domingo, 6 de março de 2016

Moral em pareidolia



O texto que se segue não contém uma linha sequer de ironia. Na sexta-feira me emocionei com o discurso do Lula, transmitido ao vivo pela internet e pela Globo News. Ficou incontestável para mim que o Lula é um gênio. Que birra é os que dizem que ele é analfabeto, etc, etc. Sua retórica é inigualável, seu nível de cultura é evidente através da força_e da beleza_ de suas palavras. Não detectei nenhuma palavra errada, nenhuma sintaxe incoesa em seu pronunciamento de ontem. Embora sua versatilidade no uso da palavra tenha essa tranquilidade dos extremamente habilidosos que dispensa o melindre e a vaidade. FHC e tantas e tantas outras companhias são crianças balbuciadoras perto dele; e o que dizer dos comentaristas facebookianos que faltam babar de tanta insolvência intelectual? Ninguém é páreo para ele. Gravei o vídeo e o re-assisti duas vezes. Como Lula é cativante; não há ninguém no Brasil hoje que sequer chegue perto do fascínio despertado por suas palavras. A magia era tanta que, assim que a Globo parou de transmitir, as duas repórteres que apresentavam o programa purgaram um silêncio impactual de um longo segundo, como ocorre quando algo incrível se encerra com seu efeito suspensivo da realidade e o tempo volta com sua tristeza gravitacional. As duas mulheres tiveram que se haver com a indevida grossura de suas vozes e a total sensaboria de seus assuntos. O discurso do Lula foi tão belo que me lembrou daqueles velhos generais de Garcia Marquez que, de uma hora para outra, são redespertados pela fúria do Espírito Santo e voltam rejuvenescidos para a batalha, como se seus setenta anos fossem a marcação etária mediana de uma existência de longevidade bíblica. Aliás é isso: Lula é bíblico, faulkneriano. Vou dizer a verdade, pode ser síndrome de meus 40 anos, pode ser a nostalgia infernal da leitura dos tempos elétricos de fé da biografia de 3500 páginas que estou atravessando de Dostoiévski, pode ser a reavaliação de tudo que eu sempre faço em que tudo que acredito passa a bambolear seriamente sob o peso da consciência do quanto pouco eu sei, mas,... eu me vi dando um voto de confiança para o Lula. Liguei, assim que o pronunciamento dele a acabou, para um amigo, e lhe perguntei, em voz baixa e com a euforia do que tinha visto: "Será que o cara é inocente?". Meu amigo, um professor em Tocantins de férias por aqui, que me brindou com uma conversa magnânima de duas horas sobre Thomas Piketty, respirou aliviado, vendo que enfim surgia uma brecha para que também ele parasse de fingir e pusesse a falar a verdade, me respondeu tudo o que minha esperança queria ouvir. E o que ele falou foi muito pessoal e relativo, e não repetirei aqui. O que sei é: eu sou pobre. Sempre fui pobre. Aliás, esses dias fui levado a pensar, vendo o quanto as pessoas que me cercam, colegas e conhecidos, vivem obcecados por dinheiro e preocupados até à exaustão em se enriquecerem: eu nunca me preocupei com dinheiro.  Nunca perdi um minuto de meu sono pensando em dívidas ou do que planejava comprar para mim. Nem depois de ter a primeira filha, nem depois de ter um segundo filho. Minhas roupas são as mais funcionais possíveis: tênis, jeans e camiseta, sempre e invariavelmente (algumas vezes uma camisa social, o que me deixa aflito). Vivi anos sem carro, e não tenho a mínima ideia de como se dirige uma moto. Minha esposa me conheceu assim: íamos à pé para tudo quanto é canto, andávamos abraçados de madrugada voltando para casa, quando namorados. O dia em que comprei um carro, a esperei na rodoviária onde ela desceria do ônibus para passar o fim de semana aqui em casa, e quis surpreendê-la mostrando o veículo, a Dani expressou uma total decepção. Disse-me na bucha que não estava feliz. Semana passada ela se lembrou das vezes em que andávamos por toda a cidade em sua bicicleta, ela na garupa e eu pilotando, e me disse aquela frase chavão de "o quanto éramos felizes naquela época", ao que eu consertei: "ainda somos imensamente felizes hoje", ao que ela concordou. Pois bem, sou pobre, sempre ganhei dinheiro por conta própria, sem bajular ninguém, sem passar a perna em ninguém, e com boa dose de participação de minha atividade mental. Nunca passei necessidades, comemos do bom e do melhor, como dizem, e temos todo o conforto possível, além do indispensável: todos os livros que queremos, toda a música que queremos. Isso posto,

