quarta-feira, 13 de julho de 2016

Um Amor Feliz

A imprescindível Wislawa de volta! Em pré-venda.

48 comentários:

  1. Charlles, onde se encontra em pré-venda? Minhas buscas pelo google não retornaram nada.
    João Pedro

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  2. Li dessa Sra. o seu Poemas lançado pela cia e logo cheguei a conclusão/comparação de que a obra de Adelia Prado e muito mais consistente. Perde se muito da poesia na tradução, mas mesmo assim os poemas da Adelia são mais sumarentos, como queria Quintana

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    1. “Eu sonho com um poema
      Cujas palavras sumarentas escorram
      Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
      Um poema que te mate de amor
      Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
      Basta provares o seu gosto...”
      [Excerto de: De Gramática e de Linguagem]

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  3. Charlles, falando sobre outro lançamento: a Nova Fronteira republicou o box da Recherche de Proust; a tradução da obra inteira foi feita por Fernando Py. Conhece essa tradução? Será tão boa quanto aquela de Mário Quintana, Drummond e companhia? Estou tentado pelo preço, 113 reais na amazon, além de ser um box lindo.
    Abraço.

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    1. Coleção linda, João! Não sabia. Eu, há coisa de uns três meses, comprei os sete livros dessa tradução do Py por 52 reais tudo, na Saraiva física de Goiânia. Pelas minhas pesquisas, essa tradução é bastante conceituada. Há os que acham ser melhor que a outra encabeçada pelo Quintana, pelo fato de ter sido feita por um só tradutor(como se sabe, a do quintana conta com vários outros colaboradores, o que, levando-se em conta o que dizem alguns, comprometeu a coerência linear da tradução como um todo). Mas eu não tenho bases concretas para saber a verdade sobre isso. Quem aparecer por aqui que saiba algo mais, faça o favor de trazer alguma luz.

      Mas é uma coleção muito bonita. De encher os olhos.

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    2. De fato, li em algum lugar que o texto do Py forma uma unidade mais coerente, como você citou, por ter sido só ele. O box lançado é a obra toda condensada em só três volumes, mas a capa deles é de encher os olhos. Dê uma espiada no site da amazon pra ver. Essa composta de sete volumes não conheço, ainda tem?

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    3. Estavam a 7,5 reais cada um quando comprei. Tem sim, são volumes no formato "bolso", e integram a coleção de clássicos da Nova Fronteira (Doutor Fausto, a biografia de Jung, etc.) Creio que estes são produtos restritos ao site da Livraria Saraiva.

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    4. É, vou ficar com o box de três volumes; gosto dos livros "grandes". Mergulhar-me-ei nesse livro em breve. OFF topic: seu blog foi o responsável pela minha leitura recente de Herzog, devorado em tempo recorde. Foi mesmo maravilhoso, me identifiquei com o seu texto sobre o livro, em que fala sobre o impacto que sofreu nos seus 20 anos, idade que tenho hoje. Só tenho a agradecer :)

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    5. Muito bom saber, João. Fico muito feliz com isso. Se me permite seguir na dica, leia O planeta do sr. Sammler, que é de igual maneira maravilhoso.

      Não gosto muito de livros de bolso, mas por enquanto não posso comprar essa caixa. Comprei uma carrada de livros nesse mês, como os três volumes de Contos de Kolimá, o volume 3 das obras completas do Saramago (esse graças à minha esposa, que achou em um dos pacotes da Amazon um código de desconto, que a mim passou batido), mais os livros do Leskov pela editora 34, o Júlio Ramon Ribeyro, Flash Gordon e não me lembro mais o quê.

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    6. Estou muito tentado com esses volume de Chalamov... ainda não li nada dele. Depois nos conte se vale a pena mesmo. Maravilhoso é outro lançamento recente da 34, O tradutor cleptomaníaco e outras histórias, do húngaro cujo nome só o Google lembra. Textos muito divertidos, leu? Saramago eu acabei comprando todos os livros separados da Cia das Letras, tenho uma resistência com os da Obras Completas, achei-os um pouco desconfortáveis na mão. Quanto ao outro Bellow, quero mesmo seguir essa linha, mas to esperando a Companhia lançá-lo (há esperanças, se não me engano).

