sábado, 3 de setembro de 2016

Terapia da música



Seguindo por esse tempo de necessário isolacionismo, estando a Oi em seu prosseguimento natural de espoliar confortavelmente a crendice estúpida e conformada do brasileiro (em todo o estado de Goiás, eu confirmei, está um martírio acessar a internet da Oi), acolhi o conselho do eferim (obrigado, meu chapa!) em ouvir a banda Godspeed You! Black Emperor. Esse álbum aí em cima é uma das melhores e mais gratificantes músicas que ouvi nos últimos tempos, e casa espetacularmente bem com o momento em que vivemos. Mistura de música erudita, com pós-rock, rock progressivo e experimentalismo. Aconselho a não baixarem pelo torrent, porque não vem os encartes dos álbuns, necessários e complementares à obra: baixei em um site que foi criado por alguém apenas para disponibilizar a discografia, creio que é o primeiro link do Google, e nele vem as formidáveis e imprescindíveis capas e encartes. Estou viciado nessa música; fiz caminhada ontem ouvindo este álbum e olhando a massa de nuvens tempestuosas que se criava em cima da represa. O eferim me aconselhou a passar essa música de madrugada no tratamento musical que faço para o sono de meu filho Eric, de dez meses, mas acho inapropriado: tem muitos espaços vazios e muito maravilhoso silêncio musical, o que só pode ser apreciado em um volume mais alto, o que de madrugada fica impraticável. O Eric acordava vinte vezes por noite; a Dani ficou tão exausta, que uma manhã, lá pelas sete horas, eu peguei o Eric e ela desmaiou sentada no sofá, com a cabeça apoiada no encosto, o que resultou em um torcicolo e uma câimbra na perna quando acordou uma hora depois, brava comigo por não tê-la chamado para se deitar na cama (mas, meu amor, eu pensei que você estivesse brincando, eu respondi, absolutamente sem saber na verdade porque a deixei lá, mas muito provavelmente sendo porque o Eric nos deixa a todos desbaratinados). Depois que compramos um sonzinho mediano para colocarmos no quarto, com um pen drive repleto de música clássica e alguma música inclassificável de porte, o Eric se curou. Foi uma dessas descobertas mais estupefacientes da minha vida. Eu queria escrever um tratado sobre essa maravilha e não apenas um post. Na primeira noite, ouvindo Márie Brennan, uma cantora irmã da Enya que está na raiz do namoro entre a Dani e eu (ambos a amamos e só dormíamos, na época do namoro, quando ela dormia em minha casa, ouvindo-a), e logo depois, entre outros sons, os concertos para violino do Mozart (Anne-Sophie Mutter) e as sonatas para flauta de Bach (Aurèle Nicolet), o Eric acordou três vezes. Três vezes apenas! Na segunda noite, com a ração narcotizante dos Concertos de Brandenburgo e a cantata dos camponeses e mais as sonatas para piano de Mozart, o Eric acordou duas vezes. 2!!! Na terceira noite, como num padrão sucessivo, acordou apenas uma vez. A Júlia veio dormir em nosso quarto porque quer participar da musicoterapia, e hoje nós a pegamos dormindo sentada no colchão de casal que eu coloquei ao lado da cama (para que eu pudesse caber nesse esquema todo), no que foi provavelmente uma inútil tentativa dela acordar mas em que foi derrubada pela Maria João Pires. Minha casa se transformou em um templo de música, e isso me enche de uma felicidade sagrada. De madrugada eu acordo e escuto a música que está passando, e o efeito sempre é maravilhoso. O Eric e a Júlia sabem bem o que fazem.