devo dizer, sem refinamentos e empolação, que gostaria muito que o Lula estivesse certo, pois jamais votaria em alguém da oposição a seu governo. Jamais votaria em Aécios e o escambau, que são muito, muito, muito piores que o Lula. Sou demasiadamente inteligente para não ver o caráter idílico dessas minhas esperanças, mas não sou um otário útil, não sou um pertencente ao rebanho do Facebook. Como pobre, tenho que defender meus interesses. Como disse alguém, devemos ter cuidado com essa coisa de condução coercitiva de um líder político de alta envergadura, pois em 500 anos de história, nunca tivemos 20 anos seguido de liberdade democrática. Por mais que pareçam lindas as indignações pelas redes sociais, somos uma nação de semi-escravos e de mão-de-obra barata. Antes do Lula no poder, não havia nem 5% dessa capacidade de pleno consumo que o brasileiro padrão tem hoje, mesmo nesses anos de recessão econômica. Há uma frase no Facebook que vou citar sem oferecer a fonte, pois não me lembro do autor, mas que é genial: "O Brasil tem cinco presidentes vivos. Quatro deles são investigados pela polícia federal. O outro é o Sarney". É uma radiografia perfeita da nossa situação. Tirei isso do Facebook do Idelber Avelar, mas a frase não é dele. Há uma verdade profunda, disforme e nada dada a formalizações moralizantes nessa aceitação de que todos os políticos roubam no Brasil, todos os políticos são uns corruptos, e por isso devemos ser o povo mais pragmático em vermos o que é de nosso interesse. Não há bandidos maiores e mais nefastos do que os do partido cuja sigla se pronuncia PSDB. Se o PT fracassou com extrema desfaçatez na condução moral na política, o PSDB é o suprassumo da maldade e da indiferença quanto a pessoas pobres como eu. Lembro de que na minha juventude, havia 4 marcas de carros, duas marcas de chiclete (Ploc e Ping-Pong), uma marca de palha de aço para lavar panelas, três ou quatro marcas de televisores..., havia uma profusão de tubaínas de fundo de quintal..., havia, em minha juventude (que não faz tanto tempo assim, mas apenas 20 anos), um clima soviético; supermercados desabastecidos, uma economia que não foi feita, deliberadamente, para comportar consumidores, mas de uma massa de assalariados dirigidos compulsoriamente a prestarem reverência a algumas poucas indústrias internacionais. Lembro o quanto eram caros coisas como chocolates suíços; eram tão caros, que era um sarcasmo os supermercados os mostrarem em suas estantes especializadas em importados; os azeites espanhóis, os vinhos portugueses, coisas que eram inadmissíveis para uma sociedade planificada como era o Brasil de fins dos anos 1980 e começo e meados dos anos 1990. O Brasil era a união soviética. Minha mãe, advogada, funcionária pública, só conseguiu comprar um carro há dez anos. Carro era algo que se via nos filmes americanos e parecia coisa de ficção científica. Não, não o foi o FHC; isso é o mais rasteiro clichê. A economia melhorou exponencialmente com ele, mas para nós, os pobres, ainda permanecia solenemente fechada, com um salário mínimo que não chegava a 100 dólares. (Alguém aí sabe o que é um salário mínimo não chegar a cem dólares, e os economistas, os catedráticos altamente graduados da direita, sempre aparecerem na tv, pomposos e com papadas que eram o início exposto ao vivo de seus excelentes e calmos sistemas digestivos, sentenciarem que era o sonho do governante, mas uma impossibilidade quântica que faria explodir a sociedade, se os salários fossem para cem dólares? Alguém concebe tal realidade?) O grande FHC, o cara que é um dos 4 investigados pela PF, que recentemente falou em um programa de televisão fechada que tem essa vitalidade e essa saúde mental por causa da genética (gente assim não consegue esconder a eugenia e a seletividade classista nos meandros de seus mais triviais discursos), melhorou a economia, mas nos deixou de fora. Carros ainda seriam, por um bom tempo, belezas esmaltadas usados em rachas mortais dos filmes baseados na obra de Stephen King que servia a nós vermos o quanto eram felizes os jovens norte-americanos revoltados. Lembro bem a tristeza resignada que me despertava o filme De volta ao futuro, com aqueles bairros populares arborizados com esses carros esmaltados estacionados na garagem, a tv imensa, os aparelhos de som, até as luminárias dos tetos diferentes, que mostravam o quanto eram coisas alienígenas para nossa economia planificada, o nosso grande gueto de classe segregada da minoria que tinha crédito bancário, salários altos, e supermercados inteiros diferenciados que vendiam de tudo que havia de maravilhoso para consumir no mundo lá fora, até chicletes de banana com figurinhas do Capitão Gancho.