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    7. Eu li Os Três Mosqueteiros na tradução de PY, e achei bem boa. Quero reler o Recherche (crise dos 30 anos), mas acho que vou esperar a tradução de Mário Sérgio Conti antes de escolher. Não quero reler meus queridos volumes da Globo, que estão esbagaçados.

      Charles, li Márai, bom demais. Recomendo os outros relançamentos da 34, o Kosztolányi (aprendi de tanto indicar pros outros) e em especial Histórias Apócrifas, de Karel Capek, que é genial. Li o Macbeth de Leskov, e também é uma obra-prima.

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    8. João, Chalámov é uma de minhas melhores descobertas dos últimos anos. Estou no volume 2, mas li o ensaio sobre literatura dele no final do volume 3, em que ele despreza toda a ficção, inclusive o romance, afirmando ser um método fracassado e mesmo infantil de transmitir a verdade. Puro ressentimento, dá-se para perceber, e um tanto de egocentrismo rancorizado em seu próprio fracasso artístico. É um grandissíssimo escritor.

      Li A Fraude do Leskov, Paulo, e que escritor!!! Incompreensível ele ter passado todo esse tempo completamente desconhecido no Brasil. A editora 34 é uma das bênçãos nacionais.

      Comprei o volume 3 do Saramago por que calhou que nele há justo os 5 livros que eu não tenho. A edição é um espetáculo. Coisa fina!

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    9. Marái é realmente incrível em seu "As Brasas"! Dos livros mais sensíveis que li ano passado. Kapek, Leskov, Chalamov, Krzyzanowsky... Realmente essa 34 é uma benção, mas acho que tudo é um plano para nos falir. Já estava me coçando, agora sinto que preciso urgentemente botar minhas mãos em Contos de Kolimá. No meu criado-mudo nesse momento repousam Middlesex, Peixe dourado (Le Clézio) e a releitura de A dama do cachorrinho e outras histórias, e mesmo assim a gente fica aqui falando de mais livros para ler haha

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    10. Acabo de ver que tem mais um relançamento da 34; mais uma pérola jogada para nós: A exposição das rosas, autor húngaro também.

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    11. Bom, já disse aqui que livros para mim e minha família é de primeira necessidade. O que infere que além dos gastos com os meus livros, tenho gastos com os livros da Júlia, minha filha. Todo mês ela escolhe livros pela Amazon e eu compro para ela. Devo há muito tempo um post sobre livros infantis aqui: os da Cosac são deslumbrantes. Os da Lieve Baeten (autora infelizmente falecida no vigor da idade produtiva) são exuberantes e belíssimos, e dela a Júlia já tem toda a coleção. Neste mês comprei também O homem que amava caixas, que a Júlia já o tinha mas o rasgou todo em seus 5 meses de idade. Sou apaixonado por livros infantis; eu viajo neles. Eu vi o A exposição das rosas e fiquei babando. Realmente é o que você diz.

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    12. Comprei o Orkény pouco antes de ser relançado, mas comecei na época errada. Tá na fila. Até postei uma foto no face com alguns húngaros (sem Márai ou Kertesz). Vi o Leskov, mas deixei passar. Tou lendo Faulkner e Joseph Roth. Este ano é 34 e Cosac!

      Leram Elena Ferrante?

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    13. Paulo li os dois livros da Elena Ferrante já lançados (da tetralogia napolitana). Enquanto os lia confesso que ficava na dúvida se gostava ou não. Foi mais no segundo tomo, que achei melhor que o primeiro, que senti que a prosa da moça (ou moço, ninguém sabe) é lindíssima, traveste de simplicidade uma agudeza no olhar, muito sensível, sobre a sociedade da época, a vida em Nápoles, o machismo, etc. Enfim, livros realmente muito bonitos, mas de uma beleza que mora principalmente nas entrelinhas. Lerei os próximos com certeza. As capas é que são horríveis, aquele estilo com cara de livro "young adult", acho que tem afastado bons leitores desses bons livros.

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    14. Se um motivo terei para fechar esse blog é esse: venho com anúncios de livros para os leitores, e quem acaba comprando mais livros, no final, sou eu, influenciado pelos comentários. Juntei mais o da mãe de Ginzburg, já que caí na armadilha de acessar o face do Paulo.