15 comentários:

  1. Charlles, não sabe como fico feliz que tenha conhecido essa banda. Tenho um apreço muito grande pelo F#A#infinity por motivos pessoais, o álbum me marcou tremendamente, mas a grande obra-prima do Godspeed é o álbum de 2000, Lift Your Skinny Fists... Acredito ser muito difícil de sintetizar o que sinto quanto ouço o álbum, mas arriscaria dizer que é uma experiência quase espiritual. Euforia e calmaria se alternando com uma sutiliza poucas vezes vista. Enquanto vejo F#A#inifinity como a trilha sonora para o Apocalipse, Lift Your Skinny Fists seria como aquela centelha de luz, aquele sol iluminando a área urbana devastada após a destruição, que nos traz a esperança de que talvez nem tudo esteja perdido. Os dois álbuns, em um momento como o que vivemos, são de uma pertinência tremenda.


    Ah, e quanto ao Eric (mesmo com a sorte de ter pais como vocês que possibilitam conhecer a música em um tempo tão incipiente e que buscam de forma tão nobre acalmá-lo) gostaria de assinalar que esse sintoma do distúrbio do sono não é algo para deixar passar, ainda mais em uma fase tão importante quanto a dos primeiros anos de vida, onde se funda ali uma constituição psíquica que servirá de base para tudo o que está por vir. Se ele não consegue se desligar e se acalmar para dormir (ignorando causas orgânicas ou fisiológicas) há provavelmente questões relacionadas ao ambiente que estão passando despercebidas. A música pode fazê-lo se sentir mais calmo, mas será que viabiliza a descarga dessas tensões? Talvez sirva de instrumento facilitador tanto para ele quanto para vocês, mas é sempre importante buscar ajuda de um profissional quando esses sintomas aparecem tão cedo. Desculpa se não consegui ser claro o bastante (e por profissional quero dizer psicanalista de crianças ou um psicólogo com enfoque na clínica infantil).


    Primeira vez que comento aqui no blog, leio seus textos há dois anos. Volto a dizer que não sabes o quão feliz fico que tenha gostado de Godspeed. Um forte abraço, Charlles.

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    1. Estava achando que você fosse o eferim!

      Parece-me uma experiência religiosa também. Agora mesmo enquanto escrevo estou ouvindo pelo fone a terceira vez hoje o Lift Your Skinny Fists. Realmente é o lado mais ensolarado do F#A#, e os dois álbuns se complementam. Pesquisei muito sobre os caras, e vi que eles tem projetos paralelos, dos quais estou atrás. Ouso dizer que eles tiveram o mesmo impacto em mim, hoje, que o Pink Floyd teve na minha adolescência. É música cerebral, espiritual, engajada, recolhida, de primeiríssima qualidade. No todo, é motivo sim de um otimismo quanto à arte nesse começo de século. Eles fizeram algo realmente genuíno, na coerência da obra_ é muito valioso para mim achar algo que não é gratuito e movido pela impostura.

      Sobre o Eric, não é nada preocupante. Tudo relacionado a meus filhos eu estudo e me inteiro de tudo. Já levei ele em dois pediatras dos melhores, e ambos disseram que é normal, é um comportamento previsível principalmente de meninos. Disseram na bucha que não passa de pura manha. Essas coisas. A Dani e eu nascemos para sermos pais_ não estou querendo gabar aqui que somos os melhores, mas fazemos tudo com o máximo possível de zelo, carinho e tentativas de inculcar neles a responsabilidade e a independência. Mas a Júlia sempre foi diferente, mais doce, não chorava, não fazia manha. Olha, eu passei a respeitar muitíssimo o papel da mãe com a vinda do Eric. É só a mãe que tem tamanha paciência; agora que o Eric e eu estamos nos tornando bem mais ligados, por ter passado a fase do berço. Cada filho tem sua peculiaridade, e de um modo geral, nossa, é muito bom ter filhos, e só não temos mais um porque o médico proibiu a Dani de ter.

      Valeu, cara, pelas palavras. Godspeed realmente é genial. Hipnótico. Se me permite recomendar um músico que me lembra, em certa medida, o Godspeed (principalmente o caráter de colagens, imagético e de documentário), ouça o Wim Mertens, se já não o conheces. Também é sublime _ a música de Mertens está na trilha sonora de dois filmes soberbos do Marcelo Masagão.