Foi o Lula que fez isso, não foi o FHC. Em 500 anos de história, só nos foi dado o papel básico de uma sociedade democrática, o direito óbvio, de sermos consumidores, no governo Lula. Não me venham contestando isso. Só um louco ou um cara muito depravado iria contestar isso. A direita no Brasil é a pior direita do mundo. A mais radical, nefasta, com um organismo acostumado com o funcionamento pleno que basta lances imediatos e espontâneos para se organizar com incrível coesão e efetividade. É uma direita extremamente perigosa, com a qual não se pode brincar nem se distrair. Tenho um casal de sobrinhos, irmãos, que se formaram recentemente em medicina, graças a benefícios do governo e ao suor de seu pai (simples eletricista de aparelhos domésticos que mora em uma cidade de 10 mil habitantes), que, em seus Facebooks não param de arremedar a cantilena depreciativa de Fora Dilma, de que Lula isso, Lula aquilo, de que PT isso e aquilo. Dois otários que não sabem nada de história, descerebrados ávidos por se tornarem milionários e se inserirem no processo confortável de macaquearem clichês.

O Brasil sempre foi um país privado para o uso de uma minoria. Cuidado com isso. A moral professada nesse país sempre foi, citando as palavras do Lula, pirotécnica, como não deveria de ser para um povo ególatra e alienado, burro ao extremo, conduzido. Uma moral em pareidolia, como o efeito das nuvens que parecem dinossauros e amazonas montadas; como a figura de um fantasma que se vê na névoa de madrugada, ou a cara de Cristo na mostarda passada na bolacha. A moral que se vê no ataque ao Lula, o cara que subiu o salário mínimo a patamares nunca imaginados pelos sisudos economistas da direita, o cara que deu ao brasileiro padrão o direito a conta no banco e o crédito fácil (enriqueceu sobremaneira mais ainda os banqueiros, como deve ser no xadrez da vida real), é uma confluência de jogatinas da mídia, do judiciário, da policia e de diversos outros setores do país, tendo no centro, o peão do idiota útil das redes sociais. Uma confluência que não significa uma moral unitária e calculadamente programada, nunca significou, mas que forma na névoa das ganâncias pelo poder e por retornar a imobilidade de classes como era há 20 anos uma aparência de moral.

55 comentários:

  1. Bá, nossa, não sei nem o que dizer. Concordei de fio a pavio. É uma época de amor entre nós. Quero um filho teu, Charlles. :)

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    1. É o brasileiro deixar de ser infantil, Milton. Todo o mundo vendo nossa inaptidão completa em sermos sérios. Uma situação dessas chegar a essa crise! Claro que muita coisa se deve à culpa do próprio Lula e a omissão à ação pontual por parte do partido e de todas as suas alas relevantes no poder. Mas peraí, nós como povo vamos deixar de ser idiotas. Vamos começar logo a brigar pelo que nos interessa. A história brasileira, de tão pequena, tem uma compensação: ela é clara como a lua. Não há como nos enganarmos. Pobres, veja bem, somos todos nós. Deixemos de lado a vergonha elitista que esse termo nos dá, e formemos uma união.

      Hoje vi que estão a falar seriamente, MESMO, em intervenção militar. É hora de muito compromisso, cara, muito compromisso.

