quarta-feira, 1 de abril de 2015

Semana santa



Programei ler A busca pela imortalidade, de John Gray, neste feriado de semana santa. Ensaiei uma degustação hoje, e acabei lendo mais da metade, tendo ao fundo uma magistral trilha sonora. O livro é excepcional. Uma leitura extremamente envolvente e prazerosa. O autor é de uma maturidade, lucidez e contenção que pouco se vê no campo de assuntos que trata o livro. Dispensa todos os irritantes lugares comuns dos livros sobre ateísmo e sobre a cósmica solidão da espécie; não há ironia, complacência ou pedantismo científico, nem tons bombásticos de drama niilista. Trata-se de uma análise sobre o psiquismo e as procuras por evidências da vida após a morte partindo da classe erudita intelectual da América e da Rússia, nos fins do século XIX até pouco antes de meados do século passado. Fala de gente como H. G. Wells e Máximo Górki, William James e George Elliot, entre vários outros. É inevitável o assombro compensador em descobrir nesta obra uma peça literária de primeira grandeza, o que me fez lembrar de O leilão do lote 49_ a inesquecível parte da cronologia histórica sobre o surgimento do sistema de correios. As histórias contadas por Gray são tão arrebatadoras que parecem romances, só que é a mais pura verdade. O chato é que amanhã pela manhã já terei acabado a leitura.

9 comentários:

  1. Cachorros de palha me interessam sobremaneira. Mas no momento não está disponível na Amazon.

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  2. Estranhamente, de repente esgotou-se Cachorros de palha inclusive no EV e no livronauta, onde havia vários exemplares usados à venda. Não há um volume sequer disponível à venda. Prateleiras limpas. Queria um exemplar novo. Fiquei sem nenhum.

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    1. Estou com um emprestado de um amigo. Mas esperava comprar um pela EV. Pô!

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  3. Ê, Charlles, só você mesmo, com tantos livros na fila, estou relendo a Busca pela Imortalidade, pois o seus textos logo acima sobre o livro foram arrebatadores para mim, no sentido de determinarem a minha motivação para retornar ao texto.

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  4. E já iniciei minha busca implacável pela ...imortalidade? não...pelos cachorros de palha....hahahaha

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  5. A operação Cachorros de Palha foi deflagrada na data de ontem, mas espero que sua eficácia não me custe o tanto que custou O Arco Íris da Gravidade....

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    1. Hahaha. Tenho que confessar que não consegui resistir a dois livros raros na Estante. Comprei o Sobrinho de Wittgenstein, e Árvores abatidas, cada qual por um precinho alto. (Eu fiz uns exames de brucelose e guardei grana para a estripulia.)

      Tornei-me fã do Gray. Li o Cachorros há uns 3 anos, e não fiquei muito entusiasmado não. Mas essas coisas acontecem demais com leitores, a de que a releitura sirva para tirar a venda dos olhos.

      Cumé que é, comprastes o Arco-íris da EV?

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  6. Sim, pela bagatela de 60 pilas mais o frete. Mas era todo santo dia acessando, duas ou três vezes ao dia...havia uns dois exemplares por trezentão e um por cento e vinte; mas esses não me interessavam...numa bela madrugada mais um acesso aleatório e Ecce Homo...

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  7. A primeira vez que comprei árvores abatidas, lá por 2003, paguei a quantia exata de 10 contos, novo. Vendi uns 3 anos depois toda minha biblioteca particular pois estava no osso. Ano passado comprei no EV por 45 reais, aproximadamente. Agora tenho a coleção completa do austríaco. Mas gosto mesmo do Náufrago. Esse pra mim é inigualável! Que livro!

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