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    2. E o trabalho gráfico das capas do Godspeed! Equiparam-se em qualidade às do Radiohead, Pink Floyd e Led Zeppelin.

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    3. Não o conhecia, sem dúvidas ouvirei seu trabalho e fico grato pela recomendação. O que eu acho fantástico nos primeiros trabalhos do Godspeed! é o fato de que, por ser uma produção toda independente desde a gravação até a confecção do booklet e do projeto de capa, pôde haver um involvimento maior dos membros na confecção dos “mimos” que acompanham a mídia física. As primeiras tiragens do F#A# vinham com uma moeda canadense, amassada nos trilhos do trem que passava logo acima do lugar onde produziram o álbum, hoje conhecido como o Hotel2Tango e como uma gravadora de respaldo internacional no cenário do post-rock. Curiosamente, em um dado momento é possível ouvir o barulho do trem que foi pego em meio às gravações, e aquele som foi captado logo ali, onde o álbum todo foi produzido. Me supreende que o negócio seja independente a esse ponto! Em termos de qualidade, realmente, o trabalho de capa se assemelha muito às grandes bandas que você citou, mas nos trabalhos do Godspeed há uma grande aversão ao mundo das grandes gravadores e ao involvimento de terceiros (ao menos no início, acredito eu), diferentemente de como acontece com as grandes bandas do rock progressivo dos 70s. Com o GYBE é tudo feito de baixo mesmo, mais handmade impossível. A capa do CD (que é a que você utilizou para o post) não é a mesma que foi inicialmente publicada nas primeiras tiragens do álbum, no vinil. A primeira capa é muito mais simples em todos os sentidos e, a meu ver, não tem uma magnitude atmosférica e uma capacidade de representar de forma tão perfeita o conteúdo do álbum, não causa o mesmo impacto, particularmente eu prefiro a do CD. De qualquer forma, isso que falo pode ser facilmente descoberto dando uma pesquisada na internet sobre a banda, o próprio Wikipedia tem várias curiosidades sobre os primeiros álbuns e é possível que você já tenha ouvido isso tudo do eferim, ou tenha lido já. Espero não estar sendo redundante.

      Mas isso que você fala me faz pensar que o trabalho do GY!BE serve como prova de que não há necessidade alguma, hoje em dia, de que bandas se prendam a grandes corporações para poder fazer algo de qualidade. Com o avanço da tecnologia digital e a facilidade de adquirir equipamentos isso me parece muito claro. A década de 90 foi um marco para que o trabalho independente começasse a surgir (e mesmo muito antes desse período dá pra ressaltar movimentos que também tinham um viés de quebrar com essa ideia corporativista). Hoje existem grupos em certos gêneros musicais em países estrangeiros que bebem somente de fontes independentes DIY. O que salta mais aos olhos é o quão direto, não-contaminado, e verdadeiro pode ser o produto que você consome quando sabe que aquilo é, literalmente, a representação do que o artista intentava.

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    4. Comentário precioso esse seu. Concordo em número e grau. E essas informações sobre os álbuns são muito interessantes. Ouvi os outros álbuns, são ótimos da mesma maneira. E a belíssima música "Outro", que aparece na coletânea de bandas canadenses "Song of the silent land", foi usada em uma trilha sonora, além de outras músicas da banda.

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  2. Passei a tarde assistindo Enjô, do Kon Ichikawa, que é uma adaptação do Pavilhão Dourado (do Mishima!), e só vi esse teu post agora. Mas enfim: não há de quê, Charlles! Fico contente em ver que você tomou um pouco do teu tempo pra poder apreciar a banda. Como eu queria ter o prazer de ouvir de novo esse disco pela primeira vez, como o fiz há 6 anos...