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  2. Acabei de ver o discurso dele, Charlles. Ao Lula, no que concerne ao uso da palavra, sobra o que falta (e muito) à Dilma. Vi também que a Lava Jato está cogitando abrir uma ação que possa impedir uma futura candidatura do Lula. Estão _mesmo que não queiram_ endossando o fortalecimento de uma ideia de perseguido, e assim, devagarinho, reconstruindo o mito. Podem estar montando o palanque do Lula.

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    1. Já montaram. O discurso foi uma propaganda valiosíssima que a Globo fez para a restauração do mito. Em determinado momento, coincidentemente quando ele fala da revista Época, a emissão falhou e os repórteres interromperam a fala dele. Logo, voltou. Pareceu até uma caída de ficha no calor do instante ("peraí, o que estamos fazendo?"), mas foi apenas u lapso mesmo.

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  3. Não votaria novamente nele nem para síndico do meu prédio. E não me venham com esse argumento de influenciado pela mídia golpista. Também sou uma pessoa que teve infância humilde, viveu o período de hiperinflação, mas tudo que vejo é um aficionado pelo poder, capaz de fazer o que for necessário, se unir aos piores tipos, abdicar de toda a sua biografia para manter o esquema de vantagens que alcançou com seus companheiros.
    O fato dos seus concorrentes serem péssimos não deveria ser um atenuante para ninguém. Esse grupo está no poder a mais de 12 anos e foi só a contingência global parar de colaborar para verificarmos que não havia sustentabilidade em sua política. Estão roubando e deixando roubar desde o início. Só não vê quem não quer. Charlles, você, assim como eu, é de Goiás, deve se lembrar do Juquinha, ex presidente da VALEC, que foi preso lá atrás por desvio de bilhões da ferrovia Norte-Sul. Mesmo assim Lula manteve seu partido no comando da estatal e da obra.
    Podem não gostar da oposição, têm todo direito e razões para tal, mas falar em inocência desse governo, façam-me o favor...

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    1. Eu sei, Leo. Creio que deixei bem claro no texto que o assunto tem complicadas matizes. Mas eu vou votar em quem? Bolsonaro, Aécio?

      O que eu acho é que nós como povo, em um país imoral, devemos nos investir de astúcia e de um centrado egoísmo para não sermos sempre peões do jogo político.

      Eles querem que se enfraqueça com o clichê, mas a pergunta mais importante do Brasil hoje é: por que não levam adiante as tantas denúncias fundamentadas de corrupção contra o FHC, o Aécio e os Marinho? Tem até helicóptero com meia tonelada de cocaína na história. É muito mais grave do que o que estão acusando o Lula. O ódio contra o Lula, do qual eu dividi há algum tempo, foi a traição quanto a todas as possibilidades éticas levantadas na pressuposição de seu governo. Isso é o nosso recalque. O ódio dos que querem efetivamente prendê-lo vem, por outro lado, do evidente desespero de sepultar em definitivo a pausa no poder das velhas oligarquias mercenárias que ele representou. Ele não é inocente, mas é uma bruta estupidez apostarmos em anjos salvadores nessa etapa do campeonato.

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  4. Charlles,
    Sinceramente, em um primeiro momento, me deixei levar pela espontaneidade da fala do Lula. Mas quando passei a melhor observar as razões e justificativas por ele consideradas, me senti como mais um integrante de um rebanho manipulado pela emoção, paixão e vitimismo.
    Do que vc relacionou como ganhos dentro de um panorama de consumo, lembre-se que tudo começou com o saudoso Itamar Franco, que implantou o plano Real.
    O Lula em retórica é excepcional, nada mais que isso. E foi esperto quando manteve, pó algum tempo, os acertos do Plano.
    Ao se comparar a uma jararaca conseguiu, despretensiosamente, indicar tudo o que a ele é mais caro, a desfaçatez, o tamanho e o veneno que é poderosíssimo.
    Vc me sugeriu Os Demônios, de Dostoievski. Razão pela qual tenho a liberdade de lhe recomendar uma releitura desse clássico, pelos motivos que mais do que eu vc conhece.

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    1. Não por acaso estou relendo Os demônios, Wagner. Dostoiévski era defensor do csar. Há que se interpretar muito bem esse fato. Essa frase isolada mostra um escritor descerebrado e obtuso, mas é justamente o contrário. Dostô sempre falava que o socialismo poderia ser uma boa coisa para países europeus, mas não para o estágio em que estava a Rússia. E olha o monólogo de Ivan Karamázov em que ele condena várias atitudes conhecidas na época sobre massacres de crianças perpetradas pela aristocracia czarista. Ele foi contra Nicolau I, mas a favor de Alexandre II.