      Mas pelo menos estou meio que vacinado contra "as sensações do momento", cura que atribuo ao efeito Franzen e Egan. Não tenho o mínimo de tesão de sequer chegar perto de um livro de Franzen e da Egan. É como mostrar um suculento chocolate suíço para um paciente de cirurgia de redução de estômago, gera repulsa. Puro preconceito, mas acho que a Ferrante entraria nesse time.

      Talvez eu tenha chegado a um estágio na vida de um leitor de seletividade instintiva. Esses húngaros, por exemplo, sempre bem vindos, sempre fundamentais. Mas esses modismos, "o melhor romance do século", não colam mais. Confesso que para chegar ao fim do primeiro livro do Knausgard foi um martírio, e dificilmente eu deva pegar os outros três volumes na minha estante. E o desplante de terem-no comparado a Proust não faz nada bem para o próprio Knausgard. Que ele tem uma bela cara de marujo sofrido, ele tem, mas seu prosaísmo é tedioso.

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    15. É verdade, Charlles, a literatura pede essa seletividade. É muita coisa boa pra ler, e certamente não ler a Ferrante não é nem de longe uma buraco considerável no currículo de um bom leitor; são livros bonitos, com alguns momentos de prosa muito bonita, mas nada que substitua milhares de outros clássicos que temos a nossa disposição... Gosto bem mais de Knausgard, rolou uma certa identificação um tanto pessoal com a história do cara. Levarei o livro três para ler na Noruega, semana que vem, acho que a ambientação será um aditivo legal a leitura. Nada que se compare, claro, a ler Mann nos alpes, Turgueniev no interior da Rússia, Bellow em Chicago, Rosa no interior de MG. Agora, como disse, Proust de um lado, Knausgard do outro. Um favor aos dois. Um lançamento recente mas de autor do século passado é o John Williams, gostei muito de Stoner e amigos me disseram que Butcher's Crossing é ainda melhor. Ora, comprar livros deve ser quase 10% do prazer de lê-los, o que é muita coisa hehe

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    16. Uau, vai pra Noruega. E eu tirando onda porque comprei uns Llosas (horrorosos) no Peru... Seu comentário me lembrou um ensaio de Anne Fadiman em que ela fala da literatura "Você está lá". Eu li João Ubaldo na Bahia, Borges e Piglia em Buenos Aires... Heheheh. Ah, Javier Marías em Madrid!

      Ferrante é quem gostei mais das novas sensações. Só li o primeiro. Comprei por impulso Cidade em chamas. Vamos ver. Os Luminares valeu muito a pena.

      Eu fiquei uns tempos sem acessar a internet, mas armadilha mesmo é este blog. Pra tirar o atraso aqui vai demorar. Já pensou se Charlles divulgasse um perfil do Face cheio de fotos de livros? Estaríamos lascados.

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    17. Melhor ainda que comprar livros é falar sobre eles, indicar, compartilhar citações, e no meu caso, emprestá-los (só não o faço com minhas queridas edições especiais da Cosac ou similares).

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    18. João, as leituras dos vinte anos são as que ficam. Com 20 livros novos empilhados aqui para leitura, invento de fazer a terceira leitura de Grass e Saramago. Não pensava que era sintomático mas apenas um charmezinho inventado pelo Borges e outros escritores, quando diziam que em certa idade se relê mais do que lê. Estou na casa dos 40 mas ainda me julgo com 20_ passou depressa cara, muito depressa_, e sempre me pego de volta com meus heróis literários daquela época.

      Knaus não é ruim. Escreve até bem pra caralho. Mas é que encontrei um dos escritores da minha vida, tardiamente, que é o Kertész_ leiam esse cara peloamordedeus, comprem Eu, um outro, baratinho pela EV (deve ter por 10 reais)_, e sair de sua densidade espiritual para entrar nas angústias confortáveis do imaginário escandinavo é uma desaceleração severa.

