Não tenho a inteligência funcional que fez ricos alguns integrantes da minha família. Sou um completo estúpido em relações publicas, a ponto de não transmitir muito entusiasmo no cumprimento aos vizinhos. Não sei parar de frente ao portão e ficar alguns minutos na troca de conversa funcional cujo propósito não é o conteúdo do que se diz em si, mas o som da fala preenchendo um tempo contábil de cordialidade para que no natal se tenha o nome lembrado na oração junto à mesa da ceia, ou para ser avisado para prender o cachorro e recolher as crianças no quarto porque um ouriço-cacheiro fora visto passando pela rua, ou para dar o número do telefone à moça de voz anasalada do crediário e ela possa ouvir pelo outro lado que somos gente de boa índole e polidos de qualquer extravagância, nunca tendo sido flagrados andando ao lado do muro olhando os pássaros ou contando as nuvens, ou parando no meio dos gestos marciais vespertinos para falarmos em como Albenondes fez mal em não levar Lucinda para um passeio na carruagem do conde de Wallenberg; enfim tão normais quanto esse homem dócil que certo dia a polícia resolve cavar a terra dos fundos de sua casa e encontra enterrados 37 cadáveres de mulheres que outrora todas tinham os cabelos curtos, na faixa de 27 anos, ascensoristas por temperamento e adeptas do uso de maquiagem facial indelével. Nunca ficarei rico por esses meios e tampouco me elegerei para a Câmara Municipal.
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A impressão de que estava ficando louco me tomava conta quando era mais jovem. Era algo perturbador: eu achava que fosse implodir e uma apreensão da verdade não permitiria mais que eu continuasse vivo. Aos 17 tive uma crise. Dizem que a coisa não vem de uma vez, mas vai se criando. De súbito o tecido estendido ao máximo se parte e tudo nos cai em cima. O cérebro não apaga a coisa com a tarja de Censurado por Questões de Sanidade, como faz com acidentes físicos ( minha mãe nunca se lembra das 17 horas entre o traumatismo craniano e a primeira fase da recuperação); é como se o cérebro quisesse um porta-retrato de sua maturação radical por inteiro, e o cérebro é o cérebro fazer o quê. Estava sentado no banco de uma praça, à noite, o avião que estacionaram no lugar da fonte, em memória a um general esquecido ou a alguma virtude de derrota de guerra, pressagiando a vertigem das superposições significativas, e me veio uma imensa lucidez, um instante em que todos os ornamentos sumiram e só ficara eu e um infinito vazio contra o qual não se erguia nada, dentro do qual nenhuma sombra ou luz se enunciava, uma espécie de plenipotência do átomo que não se deixava questionar ou transcender. Uma iluminação do avesso de que eu era matéria orgânica perecível, e só. Durou, creio, uns cinco minutos, mais eu não aguentaria. Quando foi embora o foi por inteiro, um ruflar de asas em que não sobrara uma pena para mostrar como prova. Só a marca em baixo relevo da lembrança, como a impressão que a radiação extrema desenha no chão, contornando a forma do corpo evaporado.
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Conheci depois uma moça que viveu 7 meses nesse inferno. Era amarrada na cama pelos pais, nos primeiros meses, e monitorada sem trégua obedecendo-se a regra severa de não se deixar nenhum objeto perfurante por perto, nenhum cadarço, comprimidos, trancando-a durante o dia e se sentando ao lado da cama à noite, ouvindo seu respirar de animal ferrenhamente obcecado pela fuga, seus olhos atentos que apareciam vagarosamente no escuro por sobre o travesseiro, solenemente planejadores. Os pais não aceitavam visitas; a casa, naquele descuido em que se deixa levar pelo desvelo, foi ficando cheia de sombras e silêncio, de forma que as pessoas de fora se questionavam se isso não agravava a situação da enferma, mas os pais sabiam que a depressão dela atingira um nível de auto-gerência tão profundo, que aspectos de fora não lhe significavam nada. Era uma colega de faculdade e uma noite os pais permitiram que nós entrássemos para vê-la, talvez isso lhe fizesse bem, ver os antigos amigos. Era uma moça realmente linda, com traços exóticos indianos, apesar de não ter nenhum ascendente oriental conhecido. Eu brincara cortejá-la certa vez, mas tornamo-nos mesmo era amigos. Ela estava de camisola, sentada atravessada na cama, com as costas apoiadas contra a parede. Tinha um ar coloquial demais para ser alvo de um experimento psicológico, de maneiras que caímos na leviandade de que nosso humor despudorado conseguiria fazer o que os médico falharam. Ela não era receptiva a nenhuma de nossas brincadeiras, estava além de qualquer contato, não se zangava e não tinha auto-crítica. Utilizando o espaço da fala destinado aos atos sociais de como vai e como foi o seu dia, nos comunicou que iria cortar os pulsos. Isso para ela não tinha nenhuma importância. Ela se recuperou. Casou-se com um fazendeiro. Tem hoje, o que se chama de uma vida normal. Na verdade me pareceu que ela nunca se curara, mas atingira um estágio adaptativo de encenação persistente mas pouco talentoso. Percebia-se a tendência de seus olhos para a dispersão. Seu marido era obtuso o suficiente para achar que uma mulher colada à megalomania financeira era assim mesmo, uma boneca de carne da qual não é cavalheiresco exigir participação efetiva na realidade. Como naquele pesadelo em que o sonhador vai saindo de um quarto para outros infinitos quartos exteriores até chegar ao último que lhe possibilitará acordar incólume, ela parecia ter sido desperta antes de completada a jornada, e ficado confinada numa zona intermediária para sempre.