      Sim, tudo isso foi criado pelo Collor (ele que simulou uma abertura de mercado para o país), pelo Itamar e pelo FHC. Mas, como eu disse, nenhum deles não comportou nas mudanças a grande maioria dos brasileiros. Quem fez isso, queira ou não queira admitir, foi o Lula. O Lula foi o melhor presidente do Brasil (um pouco abaixo do Getúlio, e olha o paradoxo que é o ditador e populista e criador das leis trabalhista Getúlio), porque todos os outros foram uma merda.

      E esse negócio de jararaca é o reflexo de um racismo. Essa figura usada pelo Lula é bela, potente, literária. Mas aí vem a mídia conduzindo mais uma vez os descerebrados ressaltando o pejorativismo disso ser dito por um nordestino. A expressão poética, irada e elevada, bastante eficiente em seu caráter popular, é transformada em dito chulo por ser facilmente circunscrita geograficamente. Assim como a Globo e a Veja pegaram o termo "sob vara" usado pela Dilma para falar sobre o mandado de condução coercitiva, e tentaram de toda maneira vendê-lo como mais uma das "dilmices". Mas o termo existe no léxico jurídico.

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    2. Só para esclarecer: Dost respeita a ordem afigurada pelo czar, não por ser a melhor opção, mas porque sabia tudo que iria acontecer se os revolucionários pegassem o poder. Dost sabia que os líderes revolucionários russos nada tinham a ver com o povo (veja Os demônios), como bem a história provou. O czar Alexandre II assinou a emancipação dos servos, mas no mais, as estruturas sociais melhoraram apenas um pouco. Houve uma esplendorosa liberdade de expressão, que corresponde ao período de maior efervescência do debate de ideias naquele país.

      O paralelo que se pode fazer com o Lula é bom. Não, Lula não representa a revolução nem a luta de classes, como quer vender o terror a mídia corporativa. Aliás, eu nunca vi o Lula como esquerdista. Suas conquistas vieram, pelo contrário, do tanto que ele beneficiou o capital. Então, esses idiotas que ainda afirmam que o Lula vai implantar uma ditadura de esquerda no Brasil não passam disso: idiotas. Retirar o Lula e colocar as outras opções, ao menos as que estão aí, seria um retrocesso. Se outra coisa melhor aparecesse, eu não estaria defendendo a que me parece ser a que sobra.

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  5. Charlles, discordo plenamente do seu prognóstico. A manutenção da atual chapa eleita e uma eventual vitória de Lula nas próximas eleições seria interpretados pelo PT como um aval da sociedade para a continuidade do seu modus operandi, um perdão aos "mal feitos", uma indicação para que avancem. Além dos danos econômico-administrativos ao país, a revanche petista sobre o Judiciário, o Ministério público e a Polícia Federal provocariam sequelas cujas implicações não poderiam ser revertidas durante décadas. A imprensa tão criticada atualmente por sua visão direitista, seria massacrada em detrimento daqueles alinhados à visão governista. Por mais que possamos criticar nossas instituições públicas e civis, a coisa pode piorar muito.
    Não se pode tolerar evidências tão eloquentes Charlles, mesmo quando as outras opções não nos agradam. Passar novamente a mão na cabeça deles agora, seria o equivalente a fingir que nossos filhos, quando pegos em grave comportamento, não fizeram nada que os outros também não fazem. É um sinal perigosíssimo.
    Se é verdade que a oposição faz uso de uma narrativa construída para atacar o PT, também é certo que a narrativa de guerra de classes funciona para desviar o foco daquilo que, a meu ver, é fundamental: a corrupção e a incompetência deste grupo é assombrosa.
    Charlles, tenho um amigo muito próximo cuja esposa é venezuelana e vai frenquentemente visitar seus pais. Eles acompanharam toda a evolução de um movimento populista, amparado por politicas distributivas (que se mostraram insustentáveis) e praticante do discurso divisionista, que destruiu a economia e demoliu a estrutura politico-democrática do país. Não estou nos comparando a eles, mas estamos vivendo um momento em que um passo em falso pode nos arremessar na direção errada.
    Por outro lado, qual é o mal de aplicarmos punições exemplares ao caso? Em corruptos e em corruptores? Que mal isso trará à nação? Cairíamos na mão de outros marginais? Mas desse mal nós já vivemos hoje! Ao menos os novos saberiam que não estamos mais dispostos a tolerá-los.