      Eu sou um falastrão, então aguentem: eu tenho uma teoria de que um escritor igual ao Knaus aqui no Brasil não daria certo. Há muitos fetiches em torno dele que devem muito à geografia, àquela cabana de refúgio nas montanhas geladas da capa do primeiro volume da Cia, e que o escritor brasileiro não tem para oferecer. Por isso certa vez eu disse que o escritor brasileiro de relevância deveria ser enquadrado no gênero de escritor médio-europeu. Nossos problemas espirituais aqui são tão profundos e ensombrecidamente envolventes quanto os dos escritores de lá_ o quê, conseguido retirar o véu de hedonismo imposto pelo nosso fracasso, é uma bênção. Vê lá os fãs do Knaus, a maioria mulher; vi uma repórter escrever sobre o encontro que teve com ele em Paraty como se tivesse vendo um Menudo norueguês, apaixonada. As fotos do cara mostram um homem extremamente bonito em sua degradação grisalha de olhos azuis. Quem comportaria esses sinais? Lembro de um texto do Jorge Amado sobre escritores bonitos, em que ele aponta apenas dois de sua época: Semprún e Llosa. O Llosa jovem, convenhamos, se encaixava bem na figura do amante latino, dentes brancos poderosos, cabelos negros protuberantes; era como se Julio Iglesias passasse a ter enorme talento literário. E, contudo, nunca vi textos laudatórios sobre a beleza do cara; ele exercia um respeito intelectual não suspirante entre mulheres deslumbráveis.

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    19. Paulo, fiz isso secretamente. Procure aí Charlles Adriano Campos no Facebook, que de cara vai saber de quem é. Só que até agora não postei nada. Profunda preguiça da coisa. Era para ser_ ou é para ser, não sei ainda_ só de esnobamentos sobre livros, sem textões.

      Como sabe, eu falo mal de alguns escritores mas minha compulsão não me exclui de lê-los. E não é que estou me coçando para ler essa Ferrante.

      Adquiri três do Tóibin, e estou sedento para devorá-los logo, mas meu estudo dos escritores húngaros e alemães não me permite por hora.

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    20. Cara, traduziu muito bem o que penso, concordo cem por cento: muito da conquista de Knausgard se deve a sua nacionalidade. eu mesmo me coloco nesse grupo aí. é eurocentrico para caralho, mas fazer o que. Kertesz... vo dar uma olhada! Seu blog é um perigo, meu caro.

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    21. Gente, vou aproveitar o espaço para pedir ajuda: qual livro levo na viagem? A escolha de um significa deixar todos os outros para trás, então estou na dúvida demais... segue a lista dos que estão na fila e são opções:
      -Coração tão branco
      -A ilha da infância (Knaus)
      -Todos os belos cavalos (McCarthy, edição da Cia das letras achada em um sebo aqui em BH)
      -Butcher's Crossing (J. Williams)
      -Levantado do Chão
      -O legado de Humboldt (boa opção, mas li Bellow semana passada e gosto de leituras variadas)
      -Meu companheiro de estrada (Górki)

      Estou muito curioso com Tóibin, Nora Webster parece que tem sido elogiado.

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    22. (Por**, Charlles: a EV tá me avisando que tem um "eu, um outro" por 20 mangos no centro de BH. Será que vou buscá-lo?)

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    23. Também estou vidrado na literatura húngara. Me pergunto se minha foto te influenciou ou se seus posts me influenciaram. Falamos dos húngaros há poucos meses.

      Entre no seu face com o receio de encontrar um novo Daniel Dago. Vamos lá. Vejo de cara o sujeito ostentando dois O Leilão do Lote 49, hehehe.

      João Pedro, eu levaria o Knausgard, mas indico o Gorki (húngaro, pra variar) e o Marías.

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    24. Não entendi. Daniel Dago?

      Sobre influências, claro que tenho muitas, muitas mesmo dos frequentadores desse blog. As suas são inúmeras, nem sei contar.

      Eu sou um jeca, não sei usar o Facebook, assim como me dava mal no twitter. Aquilo lá é só para descontrair, retirar do blog a parte propagandística e deixar aqui só as produções textuais.