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A foto mais memorável de Robert Capa, entre as tantas que fez em sua incursão com John Steinbeck à União Soviética, foi apreendida pelos guardas do partido. Mostrava a menina louca de menos de 8 anos que morava sozinha nos escombros de uma rua bombardeada. Acostumara-se a viver como um animal, e em determinadas horas podia ser vista saindo do meio das lajes destruídas, com seu único vestido esfarrapado, seus pés descalços imundos, para pegar o pouco de comida que as pessoas sacrificavam de seus já minguados orçamentos para alimentá-la. Na verdade não era fácil vê-la. Mas a câmera paciente de Capa conseguiu flagrá-la em sua pressa arredia, em suas feições consonantais. A foto se perdeu para sempre. Consigo imaginar seus prováveis ângulos, a luz na qual foi tirada, a plasticidade do cenário em preto-e-branco ao fundo, mas nunca consegui imaginar a menina. Quando tento, me vem apenas os modelos de Sebastião Salgado, ou uma criança feliz, com ambos os pais, selecionada num teste de estúdio. Uma representação de uma grandiosidade dramática falsa e previsível que sei que ela jamais teve.
Me desconcentrei quando cheguei aqui no fim e não vi o nome de alguém, do autor. Faço como a professora Rachel e chuto alguém? Ou fico embasbacada por ser teu?
ResponderExcluirÉ meu Fernanda. E consegui meu objetivo: parar um pouco com temas herméticos para te fazer voltar! Romantico isto, não?
ResponderExcluirAutobiografia sumária
ResponderExcluirQuando nasci talvez meus pais tenham visto um anúncio pregado na minha testa: “este será um bom cidadão!”, razão pela qual, tão logo provei ser capaz de sobreviver a uma toxoplasmose, puseram-me umas botinhas, bermuda Fjord, camisa de botões e uma bola de futebol, a qual deveria me abraçar para tirar minhas primeiras fotos. Um dia, sem minha consciência alerta, fui batizado. Não demorou muito, o uniforme escolar, o dizer bença pai bença mãe bença tio bença todo mundo adulto, diante do qual deveria, é claro, persignar-me, como também tendo diante dos olhos as estatutárias de santos e quaisquer autoridades, pedir perdão, cumprir ordens. Mundo, vasto mundo, aprender a dançar, fazer a primeira comunhão, dizer bom dia boa tarde boa noite, cumprir as tarefas do dia e, quem sabe assim, poder subir no telhado, jogar bola de gude ou futebol, aprender os espaços e tempos em brincadeiras de pega e esconde, concordar com tudo que os mais velhos, o rádio e depois a televisão falam, entender que os generais sempre tem razão e que os ritos de passagem realmente marcam os fatos mais importantes da vida, como a primeira festa de quinze anos ou a primeira ida a um puteiro, festa de formatura, calças compridas, carteira de identidade e, enfim, o CPF. Um bom cidadão sabe de seus direitos e deveres, um bom cidadão guarda seus vícios entre as paredes do quarto e do crânio, um bom cidadão é cumpridor e vai à missa, velório e feijoada, um bom cidadão casa, tem filhos e ensina-os a respeitar as convenções, os mais velhos, os mais poderosos, enfim, a persignar-se sempre, guardando de si mesmo apenas uma imagem do que poderia ter sido se não fosse o avanço prévio do mundo e das coisas sobre aquele infante que, um dia, abriu os olhos para viver e não teve quem lhe perguntasse as vontades ou lhe propusesse alternativa e opção. Se me olho no espelho ou examino o que dizem ser a minha consciência e descubro, diante dos meus olhos e nas minhas reflexões, não o bom cidadão, mas aquele que poderia ter sido mas não foi, devo reconhecer que, a exemplo dos demais, não levei as convenções a ferro e a fogo e, como todos, cheguei ao que sou e ao ponto em que estou com a saúde física e mental comprometida, porém com a certeza de que poderia ter sido bem pior caso seguisse à risca as prescrições que ninguém segue senão na aparência do agir. Com minha bermuda Richards, minha camisa de linho com botões de madrepérola, meus tênis Nike, vou ao estádio de futebol no domingo ver as circunvoluções da bola em meio aos jogadores: sou um bom cidadão, vê-se no anúncio que ainda resiste, pregado à minha testa.
