segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Um feriado com overdose de Breaking Bad



Que Breaking Bad é um entretenimento que tem um poder magnético quase perigoso é um fato que comprovei neste feriado, em que só descansei plenamente (com uma noite de sábado no meio do evento da qual pude tirar apenas 5 horas de sono) só depois que assisti as cinco temporadas completas da série. Mas que ela se impõe como obra-prima da televisão e melhor programa da história do tubo é algo que, já avisado de antemão, eu vim conservando sérias dúvidas enquanto ia acompanhando a história nada exemplar de Walter White e seu cupincha Jesse Pinkman pelo mundo do crime. Lembro que anotei mentalmente que no episódio da mosca no laboratório de metanfetamina a coisa quase resvala com certo grau de perigo para o picaresco gratuito, com simbolismo moral truncado na última cena; lembro também que há um episódio em que Walter e sua esposa se embrenham em um diálogo longuíssimo e claramente prestado à função de embromar o enredo dos roteiristas; e há, claro, os furos de que "isto jamais aconteceria na realidade", o que se vê com mais exagerado primor nas cenas que servem a transformar paulatinamente Walter de um singelo e frustrado professor de química no mais genial e infalível assassino manipulador. Mas esses furos são perdoáveis e compreensivos quando o telespectador se rende sem muita pressão à lógica de que a realidade em uma obra de ficção não é um produto que tenha que se prestar a uma fidelidade de pedantismo científico no campo das probabilidades com o que ocorre em nosso mundo verdadeiro: o mundo da ficção é uma invenção, de forma que tem absurdos arbitrados pelas suas regras internas assim como o nosso também tem os seus. Com isso em mente, e sabendo que Breaking Bad, apesar de tudo, não tem um segundo significativo que não seja interessante, e, finalmente, tendo esperado até o último capítulo para escrever esse texto (não me rendendo aos momentos de dubiedade antes do término), compactuo com a opinião quase unânime de que Breaking Bad é genial de uma forma que pouco se vê na televisão.

A começar que essa série transverte o padrão sobre o qual é produzida grande parte das séries americanas. Como é sabido, as séries americanas devem render o máximo possível, isso querendo dizer que, se estiverem tendo audiência, devem se estender por várias temporadas sem prazo fixo para seu encerramento. O que determina o fim  de uma série é o potencial que ela possui para ser um produto rentável, lógica que vem conduzindo o cenário das séries para uma balança em que o peso da qualidade inicial não se equipara à dificuldade dos roteiristas em costurarem as tantas pontas soltas que vão surgindo como efeito colateral à metástase da história. Um caso clássico disso é Lost, que só assisti até a terceira temporada e que ainda hoje não tenho o menor interesse em saber como terminou, o que eles arranjaram para explicar as fumaças, o urso polar e a insurgência oligofrênica de tantos personagens novos que não tinham a menor utilidade_ sei que a explicação é mirabolante demais mesmo para seus desbaratinados oráculos. Breaking Bad começa com elevado grau de chatice; há cenas panorâmicas que lembram o cinema europeu; se não me engano, um evento sanguinário que poderia ter se resolvido em um capítulo, se estende por três ou mais episódios; os personagens são peripatéticos demais, ou são enraizados em um cotidiano sem sublimação para serem realmente interessantes. Tanto que essas características exóticas para o público norte-americano quase fez com que a série parasse por aí, já que a audiência dessa temporada foi pífia. Breaking Bad só pode ser analisada em retrospecto_ é impossível ver o quanto ela é extraordinária se não se assisti-la até o fim_, e em retrospecto eu percebo que minha ideia de que há muitos momentos perdidos nessa temporada, quando a assistia, não se coaduna com a opinião agora firmada de que o que vale nessa introdução é justamente seu ritmo lento, seu experimentalismo espontâneo para se escolher as direções que a trama oferecia, e mesmo detalhes peculiares que se tornariam, com a fama e o culto, as marcas registradas da obra: a estética da direção de fotografia, que é superior até mesmo para séries que usam a fotografia como recurso temporal (como Mad Men); e o mobiliário de cena, como o trailer, a cozinha e a garagem descoberta da casa de Walter, a sala da casa de Pinkman, o deserto, a piscina. Se falta  a mesma intensidade que se tem no resto da obra na primeira temporada, ela é inigualável no que tem de força retórica para firmar no expectador os adereços e as idiossincrasia dos personagens, torná-los amados. (Seriamente amados: assistir ao último episódio me deixou uma ausência no coração.)

