quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Enamoramientos, la Impunidad




Los enamoramientos, del autor español Javier Marías, es una novela excelente. Es la historia de un crimen pero no es una novela negra. Yo la definiría como una novela de lenguaje. Y como una novela sobre la impunidad.

¿Por qué una novela de lenguaje? Porque ese es el principal talento de Javier Marías, moldear el lenguaje como si fuera una materia dúctil, mágica. Como para Platón, para Homero, para los grandes poetas –Eurípides, Sófocles, Shakespeare, Virginia Woolf– el lenguaje es su tierra, su ser. Aunque tuviera otro tema, o ninguno, una la leería para dejarse arrullar por la cadencia, por el ritmo, por la belleza variadísima de nuestro idioma, a veces aburrido, soso o farragoso en las manos de escritores y escritoras contemporáneos –con excepciones–.

Pero es también una novela sobre la impunidad. Posiblemente España sea uno de los países más corruptos de Europa, como Costa Rica lo es en Latinoamérica. La impunidad de esta novela es la de los pequeños crímenes que por fuerza van llevando a los grandes, pero mirados, sentidos, hablados desde las conciencias. Marías tiene talento para meterse en el alma de mujeres y hombres.

La buena literatura suele llevar al lector a pensar en su propia vida, en su propio país. La impunidad, grande y pequeña, ha sido y sigue siendo el principal objetivo de los políticos tradicionales de Costa Rica, especialmente del partido que hoy nos gobierna. Y me parece que, sin que nadie chistara, los diputados han dado un paso gigante hacia la impunidad legal con la nueva ley mordaza. ¡Guardar los secretos políticos! En una democracia no puede haber secretos políticos. Pero claro, nuestro sistema no es una democracia, de democracia lo único que tiene es el carnaval electoral. Es una ley que debe preocuparnos a los escritores pues impide la denuncia. Con esa ley no habría podido escribir La Loca de Gandoca. Y menos comentarla públicamente.

ANACRISTINA ROSSI

El Financiero (Costa Rica)29 de julio de 2012

Retirado aqui.

6 comentários:

  1. Fiquei tocado por "los grandes poetas – (...) Virginia Woolf"...

    No mais, é muito curioso um congresso aprovar uma lei para guarda de "secredos políticos", até por desnecessário ser, pois toda democracia não passa de uma farsa em meio acarnaváis eleitotais, e todos - todos! - os sistemas de governo planetário tudo fazem para não revelar os secretos de suas reais estruturas de funcionamento, que correm paralelas àquelas consagradas em suas constituições.

    Noutro dia li um depoimento dum islandês que dizia ser o seu país - a Islândia! - um dos mais corrup´tos da Europa. Bom, segundo o livro e artigo acima, também tem a Espanha. No mais, a Itália. Não seria também a Alemanha entregue à corrupção?

    O problema, é claro, está no funcionamento do capitalismo financeiro mundial. Ele é a fonte de toda a corrupção planetária, de doda fome, de todas as guerras, de todos os laços dominantes que asfixiam o planeta.

    A impunidade é garantidade pelos paraísos fiscais do capitalismo. Podem condenar os Madoffs da vida como bodes expiatórios. Mas o capital está protegido para seus descendentes. E as práticas continuam.

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    1. Não é tão surpreendente assim o caso da Islândia. Basta relembrar a grande especulação financeira feita pelos bancos lá, e a curva ascendente até o topo e logo decrescente até o abismo que afundou o país no limite da miséria, há menos que dois anos. Mas o presidente_ não vou tentar escrever seu nome_, cercado em sua casa por quase toda a população (numa foto histórica em que aparecem todos com bastões de luz contra a nevasca intensa), capitulou do lado do povo (ele que estava fortemente instado a entregar o resto de dignidade nacional em um empréstimo de bilhões para SALVAR tais bancos): deu um enorme calote no sistema financeiro predatório que havia premeditadamente vitimado a Islândia. Não à toa os espanhóis e os movimentos contra o capitalismo levam faixas com o slogan: "Somos todos a Islândia".

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    2. Especifique-se que a Islândia tem 250 mil habitantes; não é um país, mas uma aldeia.

      Tem uma coisa engraçada: uns 4 anos atrás li, na Carta Capital, uma matéria publicada louvando a economia islandesa, com o primeiro-ministro (seria isso ou o presidente mesmo?) lá deles comparando o próprio país com a abelha, que voa apesar de todas as indicações biológicas contrárias à essa sua capacidade. Engraçado como os capitalistas gostam de "naturalizar" suas doutrinas. Quando dá tudo errado, usam a teoria das "maças podres dentro do cesto", ou seja, tome natureza de novo, quando tudo é questão de ideologia, não de fatos e muito menos "fatos naturais". Mais curioso ainda seria ler a tal matéria em Carta Capital, mas tratava-se de tradução de material publicado na The Economist, a gozar o triunfo dos bons tempos que acabaram logo em seguida - se não me engano, não demorou 4 meses e a Islândia tinha virado pó, ou nevoeiro.

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    3. Marcos, esses dois extraordinários ensaios do João Moreira Salles são o que há de melhor sobre o assunto. Merece mesmo uma leitura atenta:


      http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-28/carta-da-islandia/a-grande-ilusao

      http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-65/carta-da-islandia/a-ilha-laboratorio

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  2. Charlles,
    acabei de ler "Islândia, a ilha-laboratório" que você sugeriu. É extrordinário quanto ao diagnóstico do tempo em que estamos a viver. Os últimos parágrafos são estarrecedores.
    .
    Dei-me conta da importância do poema "Orelha" que postei no Milton Ribeiro. Não tinha a total dimensão do mesmo...

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    1. Ramiro, digite no espaço de busca do blog da revista Piauí "Colm Tóibin, Irlanda". Fala sobre o mesmo processo de falência da Irlanda. Realmente assustador.

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