quinta-feira, 2 de junho de 2016

Kertész, mais uma vez




Mas eu acredito na escrita. Em nada mais, somente na escrita. O homem vive como um verme, mas escreve como se fosse para Deus. Houve um tempo em que se sabia desse segredo, hoje o esqueceram: o mundo é feito de cacos partidos, um caos escuro, sem nexo, sustentado apenas pela escrita. Se você tem uma ideia do mundo, se ainda não esqueceu tudo o que aconteceu, se chega a ter um mundo, ele foi criado pela escrita, e ela cria sem cessar a teia invisível que ata nossas vidas... (Imre Kertész, Liquidação, Companhia das letras)

5 comentários:

  1. Charlles. Algo tão singelo qto folhas soltas rabiscadas vai circular, como um improvisado jornal, no dia 11, em Porto Alegre, num evento q se quer um pouco mais q um campeonato de futebol entre gente amiga. A ideia é ter textos, charges, qq coisa, sobre esses temas calientes como a política nacional, cultura do estupro, racismo, etc. Lembrei do teu texto sobre aquele funcionário público. Mas tbm lembrei de outro em q tu mencionava o Homem Invisível, do Ralph Ellison, como um texto forte para se pensar o racismo - e algo como uma resenha, algo de literatura, viria bem a calhar. Enfim, estou jogando uma ideia pro alto pra ti (e pra eventuais leitores aqui, tudo gente boa), pegue se quiser. Estaremos aceitando contribuições (a forma é bem livre) até quarta, quinta, pra imprimirmos na sexta. Podemos mostrar o trabalho final antes de publicar, pra dar uma olhada. Um abraço, amigo.
    meu mail: arbomenna@gmail.com

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  2. Boa noite, Charlles. Admiro demais seu blog e seus textos. No ritmo da literatura do leste europeu: já leu Witold Gombrowicz? Tenho curiosidade com sua obra mas confesso não ter ido adiante por não conhecer ninguém que tenha lido.
    João Pedro

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  3. "O homem vive como um verme, mas escreve como se fosse para Deus."

    Vou repetir essa frase umas mil vezes... até gravar. Essa outra é boa também:

    "O homem está sempre um pouco em falta, e é tudo."
    (Kaddish for a Child Not Born)

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