Parecia-me que faltava também um elemento esotérico melhor construído. Tenta-se fazer uma narrativa subliminar esotérica, mas os símbolos surgidos pareceram-me pouco aproveitados. Por exemplo: a ideia zen-budista de que todos os elementos do universo estão interligados, de que "o bater de asas de uma borboleta pode causar um maremoto do outro lado do mundo". Um ato_ ou, precisamente, a ausência de ato_, por parte de Walter, resulta em escala indireta em uma acidente aéreo com centenas de vítimas. A cena que encerra a temporada, com a explosão das naves no céu, é realmente soberba, o que promete intuições dramáticas proféticas em seguida; só que pára por aí: na segunda temporada, ao que parece, os redatores mudam o rumo de algo anteriormente planejado, e o acidente desaparece, deixa de ser um evento com múltiplos canais simbólicos, para ser uma mera piada aproveitada para dar carisma ao personagem do advogado Saul Goodman. Outra redução temática é que a obra não aproveita do enorme potencial de ambiguidade sobre o que é aceito, na atualidade, como drogas lícitas e drogas ilícitas. Há um diálogo entre Walter e Hank, seu cunhado agente da narcóticos (uma espécie de inspetor Javert obcecado pela prisão do alter-ego de Walter, Heisenberg), em que Walter fala sobre o limite tênue que separa o álcool da metanfetamina, e Hank aparece quase sempre, em seus momentos caseiros, com uma garrafa de cerveja ou um copo de whisky na mão. Mas a série não metaforiza essa hipocrisia temporal que adota o álcool como droga consumida e canonizada pela sociedade moderna, e demoniza a metanfetamina e demais drogas cocainófilas; ou pelo menos fica muito aquém de como uma série como Mad Men trabalha brilhantemente com o anacronismo de uma sociedade que, algumas décadas atrás, tinha o cigarro como elemento consolidado de sofisticação social. Falta esse elemento esotérico mais profundo em Breaking Bad, essa visão alternativa que propicie múltiplas leituras. Muitas vezes a série é rigorosamente limitada à pureza narrativa, à linearidade do acompanhamento da derrocada dos personagens. E falta, também, um aproveitamento no mesmo sentido com o câncer de Walter (por um momento, eu achei que eles fariam o mesmo que os irmãos Coen em Um Homem Sério, usando o câncer como ameça de sentido cósmico, como punição masoquista que parece doar a cura mas que retorna com força total, uma praga bíblica). É fácil ver que essa falha passou pela cabeça dos roteiristas, quando eles tentam consertar as coisas com o episódio moral da mosca que invade o laboratório. Mas é nisso, na percepção inteligente de que se poderia fazer uma grande coisa sem se preocupar com as camadas de interpretações interpoladas, que os roteiristas salvam a série e a tornam grandiosa. Aceitando de bom grado que trabalhar em uma só zona de superfície não invalida o efeito formidável da história, eles nos dão episódios maravilhosamente chocantes, como a da família de drogados, pai, mãe e filho pequeno, que Jesse tem de ameaçar para reaver seu dinheiro roubado; e, com maior asserção, em todos os superiores episódios da última temporada, em que a intensidade atinge níveis de uma força aflitiva que pouco fica a dever a Dostoiévski (SPOILER: a cena em que Walter sequestra a filha de menos de um ano de idade é algo que pouco se vê na televisão: esse veículo parece inapropriado para um grau de apuro tão genuíno sobre a degradação humana).

Os principais acertos da série são a quantidade restrita de personagens, o não uso do filão "um novo arqui-inimigo por temporada", e a fidelidade dos personagens às suas personalidades primordiais, e, claro, ter tido apenas 5 suficientes temporadas. Isso permitiu que se pudesse ir fundo nas subjetividades e ambiguidades dos heróis da trama, sem que passasse a impressão de que os mesmos indivíduos vistos no começo se tornaram indistinguíveis demais no final. Mas o mais genial da obra é o diálogo que faz os dois personagens principais, Walter e Jesse, um com o outro, e com suas consciências. Enquanto Walter cumpre o que informa o título e se envilece cada vez mais, tornando-se mal, Jesse é o modelo do verdadeiro personagem dostoiévskiano, que atinge o fundo do poço para ganhar a redenção de se tornar humano, e começa a se tornar bom. Jesse que tem os dilemas morais mais cortantes, que sofre colossalmente com sua consciência, enquanto Walter perfaz as características de um outro grande personagem de Dostoiévski, Piotr Stiepánovitch, o líder maquiavélico de inteligência manipuladora acentuada de Os demônios, que mata em nome de uma causa e é desprovido da mais ínfima fagulha de moral_ até perceber que a única causa autêntica que seguia era o próprio egoísmo. Aliás, enquanto assistia tive a certeza de que os autores leram a fundo Os demônios. Breaking Bad é o mais próximo da exuberância diabólica de Os demônios que se conseguirá chegar a televisão, e para os leitores desse romance fundamental do russo dizer isso é o maior dos elogios.

