, superou até.
    Mas divaguei geral, fico por aqui.


    Ricardo Assis

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  5. Ricardo, Pynchon é um dos meus escritores mais amados. Tenho uma dessas relações muito pessoais com o cara, que ao longo de minha vida fui adquirindo com Dickens, Kipling, Hemingway, Faulkner. Me pega pelo que eu tenho de fresca juventude e entusiasmo visceral em relação à vida, uma dessas coisas que só poderiam ser explicadas _ se possível fosse_ com episódios pessoais nos quais o livro exerceu sua função de salva-vidas num momento em que a doença ou um osso partido me acondicionara à cama. Passei dois meses dos mais felizes imobilizado numa cama, porque me envolvi com "Anos de Cão", do Grass. E umas férias junto a um rio foi especificamente importante por ter sido onde conheci Thomas Mann pela primeira vez. Ainda tenho que escrever sobre essas coisas, um dia. Pynchon veio para me salvar de uma excesso de boçalidade que envolvia o campo universitário, e sua linguagem, seu lirismo todo próprio, sua capacidade de transgressão, seu humor, renovaram para mim o apreço pela escrita e a literatura. Que bom saber que você é um conhecedor de Pynchon.
    Não se magoe pelo Galera. Aqui temos um espaço livre, olha só o que Marcos é capaz de fazer com sua falta total de noção de sacralidade. Ainda não se sabe_ ninguém sabe_ qual a categoria de expressão o blog se enquadra. Resenhas sérias? Pura brincadeira? Diário de moça oficializado sem muita vergonha por senhores desocupados que querem fazer valer suas impressões sobre artes? Pois o texto sobre o Galera foi uma espécie de scream of consciousness, uma opinião propositadamente excecrável por algum motivo psicológico pessoal meu. E não se trata de lidar com minhas frustrações, como vc disse em seu primeiro comentário (porque as contrapartes tem sempre que falar de desforra do fracassado?), talvez seja porque eu quase nunca leio autores nacionais, não sinto confiança neles, eles não ousam como Pynchon, suas linguagens são polidas e permeáveis demais, tem pouco fôlego, são movidas por interesses editoriais num país onde se le pouco e por isso tem-se que escrever livros de 200 páginas para encaixá-los em listas de vestibular. Não gosto do Galera, vou dizer com todas as letras, e é puro preconceito, não vou tornar a ler o cara e só escrevi o post sobre ele por preguiça de procurar um tema mais louvável. Acho a atual literatura nacional restringida ao público juvenil, e quando eles tentam disfarçar soam como o Renato Russo com suas letras adolescentes querendo dar uma de Lou Reed condenado ou poeta vanguardista vítima consagrada de uma nova tuberculose, nos últimos álbuns (cont.)

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  6. Mas digo isso sem querer te ofender ou sem ter me sentido ofendido com qualquer coisa que vc tenha dito (longe disso!). Gosto do Ubaldo e, principalmente, essa grande escritora nunca citada pelas vernissagens iluminadas onde se celebra a nova potência de jeans de nossa literatura, Nélida Piñon. Tudo depois desses dois que foi escrito aqui nessa terra padece de uma inconcretude, de falta de identidade, de uma masturbatória profundidade. Pedro Juan Gutiérrez, um dos maiores escritores cubanos da atualidade (já que recém morreu o fantástico Cabrera Infante, ai Jisus o que o Marcus vai dizer dele...) disse que a prioridade para se tornar escritor é nunca ler o que está sendo produzido em sua terra por seus contemporâneos. Adorno disse que chegamos numa etapa da escrita em que os únicos escritores válidos serão os que mimiografarão seus livros. É algo nesse sentido que falta à literatuta brasileira. Pynchon deixou um emprego de alto escalão no setor de aviações para se tornar escritor. Sabato deixou um rumo promissor na química para fazer o mesmo. Brodski trabalhou como lavador de defuntos para preservar sua experiência e ampliá-la na escrita. Ivan Klima trabalhou um bom tempo como lixeiro para não coaptar-se à mediocridade que o sistema político de seu país queria impor à sua escrita.
    É por algo assim que não vejo muito mérito nessa nova geração de autores nacionais. Bolaño acusou não haver literatura de gênero na américa latina (policial, ficção científica, fantasia) porque somos muito subdesenvolvidos. Concordo. Autores norte-americanos que tem à disposição da relevância de seus livros um mercado editorial amplo podem sobreviver com mérito, como o mediano Paul Auster, o Vonnegut, o Ellroy, cada um em seu nicho, sem a necessidade de alçar a uma expectativa imposta de que são do primeiro time. Falta isso aqui para o Brasil, Galera, Terron, etc, ficariam em seu confortável nível de escritores para adolescentes. Mas isso acentuaria muito o espaço vago deixado no ápice onde não temos mais um Rosa, um Ubaldo, uma Piñon.

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  7. Ah. Vou encomendar o livro que citou da Samanta ainda hoje.

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  8. Beethoven disse de Goethe algo assim "Ele mais aficionado a salões da nobreza do que convém a um poeta". Talvez seja esse o problema do Galera, como era do Almodóvar até ele ser bem recebido nos salões burgueses, ao que, a seguir, ele se dedicou, como se dedica atéhoje (o Almodóvar) a destrinchar os abismos dos sentimentos de pquenos burgueses e gentes afins, blá blá blá...

    Recado: quem fala aqui é o escritor fracassado e, obviamente, ressentido.

    P.S.: Quá quá quá...

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  9. Pedro Juan Gutiérrez...

    Ai, ai, ai...

    Nada demais: gosto de porraloucas. Como porraloucas, é claro, não como escritores. Embora muitos escritores sejam porraloucas, nem todos porraloucas são escritores.

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  10. Tem um troço do Pynchon que não falei sobre os Hereros lá abaixo...

    Dizer que eles "voluntariamente" se dedicam a extinção é como dizer que, como "naturalmente inferiores", eles se submetem a nova civilização e declaram válida a doutrina do darwinismo social. Coisa bem estadunidense, não?

    P.S.: A "palavra" para validar a primeira mensagem foi "valimel'l". A segunda "cona'ryol". Espero que a terceira nada tenha a ver. Começarei a acreditar nos espíritos vagantes em circuitos e fibras. O que me tornará algo assim como um Pynchon.

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  11. Leio o Gutierrez com a mesma empolgação que aficcionados leem Dan Brown. Gosto de seu murro certeiro, sua secura. Tenho queda por autores como Bukovski e ele.

    Captou tremendamente bem o espírito do Pynchon com sua última observação. Daria um conto, não? Valimel!!! Bonito. Queria saber quem escreve essas senhas. Claro que é algo automático, mas quem idealizou o programa tem uma clara noção de poesia. Sempre me faz lembrar dos macacos numa sala fechada, datilografando arduamente para a aleatoriedade os presentear com um grande romance.

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