      Essa história do Leilão 49 é interessante. Eu direto presenteio meu amigo Emerson com livros, geralmente compro edições novas e dou as antigas para ele. E um dia, por retribuição, ele me aparece com esse livro, que encontrou em um sebo não sei onde, e que, por saber que eu adoro o Pynchon, trouxe para mim. Eu arregalei os olhos e fui sincero com ele: "Cara, esse livro custa uma fortuna; já vi ele ser oferecido por 300 reais e sumir no prazo de um dia na Estante. E eu já o tenho." Mas ele foi incisivo no presente. Pensei_ mesmo_, em fazer um sorteio aqui no blog do meu volume, mas há nele um valor sentimental imenso: foi um dos 5 primeiros que adquiri com a intenção arraigada de formar uma biblioteca fixa.

      Não espere muito do meu facebook. Rs.

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    25. Que merda, falei de Gorki no sentido de Krudy, hehehe. Títulos parecidos.

      Daniel Dago é um tradutor de holandês que passa o dia inteiro compartilhando fotos de livros. Terrível, hehehehe.

      Eu vi lá os O Leilão. Chegou ostentando.

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    26. Charlles, se um dia decidires passar pra frente uma das tuas cópias do Lote 49, tens meu e-mail, certo? [risos]

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    27. Como deves saber, aqui há um intenso presentear de livros. Recentemente o Marcos Messias me mandou o lindo livro do Nabokov das Lições de literatura russa. Da minha parte, eu adoro presentear livros também, e não foram poucos os frequentadores que receberam livros meus. Já dei uma edição fora de catálogo do Faulkner (que era a única que eu tinha) para a Caminhante, dois livros do Bruno Schulz para o Arbo (e recebi de cada um deles, antes, livros também ótimos), etc, etc. Não creio que dizer isso seja vaidade. Mas como disse, um Lote 49 é presente, o outro é amuleto, risos, e sei que seu comentário pura simpatia e não precisaria dessa minha resposta. Mas se acaso encontre algum outro, te mando.

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    28. Eu ganhei um Munro. Recentemente pensei em te dar um também, mas estou enrolando até hoje pra comprar.

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    29. Foi uma brincadeira, claro, meu chapa. A Cia não deve demorar muito para reeditar esses livros (digo isso baseado em pura esperança, e não em nenhuma informação confidencial...), esse e o O Arco-íris da Gravidade, e daí finalmente lerei-os. Já tive a chance de comprar um Lote 49 (quase sempre escrevo 42, por causa do Douglas Adams) usado por R$ 80,00, mas tava mal de grana na época. Pode esperar mais um pouco! Até lá, há um mundo de outros livros para ler. Por exemplo: eu nunca tinha ouvido falar de Varlam Chalámov; pesquisei depois de ler os comentários de vocês e me interessei muito; vou sair mais cedo do escritório para ir na livraria dar uma olhada mais atenta nesses volumes.

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    30. Paulo, nada disso, meu chapa. Sem nenhuma obrigação.

      Sei que era brincadeira, Fabrício. O Chalamóv é um soco no estômago. Cada conto é um petardo. Comprei influenciado pelo Renato Nogueira em seu Facebook.

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    31. Ah, e trocar livros é um hábito por aqui também. Já dei o Leaves of Grass mais de uma vez -- não consigo pensar em coisa mais valiosa para dar para alguém. Eu e meu irmão, particularmente, estamos sempre achando livros um para o outro; recentemente ele me deu o de um húngaro (para engrossar a lista de conterrâneos do Béla Bartók citados por aqui recentemente) chamado Sándor Lénard, publicado aqui pela Cosac, "O vale do fim do mundo" é o nome do livro. Esse cara, fugindo da guerra, veio parar numa cidadezinha aqui no interior de SC chamado Dona Emma, meu irmão descobriu-o passando por esse lugar durante uma das viagens loucas que ele gosta de fazer de carro por vilarejos desconhecidos. O sujeito viveu lá o resto da vida, e gostava tanto do local que foi pedir pessoalmente para o prefeito da cidade que lhe deixassem ser enterrado no quintal de sua casa, vejam só. E lá está ele, enterrado nos fundos da casa, que hoje é um pequeno memorial.

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    32. Daniel Dago é um terror no face! Idem pra página dele: Literatura Holandesa. Vocês também não acham bizarro os sentimentos/prazeres/ansiedades que a simples visão de uma lombada numa foto provoca na gente? (em mim, pelo menos). Ganhar/dar livros é bom demais. De aniversário ganhei os 3 Bellows "grandes" da Cia das Letras (100% culpa do Charlles) e a ficção completa de Schulz da Cosac (Lojas de Canela é dos contos mais belos que li recentemente).