Breaking Bad é excepcional, inteligente, um produto cultural de excelente bom gosto e impossível de ser esquecido.

21 comentários:

  1. Te indiquei Breaking Bad há uns dois anos numa conversa sobre séries no blog do Milton, e fico feliz que tenha visto. Eu sofri a espera pelas temporadas. Escrevi sobre isso no meu blog. http://raviere.wordpress.com/2013/08/26/cinco-esperas-1/

    Recomendo uma série bem mais lenta sobre uma casa de funerais, chamada A Sete Palmos. Minha favorita, junto com Breaking Bad.

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    1. Lembro de sua indicação,Paulo. Não consigo assistir acompanhando semana a semana. Espero a temporada encerrar para vê-la na íntegra, e que sorte a minha só ter me interessado realmente pela Breaking Bad quando tudo já estava encerrado. Não sou de acompanhar séries; vi as 8 temporadas de 24h (muita gente não gosta), a Prision Break toda, e Walking Dead. A única que eu vejo na televisão é o Big Bang Theory.

      Já ouvi muito falar de A sete palmos, mas nunca vi.

      Vou ler seu texto.

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    2. A Sete Palmos é mais pesada. Você fica traumatizado. Triste demais, mas vale a pena. Dessas suas só vejo TBBT, mas vi a primeira de Walking Dead, que gostei.

      De humor, eu te recomendo mesmo é Louie. A série, que não tem exatamente uma continuidade, é lírica e diabolicamente engraçada, mesmo quando ele pega os temas mais espinhosos. Estive lendo que o protagonista, Louie C. K., adora os livros de Gogol.

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    3. Louie é muito bom. Adorava VERONICA MARS, assistia dublado de madrugada no SBT, tive de baixar toda a série original. O mesmo com The West Wing. Fringe também, tô assistindo ela aos poucos. geralmente odeio ficção científica, mas esta é realmente boa. Curb Your Enthusiasm, Orphan Black, Black Mirror, todas excelentes.

      E amo Top Gear. Jeremy Clarkson para ditador da União Europeia.

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  2. Só não li o spoiler pq estou pra ver os últimos 3 capítulos da série nessa semana. Claro, concordo com todos elogios. Hank e Jesse são meus favoritos. Uma das melhores cenas é a do trailer, qdo Hank o encontra e não sabe quem está lá dentro. E lá estão os dois...

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    1. Está para ver os 3 últimos capítulos?! Como você consegue esperar para vê-los?

      Uma das outras provas da genialidade da série é como Hank descobre tudo: cuidado com as trivialidades!

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    2. fiquei perguntando pra Bianca: será q ele (o roteirista) já tinha pronto o WM desde o começo? creio q sim, ou foi um belo achado. o Hank me pegou por essa obstinação, sensacional personagem. e no começo ele me parecia q seria, para mim, bem antipático - meio bonachão, cagador de regras, piadista simplório, etc. me apeguei ao MIKE tbm hehe.
      me faltam 3 (era pra acabar ontem mas tivemos uma visita surpresa, e rolou um bom salmão com boas cervejas - não poucas, o q provocou algo amplamente inédito: dormi no início de um dos episódios hahaha. mas tbm, o feriadão foi bem cansativo por aqui), creio q hj termino com tudo.

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    3. Gostei de todos os personagens. Só percebi uma disparidade na confecção de um personagem, um daqueles dois noiados amigo de Jesse (o grandão de voz rouca), que começa mal na primeira temporada, tentando matar Walter e Jesse, e depois se torna um inofensivo e simpático pau-pra-toda-obra, quase como uma fada em um desenho da Disney.

      O Mike é cativante. O detalhe dele ter uma netinha é de uma ardilosidade ímpar por parte dos escritores.

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  3. Procurem Breaking Bad/Malcolm in the middle theory.

