sábado, 11 de abril de 2015

Charlles Campos nas cartas da Piauí


Lendo o excelente artigo da Daniela Pinheiro intitulado "Outra história americana", me perguntei se há uma teoria lombrosiana para nomes. Claro que a tentativa de caixa dois de mais de 200 milhões de dólares feita em nome da Petrobrás com uma empresa americana tinha tudo para não dar certo. Não precisa recorrer a um oráculo para ver que a perfídia se anunciava através dos nomes que envolviam o processo: a empresa que intermediava a transação se chamava West Hawk Energy, o que, em uma pequena liberdade associativa, pode ser traduzida por "Rapina do Oeste"; o nome do presidente da West Hawk à época é Macchiavello, o que faz lembrar a notória conotação pejorativa de má intenção e nefastos trâmites políticos que advêm do autor de O príncipe; além disso, o coordenador para assuntos especiais da Petrobrás que assinou o documento se chama Venâncio Igrejas, sobrenome que denota a prática de dízimos (no caso em pauta, um dízimo que transpunha descaradamente em muito o próprio montante original do acordo). Mas o que levou os que se locupletam com nosso suado dinheiro recuarem foi, sem dúvida, o agouro evidente incutido no nome da multinacional que seria personagem passivo do roubo: Encana Oil & Gas.

2 comentários:

  1. Parabéns por sua primeira publicação na grande mídia! Apesar de não ter lido a reportagem a que se refere, achei o comentário bem divertido.

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    1. Trata-se de uma reportagem que deveria estar na grande mídia, se o Brasil fosse etc, etc. Em resumo: uma empresa americana estava vendendo os direitos de exploração de combustível para a Petrobrás por 46 milhões de dólares (durante o trâmite, esse valor chegou a cair quase dez milhões); estava tudo pronto, só faltava a assinatura dos interessados, quando o contrato estabelecido chega para a empresa americana adulterado com o valor de 273 milhões. Os cavalheiros da Petrobrás estavam mostrando, escancaradamente, conforme um dos advogados americanos disse, o "jeitinho brasileiro", jeitinho esse que foi negado e denunciado ao governo brasileiro. Uma matéria vergonhosa, altamente deprimente sobre o que vem se fazendo (e passo a passo cai para a informação pública) em roubos nas instituições nacionais.

      Estou vendendo exemplares autografados. :-)

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