      Peço humildemente pra entrar na fila do Leilão. rsrs

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    33. Sem nenhuma obrigação. Eu quero te mandar mesmo (só não digo o que é).

      Leilão é o único livro que li de Pynchon... Porque achei em inglês!

      Eu sou louco por fotos de livros. Meu face tá cheio.

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    34. Maravilhosa essa história, Fabricio.

      Realmente, dar Whitman de presente fala muito do presenteador.

      João e Paulo, é uma descarga de serotonina ver lombadas de livros.

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  5. Charlles, isso de o Vargas Llosa ser um escritor bonito, me lembrou de uma entrevista da Lygia Fagundes Telles, que se encontrou com ele juntamente com a Clarice Lispector, mas que ele era muito sério e não deu muito espaço para conversações.
    Falando em leituras arrastadas tu já leste "as benevolentes" do Jonatan Littel?

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    1. Nunca li Littel. Às vezes, em algum impasse moral, me pego pensando o que Littel faria (baseado na benevolência dele como ser humano), assim como Bródski escrevera que a simples contemplação do rosto de Auden, antes de o ler, já foi um profundo ensinamento estético.

      Para a Noruega, previsão que nunca me passou pela cabeça, eu levaria Os frutos da terra, do Hamsun.

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    2. O começo do livro do Littel é sensacional, mas depois acaba ficando um tanto repetitivo as inúmeras cenas de execução.


      A propósito obrigado pela adição no facebook.


      Tu conheces bem a obra do José J. Veiga Charlles? Eu peguei "a hora dos ruminantes", e até gostei devorei num piscar de olhos, pergunto se você o conhece, pelo fato dele ser seu conterrâneo.

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    3. Ele deu uma palestra no colégio onde eu estudava, em idos dos anos 80. Li dele A hora dos ruminantes, um excepcional romance mesmo. Aliás, preciso relê-lo. Fiquei feliz ao ver o carinho da Cia com ele, publicando sua bibliografia completa. Um grande autor brasileiro.

      Como tradutor, ele assina um dos livros mais queridos que tenho, o Contos sobrenaturais do Kipling, que tenho por mim ser um ótimo trabalho. Tenho outra tradução dele, dos Contos do Hemingway, em que ele comete uma barbaridade sem tamanho no conto Montes como elefantes brancos, mutilando logo um dos trechos da literatura mais famosos do século passado.

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    4. Li Littel no inglês, The Kindly Ones, num sabia de tradução pro português não! vou recomendar prum pessoal aí! Esse livro dele parece um do Vollmann, mas menor, não em extensão é claro mas simplesmente menor, porque tem poucos escritores tão importantes quanto William T. Vollmann produzindo agora. Enfim, Littel (que até pouco tempo atrás era uma dessas promessas literárias que vira e mexe surgem) é Vollmann franzenficado.

      Há muito muito muito tempo atrás, peguei Aquele mundo de Vasabarros do José J. Veiga pra ler, e como eu era um pré-adolescente otário eu num entendi muito, mas fiquei fissurado, havia uma espécie de confusão deliciosa nas primeiras páginas da qual eu não conseguia passar e que ficou na minha memória por bastante tempo. Fui crescendo e recebendo cada vez mais migalhas de conhecimento literário, mas eram migalhas: ouvia falarem de O Castelo e só pensava no castelo que tinha na capa de Aquele mundo de Vasabarros.

      Passou o tempo e eu li o dois, e não tinham nada em comum. Aquela escrita confusa que minha memória associava ao José J. Veiga eu não encontrei em José J. Veiga (as delícias dos livros dele são outras) e sim em Pynchon.

      Agora agora eu tô numa maratona Machado de Assis: comprado o belíssimo box com todos os romances da Nova Fronteira, e eu lendo cada um deles na ordem cronológica, seis já foram, faltam três. Machado é feito Sterne e Fielding: parece que os três escreveram os livros há três horas atrás, e não séculos.

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    5. É o que eu sempre digo: se no Brasil tivesse dez por cento do fetichismo cultural dos EUA, o quanto de Pynchons reconhecidos mundialmente não seria desencavado da nossa literatura.

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