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  4. Essa coisa de colocar a televisão pra baixo em detrimento do cinema não cola mais por dois motivos. Um, o cinema piorou muito. Difícil sair de casa e encontrar cinema art house para assistir. As opções que a indústria nos dá hoje são: a) cinemão feito sob medida para as premiações norte-americanas estrelados pela Kate Winslet ou b) cinemão blockbuster estrelado pelo Vin Diesel ou pelo octogenário Bruce Willis.
    Em segundo lugar, tem muito gente boa que migrou para a Tv, desde roteiristas a diretores de arte. O que não só nivelou a concorrência entre cinema e Tv, mas cada vez mais coloca o último num patamar de produção e conteúdo acima do primeiro.
    Eu percebi já faz algum tempo essa guinada e como filho da geração criada pela babá eletrônica assisti de tudo dos últimos bons seriados e mini-séries.
    A HBO e Show Time são pra mim as duas principais responsáveis por essa transformação do lado de cá, na América do Norte.
    Recomendo também junto com o Paulo o Six Feet Under. Foi ali inclusive que eu descobri que o Michael C. Hall é um bom ator.
    Nunca assisti ao Braking Bad. Depois das indicações vou atrás (vou dar um voto de credibilidade momentâneo às analogias do Charlles com os Demônios de Dostoievski).
    Assisto agora, meio ao estilo Charlles Campos, todos os episódios até aqui do Walking Dead. Estou bem impressionado. Enfim, alguém conseguiu retirar do gênero algo mais que o blood and gore. Uma amiga me indicara o World War Z (o livro) dizendo da proeza do escritor como alegorista do gênero, mas desacreditei. Num final de semana de fraqueza espiritual, topei alugar a versão cinematográfica e acho que o meu homúnculo interior morreu mais um pouquinho.
    Walking Dead impressiona justamente por conseguir imaginar e desenvolver de fato e de direito todas as imbricações que o fim de uma civilização acarretaria. A luta entre o biológico e o humano, enfim, essas frescuras todas que a gente gosta para além do blood and gore.

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    1. Estava agora mesmo relendo o capítulo final de Vivendo no fim dos tempos, em que Zizék faz uma análise em seu estilo tresloucado mas convincente da série 24horas. Acho essa série uma das melhores.

      Estive com o livro do Guerra mundial Z em mãos, mas não me entusiasmou nem um pouco. O filme é passável, como 90 por cento das coisas de Hollywood. Mas não acho que esteja havendo uma crise do cinema americano: raras vezes excepcional, e mantêm a mesma qualidade desde sempre. Mas mesmo assim todos adoram, e ele é o padrão a ser copiado ou negado. O cinema brasileiro, por exemplo, que é um sub-produto que nunca teve originalidade, pegou a parte mais descartável de Hollywood, a da ultra-violência, e fez disso a nota identitária do que convenciona-se chamar de "cinema brasileiro": a favelização, as tramas penitenciárias e os heróis do narcotráfico e os anti-heróis da polícia militar. O cinema argentino foi mais elegante, pegou a ala mais cerebral de Hollywood, que pretende fazer sofisticadas reavaliações históricas, e produziu filmes recheados de clichês como "O segredo dos teus olhos", mas mesmo assim impregnando algo genuíno e de fôlego.

      Ainda acho as séries super-estimadas. Ao menos para quem, como eu, já li absurdos textos que viam uma cabala sobre o sentido da vida em Lost. As melhores séries são crias diretas do cinema americano: há muito de Beleza Americana em Breaking Bad.

      Acho que já disse isso aqui: Os demônios aparecem nos lugares menos esperados. Há coisa de três anos vi uma cena do romance de Dostô copiada quase literalmente em uma novela da Record: uma cena picaresca em que, no livro, um personagem penetra em uma festa e pega o prefeito da cidade enfiando os dedos em suas narinas e o levando por todo o salão. Era uma cópia que, presumo, poucas pessoas, ou senão apenas eu, tiveram a oportunidade de brindar a brincadeira literária de seu roteirista.

      Mas, Luiz, Breaking Bad é bem escrita demais para que os roteiristas não conheçam os bons livros. E Dostoiévski é fundamental.

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    2. Outra vertente da espoliação do cinema nacional de Hollywood é o humor forçado e ralo de filmes como "Se eu fosse você" e abominações umbiguistas da Globo como o constrangedor "E aí, comeu?". O primeiro é a celebração de rotina, no estilo "dando o fetiche de como vivem os ricos para os pobres conformados", de um Brasil de uma realidade paralela, em que Toni Ramos é um publicitário bem sucedido de uma empresa pequena (que luta davidianamente contra a força do monopólio de uma empresa japonesa) que dá-se ao luxo de ter uma esposa com incidentes traços humanistas para contrabalançar sua condição bonachona de macho alfa dominante. E a graça desproteinizada do filme (que ainda gerou uma continuação), é mostrar a esse macho arrogante o quanto viver no corpo de sua mulher deve, por compulsão das velhas leis talmúdicas do kitsch hollywoodiano, torná-lo uma pessoa melhor_ mas que acaba revertendo o quadro: sua mulher é quem se torna uma máquina corporativa mais aeradamente criativa para retirar seu marido da ameaça da bancarrota.