Charlles,
ResponderExcluiresses textos são incríveis. Se você conseguir escrever uns 70-80 semelhantes, isto é, curtos e grossos, mas principalmente fazendo essa interlocução entre o cotidiano e as reflexões de obras já lidas, creio que terás um belo livro. E se você me permite,Charlles, o título já está pronto: AZULEJOS.
MERDA!
Charles
ResponderExcluirPrimeiro quero dizer que comecei a ler sabendo que era teu.
Segundo, de verdade, nem sei o que comento, se a forma ou o conteúdo.
Mas, vamos lá.
Eu simplesmente adorei a prosa. Achei o texto irretocável. Cada frase, cada imagem, o início é genial. Flui redondinho com gosto de bolo bem feito (hehe). As duas últimas partes tem uma sensibilidade perfurante, mas é o tom carregado de estranhamento e identificação que me chamou mais atenção.
E aí, não tenho como não falar do conteúdo e de me identificar nele. Vivi algo semelhante com duas amigas, na época da faculdade. Fui visitar uma no hospital e lá estava a outra. A primeira, se agarrava em mim e dizia: eu não sou isso, eu não tenho de estar aqui. A outra tomava meu braço e repetia no mesmo tom de conversa que tinha gritado na noite anterior e mordido a enfermeira.
E, a sensação é esse. Um fio de navalha entre uma e outra. Um fio que se percorre vezes sem conta. Um fio que, por vezes, nos ameaça(mos) de cortar a pele.
Parabéns.
demais, charlles, talvez teu melhor post!
ResponderExcluirsim, ramiro, queremos mais!
[e me desculpe por interjeições num texto de ares tão calmos. aniversario hj e uma parte dessa loucura anda vagando na minha cabeça. bom tomar um ar aqui - sempre]
assino embaixo do q disse a nikelen.
ResponderExcluir[e obviamente era teu]
e o texto do marcos nunes é um complemento formidável
ResponderExcluirPessoal, tá chuvendo às pampas aqui, e só agora a net voltou (pode ser que por aí não tenha nada a ver uma coisa com outra, mas aqui...).
ResponderExcluirMarcos, estava fazendo falta estes seus textos. Espaço aberto sempre pra eles por aqui, o que grandifica o blog.
Ramiro, me destes uma ideia. Parece óbvio, mas não havia percebido que poderia gerar um livrinho. Escrevi esses textos ontem, quando estava de plantão no frigorífico (o plantão é de 24 horas, onde se espera a chegada do gado e se procede às análises). Estava meio exausto e a isto se deve a rapidez e polimento (se existe mesmo; para meus padrões, acho que não seria de todo equivocado afirmar), o que me lembrou da observação do Hemingway de escrever em pé, nos limites da força física, e do Nabokov de escrever calçando sapatos apertados.
Nikelen, esses fatos aconteceram. Escrevi, junto a estes, um outro texto sobre minha mãe, que passou perto de uma depressão profunda, mas o achei pessoal demais para colocar junto com os outros (não para mostrar aqui). Tenho certeza que não existe coisa pior do que a depressão. Eu vivo num estado de melancolia irreverente, fugi dessa rua sem saída. Mas tenho amigos que tomam remédios controlados para poderem aguentar os póprios pensamentos. Assunto amplo, enfim.
Arbo, sua crítica é uma das mais importantes (falou com todas as letras o que pensava do "Sr. Galheb", o que foi muito bom).
Sincero obrigado a todo mundo. Já de saber que não se chatearam, já é uma festa.
Rômulo, aniversário seu??
ResponderExcluirSe for, meus parabéns e felicidades e muita saúde. Sinceramente!
"Claro que é do Charlles" - isso é bullying, tô vendo tudo. Depois eu nunca mais comento por aqui e vocês já sabem o motivo.
ResponderExcluirNão achei que fosse teu porque os teus textos me lembram Faulkner, eles são mais pesados. Esse tinha um ritmo diferente, muito mais ágil. No mais, só posso fazer minha as palavras dos comentaristas anteriores: acho que você encontrou um excelente caminho. Ficamos curiosos por conhecer o resto.
Sobre a depressão da tua mãe, uma vez li que o Jim Carrey desenvolveu todo aquele gestual cômico quando era criança, na tentativa de entreter a mãe dele durante crises depressivas. A necessidade de sobreviver nos faz desenvolver muitos talentos...