    E bem, dos projetos paralelos do GYBE, o que eu mais gosto é o A Silver mt. Zion. É de um experimentalismo maior, mas não menos bonito. Se você me permite, Charlles, deixarei alguns links no final deste post com algumas músicas que talvez você possa gostar. Se foi no teu blog que eu tive a felicidade de conhecer alguns dos escritores que hoje mais admiro, nada mais justo que poder retribuir esse "favor" com algumas músicas que talvez você ainda não conheça:

    https://www.youtube.com/watch?v=vthig-LH7Mk
    https://www.youtube.com/watch?v=hQZfGa5t4e8
    https://www.youtube.com/watch?v=F836tdz1Meo
    https://www.youtube.com/watch?v=lb3iIeh0Ruw
    https://www.youtube.com/watch?v=co5gy_2uOEY
    https://www.youtube.com/watch?v=ECyfX1OR_nk
    https://www.youtube.com/watch?v=l9cVN4ZqNIM
    https://www.youtube.com/watch?v=RjXItK5shW8

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    1. Muita coisa boa - principalmente na indústria da música instrumental - ainda está por aí, Charlles. Contudo, como disse o anônimo, são bandas não representadas por grandes corporações fonográficas e midiáticas, e que acabam no limbo. Eu mesmo já não tenho tanto tempo como antes - infelizmente - para buscar músicas novas, de algum valor... Fico escutando o que sempre me fora familiar. Vivo em nostalgia. Principalmente quando ando com fones pelos corredores da UNESP.

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    2. Valeu mesmo, eferim. Eu ouço com atenção música todos os dias, da mesma forma que eu leio: fecho a porta, me sento, fecho os olhos e me submerjo. Estou ouvindo compulsivamente GY!BE. Recomendo fortemente a você também o Wim Mertens, que se parece muito com GY!BE. Mertens tem uma extensa discografia, se não me engano mais de 50 álbuns. Cavuquei por muito tempo para encontrar a maior parte de sua produção_ acho que tenho 15 gigas dele_, e ouvi tudo que me chegou às mãos. É um dos grandes compositores da atualidade, faz música de câmara, sinfonias, rock, trilha sonora, minimalismo, de tudo. Mas é celebrado por uns poucos, por estar fora da mídia do mercado. Procure que você vai gostar.

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  3. Meu reconhecimento por essa banda foi muito tardio, conheci ela através do Rateyourmusic, era uma ótima plataforma para os "melómanos" na internet, os discos do GYBE sempre constavam nos rankings da década de 90 e 00's, contando com críticas muito apaixonadas dos usuários. Resolvi checar o mais famoso deles "Lift Your Skinny Fists Like Antennas", de cara não me encantou de modo algum, tinha pra mim como uma experiência maçante, o estilo da banda pernóstico, as texturas e os arranjos eram belíssimos, mas faltava uma concretude nessas composições, uma unidade mesmo. Por isso o abandonei lá pela metade, já aborrecido, e fiquei com outros discos dessa seara do post-rock por muito tempo. Dentre eles, os discos seminais do Talk Talk, e a obra-prima final "laughing stock", ainda mantenho como um disco de cabeceira, impressionante como este grupo inglês é subestimado, sobretudo no tocante ao seu poder de influência, Radiohead deve tudo a eles praticamente; Spiderland do Slint, cuja atmosfera taciturna e apocalíptica tinha muito do Godspeed, e vários dos discos do Sigur Rós.