      E Bruno Mazzeo (sic?) é o que de pior surgiu na tv brasileira nos últimos dez anos (o que já é um fato eloquente por si mesmo). Esse filme em que ele aparece sintetiza o quanto a mídia dominante do país mantêm os velhos aguilhões do preconceito de classe, gênero e etnia, na rotulagem de um humor brutal e estúpido.

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  5. Ah, minha dica de vida inteligente na TV.
    O Enlightened cuja produção é (positivamente surpreso) assinada e estrelada pela Laura Dern, o loirão de Jurassic Park.
    Série de Tv pós-marxista de qualidade. Trata da desilusão do mundo pós-Comunista, sem no entanto descambar para o Niilismo ou sem esmorecer. Num dos episódios Noah Chomsky aparece em foto e tem o nome aludido sem que nenhum efeito narrativo Hollywoodiano venha me explicar quem é o tal do Chomsky.
    Ainda vou achar para o Matheus um seriado onde a foto do Olavo de Carvalho apareça e o protagonista se erotiza ouvindo a voz caipira do cara no True Outspeak.
    Mais um sinal de que o cinema é brain dead. Aronofski do bom Pi e Requiem for a Dream capitulou e caiu de quatro com gosto. Dirigiu e produziu uma versão épica (bem ao estilo "matem o Charleton Heston de desgosto") da estória bíblica de Noé com Russell Crowe escalado no papel do antediluviano patriarca e Jeniffer Connelly fazendo às vezes da esposa de Noé...

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    1. Que estranha fixação essa comigo e com o Olavo. É o gélido porém convidadivo e liberal ar canadense agindo no nosso amigo metodista.

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    2. Mas Matheus, é muito bom pegar no pé de um direitista empedernido.

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    3. Esse Enlightened é uma série promovida pelo Marxismo Culturaaalll hehehe

      Presentinho: http://www.olavodecarvalho.org/semana/051024dc.htm

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  6. Mario Vargas Llosa - A civilização do espetáculo
    http://www.youtube.com/watch?v=yWDgjPjp1S8

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  7. Terminei de assistir o Breaking Bad hoje de madrugada. Realmente soberba a série. Obrigado por mais essa indicação, Charlles. Entendi a referência a Dostoievski. São os dois protagonistas, acima de qualquer outro elemento da série, que evoca os dilemas morais dos personagens de Dosto.
    Fiquei um pouco decepcionado apenas com o último episódio. Acho que ali os escritores da série sucumbiram às tentações Hollywoodianas e fizeram um final mezzo-heróico mezzo-redentor para o protagonistas Walter White. Walter White, dentro da coerência Dostoievskiana a que os roteiristas se agarraram, não merecia uma redenção.
    Eu esperava que a transformação final de W.W. em Heisenberg passaria pelo protagonista diabolicamente levando o frasco com o ricin como prova cabal ao Jesse.

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    1. Também achei meio forçado o capítulo final. Apostar a sobrevivência dos heróis em um conjunto de aleatoriedades (a permissão que o carro entrasse; a desobstrução total do local de estacionamento para que a metralha fosse posicionada da maneira precisamente correta; o dispositivo funcionar sem nenhum percalço; e que ninguém, fora os dois heróis, ter o impulso de se deitarem no chão no pleito fatal) é muito pouco convincente, ainda mais que Walter ter se tornado um criminoso prefeito e infalível não é uma das partes bem costuradas da série. Mas, como eu disse, são universos prováveis, não nosso universo real, que já tem, ele, tantas implausibilidades.

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  8. Cara, muito bom o seu texto... Resumiu o que eu senti quando vi o ultimo capitulo- a falta de um ente querido- kkk. Só vi a série quando chegou ao fim, mas achei bem legal. Se tivesse mais 3 temporadas ,pelo menos, e aprofundasse mais algumas questões eu me renderia por completo e tiraria o chapéu como uma obra - prima...

    Agora, sejamos franco "zuaram" com Walt no final, todo mundo ficou de boa ... Jesse o advogado e tal... e Walter morrer daquele jeito com desprezo do Jesse, que muitas vezes puxou ele para baixo, não gostei kkk

    Vou fazer um abaixo assinado para mais uma temporada, que começa com eles ressuscitando o Walter no hospital com choque e tal... E ai vai mais devaneios kkkkkkkkk

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