"Depois eu nunca mais comento por aqui e vocês já sabem o motivo"- e isso é ameaça, Fernanda.
ResponderExcluirÉ sim um assunto amplo, Charles.
ResponderExcluirMas concordo com o Ramiro sobre a sugestão para o livro. Faça-o!
Adorei a coisa do sapato apertado para limpar o estilo. Vou praticar, rsrs.
Interessantes quadros acerca da loucura e inaptidão social, ambas imbricadas no processo de formação do ser, em si mesmo e socialmente. A "segunda parte" lembrou a descrição de Dostoiévski de um ataque epilético. Na última parte, a considerar que Robert Capa era menos repórter que artista; como tal, "encenava" suas fotos, a destacar aquelas da Guerra Civil Espanhola. A loucura, tenho para mim, é uma forma imediata de defesa do sujeito diante de todos os fatores externos que constituem, veridicamente ou não, uma violência e ameaça à sua vida. Releita-se o mundo com suas demandas complexas demais, invasivas demais, arriscadas demais. A imersão no imaginário de signos simplificados é a defesa da loucura. Mas não dá certo.
ResponderExcluirTenho lá minhas quedas para a porralouquice conexa a depressão (isto é, ao estado de euforia pósdepressiva), mas resisto à letargia que a depressão pura e simples provoca - acho que consigo transformá-la em melancolia, mais contemplativa e menos suicida. Essas rejeições inerentes à vida pode nos levar a procedimentos maníacos, repetitivos, obcecados até além do limite, loucura, enfim. As melhores loucuras são daquelas pessoas que afirmam peremptoriamente que não sou loucas e o comprovam, sendo loucas.
ResponderExcluir(Oi, amor, você por aqui?)
eu fiquei quase duas semanas no século XIX, onde, como é sabido, não tem internet, e só agora li estes AZULEJOS.
ResponderExcluire todo mundo já disse tanta coisa inteligente e melhor do que eu poderia fazer.
Só posso te dizer que achei mesmo excelente. Creio que eles formam uma unidade e o Ramiro tem toda a razão. Taí o livro: Azulejos.
Terminei de ler triste, triste. Ainda estou incomodado.
acho que encontraste um bom caminho. é por aí que vai para lá.
Estou começando a desconfiar que o Marcos Nunes é uma personagem rebelde que a Rachel inventou...
ResponderExcluirPermita-me, Charlles,
ResponderExcluirum pequeno azulejo meu
entre os seus…
ASAS DO MEU JUMENTO
by Ramiro Conceição
Ultimamente, estou a exercitar
as asas do meu jumento
e a lembrar, das patas, à minha águia,
pois existir é o entrelaçar de talentos.
Não, Ramiro, nós dois somos personagens que inventam um ao outro continuamente, cotidianamente, autores e atores ao mesmo tempo, ascendentes num momento e descendentes no outro, sem nunca conseguir realizar o tal sonho despirocado dos amantes que se fundem num só, daí que só se fodem, no sentido do verbo e também no figurado.
ResponderExcluirhuahauha sonho despirocado ficou bem
ResponderExcluir[sim, era, charlles, mto obrigado]
DE PÉ
ResponderExcluirby Ramiro Conceição
Na famosíssima carta de 13 de janeiro de 1935, Fernando Pessoa relata a Adolfo Casais Monteiro o “dia triunfal da minha vida”, isto é, 8 de março de 1914; quando, tomado pelo vinho e por uma iluminação poética, aproximou-se em passos lentos…
“de uma cômoda alta e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro”.
Charlles, o que dizer disso?
Bem, se Deus não existia, ao menos, agora, sabemos do dia presumível de seu Nascimento (estou a ver o Milton Ribeiro e o Idelber Avelar a pular - a pular de raiva - sobre as suas sandálias…).
Brincadeiras, pra fora! Seriedades, pra dentro!
Charlles, o que me comove, na carta, é o legado ofertado a nós, aprendizes: “DE UMA CÔMODA ALTA E, TOMANDO UM PAPEL, COMECEI A ESCREVER, DE PÉ, COMO ESCREVO SEMPRE QUE POSSO.”…
Sim, devemos escrever DE PÉ, mesmo quando deitados e derrotados por este vil mundo transitório. Sim, De PÉ, cantar ao Amor; mesmo quando for uma longínqua esperança. Sim, DE PÉ, cantar à Liberdade; mesmo quando diante de opressoras paredes. Sim, cantar ao Sagrado; mesmo quando tudo é um segredo. Sim, DE PÉ, cantar à Vida; mesmo quando em tudo a morte prevalece. Sim, DE PÉ, cantar à Poesia; principalmente, no tempo da hipocrisia.
à Rachel e ao Marcos:
ResponderExcluirPARABÉNS AO AMOR DE VOCÊS!
tudo tri, charlles?
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