    Foi depois de muita resistência, e propaganda de amigos entusiastas fervorosos dessa banda canadense que tentei novamente o "Lift Your Skinny Fists". Parece que um mundo novo se abriu nessa segunda "escutada", meio lugar-comum mencionar este fato, mas os 7 minutos iniciais desse álbum estão entre os mais sublimes de qualquer disco de rock, absolutamente arrebatadores, a primeira nota da sinfonia é cheia delicadeza e graça para o que se sucede, um espetáculo fantasmagórico, com passagens densas, sorumbáticas, mas igualmente bonitas, aquelas inserções de gravações antiquíssimas e monólogos previamente registrados(algo que é herança do que o Swans fazia) fortalecia muito essa atmosfera, capaz de evocar imagens assombrosas. Fiquei fissurado no disco a partir de então, e entendi a proposta, GY!BY é o tipo de música que demanda um recolhimento espiritual grandioso, as composições são divididas por movimentos na maioria de seus albums, que merecem ser ouvidos do início ao fim, sem romper a ordem das faixas que os artistas querem que você escute. Se tornou uma das minhas favorita, sem dúvida.

    Um OFFTOPIC sobre literatura, Charlles
    Estou comprando livros da Cosac que mais me interessam, antes que passem a rarear nos sebos e o preço vá para as alturas, comprei algumas coletâneas de contos da seleção de mulheres no modernismo, o da Flannery O'Connor é incrível, decididamente uma das melhores contistas norte-americanas que li, têm conhecimento da obra dela? ela faz parte do panteão do "gótico sulista", encabeçado pelo grande Faulkner, é claro, que também adquiri alguns pela falecida Cosac, isso muito devido aos seus ótimos textos o celebrando.

    Forte abraço.

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  4. Filipe, como em tantos outros álbuns fundamentais eu também senti uma rejeição na primeira audição de GY!BE. A grande música exige uma adaptação, muitas vezes nossos ouvidos estão vulgarizados demais pelas sensações comezinhas. Também gosto muito do Talk Talk, realmente uma banda sobrestimada. Laughing Stock é deslumbrante mesmo. Engraçado que sei que o Lift Your Skinny Fists é a obra central, mas eu me sinto muitíssimo próximo mesmo do F#A# (Infinity). Ontem renovei o deleite que é caminhar ouvindo-o pelo fone.

    Nunca li O´Connor, valeu pela dica. Da Cosac mulheres comprei a aqui anteriormente postada Natalia Ginzburg, que recomendo muito.

    Forte abraço.

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  5. Também sou do fã-clube do GY!BE. Esses discos todos que vocês citaram são incríveis, mas tenho um carinho especial pelo 'Allelujah! Don't Bend! Ascend!, de 2012. Ano passado saiu outro, mas este não ouvi ainda.

    O Laughing Stock, do Talk Talk, eu me convenço cada vez mais que é o melhor disco de todos os tempos. Não me canso de escutá-lo, em qualquer clima, em qualquer circunstância.

    Charlles, cabe outra indicação musical aí? Algo aparentemente muito diferente, mas na verdade, nem tanto... conhece o compositor americano John Adams? Procure pela obra "The Dharma at Big Sur". É magnífica!

    Tenho escutado muita música clássica contemporânea, do início do século passado em diante, e vem sendo uma jornada fantástica, um universo de música se descortinou diante de mim -- praticamente todo dia eu me maravilho com alguma coisa nova!

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  6. Justo este que menciona do GY!BE não achei para baixar. Estou na caça.

    Este do Talk Talk é fantástico mesmo, que atmosfera!

    Já ouvi o John Adams, mas vou atrás desse.

    Olha, eu escuto muito música clássica contemporânea, e sinto a mesma coisa. Eu sou apaixonado pelo minimalismo, nem imagina o quanto. E no Ligeti, também.

    Vindo de você, essas recomendações são preciosíssimas.

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  7. Baixei e ouvi o 'Allelujah! Don't Bend! Ascend!, Fabricio. Que petardo! Me lembrou o Ascension do Coltrane.

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    1. Estou ouvindo ele agora, e tenho a forte suspeita que é profundamente inspirado em Ascension.

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    2. Ouça do John Adams "The chairman dances": há semelhanças nítidas com "Burn the Witch" do Radiohead.

      http://pqpbach.sul21.com.br/2015/12/11/john-adams-1947-the-chairman-dances/

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