quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Casamata


15 comentários:

  1. estamos contando esse tempo (umas palavras sobre Macedonio por exemplo, me parece q seriam bienvenidas)

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    1. Fui picado pela necessidade de ler Macedonio por um e-mail do Luiz, e pela admiração sempre declarada do Luiz por ele. Eis que, no domingo, meu amigo Emerson e eu fizemos nossa ritualística compra de livros pelo cartão de crédito, e a Amazon os entregou 4 dias depois. Mandei o seguinte e-mail, por questões de justiça, àquele pós-doctor em Cristo histórico que mora lá no Canadá:

      Mil desculpas devo a Macedonio. Me chegou hoje na caixa postal o Museu do romance da Eterna. Estou sentado em minha biblioteca menoscabado pelo livro. Pensei que seria só um folhear para mais tarde, um ato normativo de curiosidade, mas eis-me hipnotizado, enternecido, fascinado, e enormemente arrependido por algum dia ter dado ouvidos ao puto invejoso e mesquinho do Borges em considerar Macedonio uma curiosidade a quem devíamos, nós latino americanos, generosidade. Nada mais avesso à generosidade para com os velhos do que Macedonio. O cara é magnífico... como devo me expressar... ele é um gênio por inteiro, sem perigos de desequilíbrio... um filósofo e um poeta da grandeza, inalcançável pelas quadrinhas cansadas do vício pejorativo dessa quermesse de poetas menores do continente, de um Khayyam. Não avanço muito na leitura porque cada parágrafo me tira o fôlego e me submerge nesse deleite genuíno da Grande Palavra, do Grande Velho, esse sim ancião com orgulho pois se trata da mais antiga e poderosa juventude da alma. Que beleza esse Macedonio. E o fato cruzado de você ter se deixado perdoar por Herzog assim como Macedonio cordialmente me perdoa, reforça que não há coincidência enfim na fé resguardada na luz humana. Lendo Macedonio, me assola em eco na alma o ditado que um grande amigo me disse nesse fim de semana: todo o universo se preparou unica e exclusivamente para o nascimento do espírito.

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    2. E a propósito, outra coincidência: recentemente um amigo me perguntou qual meu padrão de beleza masculino. Eu pensei e pensei, mas nenhum exemplo me vinha, o que me desconcertava pela acidental impressão de que minha masculinidade sofria com as limitações da estética de mesmo gênero. E eis que Beckett e Macedonio, que são os autores que me chegaram nesse pacote, casam bem com "meu tipo de homem belo". Cara, eu sempre achei o Beckett lindo, aqueles olhos azuis em assustador destaque no meio da devastação do rosto. E as fotos da velhice de Macedonio entregam também uma espécime belíssima de homem, com o ar aristocrata de alguns grandes personagens de Tolstói.

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    3. P.S.: meu lado provocador não pode deixar passar batido: foi só após minha fracassada e crítica experiência no twitter, que o twitter finalmente reconheceu o modelo falido dos 140 caracteres, abolindo-o. Agora são 10 mil caracteres (radicalizou por completo!!!). Ou seja: o twitter virou blog. Mensagem desse comentário: jamais digam que um intelectual em floração (putz) não tem culhões. (Toma Luiz, a vingança é um prato que se come frio... :-)))) )

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Riso. Fiquei empolgado com tudo o que aparece aí nessa foto. Sobretudo os Becketts.
    Uma outra observação apenas (e espero não jogar água no seu chopp em demasia). Continuamos nós os tuíteiros de grunhidos sucintos. A abertura dos 140 caracteres serve apenas para as mensagens em privado (sabe, Charlles, aquelas mensagens minhas que você nunca respondeu? ;) )
    Abraços de alguém sem culhões MESMO

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  4. https://www.youpix.com.br/a-web-que-temos-que-salvar-987bc70ecd9d

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    1. Excelente link, arbo. Mas é isso mesmo que está acontecendo: a internet caiu na chatice completa, uma sensaboria e irrelevância assustadora. Vai levar algum tempo (se é que vai) para descongestionar os cérebros em massa hipnotizados pela promessa de revolução da internet, para que estes percebam que foram enganados pelo que está sendo vendido como a maior invenção das últimas décadas. Na verdade, a internet é o grande disseminado de estupidez e flacidez mental. Começou sim como algo que dava ares legítimos de propulsor da inteligência da espécie, mas era puro engodo. Tudo na internet serve para a venda, somente isso. Nada de novo, é claro, visto já estarmos acostumados com a tv. Mas a net, além de um grande sistema de televisão que possui poderes muito mais abrangentes, reforça o dano ao alimentar a ódio. O que o Umberto Eco falou sobre a supremacia dos ignorantes na net é a mais pura verdade.

      Günter Grass já dizia isso em Um campo vasto, em que o personagem principal, em sua vida na Alemanha unificada, traça reflexões sobre o papel da tv no novo mundo convertido às frentes capitalistas. Grass não usava computadores, e somente lia jornais impressos. Neste livro ele defende a ideia de que o excesso de informações_ e informações inúteis a maioria_, aliena em vez de elucidar.

      Claro que quem me ler dizendo isso vai agir da mesma forma condicionada,
      com as mesmas respostas prontas: mas vc está falando isso pela net, etc.

      E a impressão de calor dos relacionamentos virtuais é tão mortificante que se torna impossível cogitar que eles não sejam reais.

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  5. Eu sei que não a ver com o tópico mas vocês viram isso ? http://editora.cosacnaify.com.br/Loja/PaginaLivro/1653/Contos-completos---Liev-Tolst%C3%B3i-(Previs%C3%A3o-de-envio-a-partir-de-170915).aspx

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    1. Já estou com as reservas para o meu. De olho na pre-venda pela Amazon porque o frete da Cosac para onde eu moro é barra. A revista Piauí informou como certo para o Brasil a lei que limita os descontos em livrarias virtuais em 10%. Aproveitemos enquanto é tempo.

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  6. Eu só compro pelo preço de tabela, então nem fede e nem cheira pra mim, agora Charlles tu tens ideia se vai ser somente contos ou vai ser contos e novelas, eu acabei de comprar o "padre Sérgio', pelo módico preço de 59 reais e já estou tremendamente arrependido, pois é quase metade do preço dessa edição.

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    1. Acho que são só contos, Tiago. Tolstói tem uma quantidade enorme deles, inclusive os contos infantis didáticos da cartilha que ele bolou para os filhos dos mujiques.

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  7. Mas se você reparar bem, "padre Sérgio" tem só umas 80 páginas, o restante do livro é prefácio, posfácio e leitura relacionadas, Mas aí deduzir se é ou não conto vai de cada um.

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