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    1. Leo, quem é esse "nós"? "Ao menos os novos saberiam que não estamos mais dispostos a tolerá-los". Todo esse espetáculo em cima do Lula não foi movido por "nossa" indignação. Seu comentário dá a acreditar que foi uma motivação popular, ou de um grupo de cidadãos esclarecidos extravasados, que levou a polícia e o judiciário a agirem. Mas não foi! Eu costumo dizer que os políticos nacionais estão além do constrangimento. Gandhi teria dado com os burros nágua se tivesse, em vez do imperialismo britânico, que lidar com a ortodoxia política brasileira. Nenhum deputado, governador, prefeito, senador brasileiro iria cair fora, partir para outra, parar com a malvadeza, diante uma massa pacífica de servos semi-nus empolados em silêncio diante do congresso. Isso aí de "temos que mostrar a eles que não aceitamos mais" é a mais ingênua das apostas. Com o Lula fora, e nessa previsão do PSDB ou partidos de ultra-direita tomarem o poder, a corrupção vai recrudescer no país, porque, mais uma vez, eles se certificaram que o Brasil não tem um povo de vontade autônoma, de mínimos recursos intelectuais, que exerça sua contestação. Todo esse teatro está sendo feita, inteiramente, pelos velhos poderes oligárquicos constituídos, meu chapa. Termo pesado e ridículo esse, né, que eu usei agora, mas é isso mesmo, os velhos poderes oigárquicos constituídos, que são os que dominam por completo o país. Homens que estão pouco se lixando pela opinião pública independente, pois ela é vestigial e circunscrita a focos pontuais cuja eficiência do sistema é que tais focos são mostrados como aberrações, alvos de chacotas. O que vale é o que eles impõe como o que deve ser acreditado e pensado. Parece coisa de Orwell, não é? Mas é a pura verdade.

      Vai entrar quem então? O que estaria envolvido em uma investigação sem precedentes por tráfico internacional de drogas, se o judiciário não estivesse em seu bolso? Ou o cara que fala contra os negros, homossexuais, cujo discurso é tão raso que estampa essa falácia de que bandido bom é bandido morto?

      O Brasil não tem nada a ver com a Venezuela. Eu entendi seu ponto de vista, mas, não há o mínimo perigo de uma radicalização por aqui. O que temos que ter em mente é que o Brasil é, em muito, um país de miseráveis. Há imensa pobreza pelo país, há imensa desigualdade social. Nós somos, sem ironia da minha parte, mais próximos social e economicamente da África do que, vamos dizer, de um EUA com sua também suas grandes mazelas sociais. É isso o mais importante! É isso que é constantemente esquecido no discurso. Como consumidores liberados, o mal é que caímos na ilusão de que já estamos no time do primeiro mundo. E estamos longe disso. Um governo neoliberalista sem freios como é o da direita nacional seria uma catástrofe.

      Um novo governo do Lula exigiria o fim da bajulação por parte da esquerda e uma dialética muito mais amadurecida para precisar os reais problemas do país.

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  6. Desculpem entre outro eventuais erros o "seriam interpretados" na segunda linha.

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  7. "Um novo governo do Lula exigiria o fim da bajulação por parte da esquerda e uma dialética muito mais amadurecida para precisar os reais problemas do país." Essa sim é a mais ingenua das apostas.
    Se para você qualquer um que manifeste sua indignação com esse governo está apenas sendo manipulado, para mim quem o defende é como a esposa que sempre apanha, mas perdoa o marido agressor por entender suas razões, por achar que a vizinha apanha mais.
    Esteja certo de que há várias pessoas esclarecidas que não gostam da gestão desse grupo, mesmo sem interesses pessoais diretos, e elas têm razões concretas para isto. Me incluo neste rol Charlles. Sem qualquer modéstia não sou um imbecil, entendo profundamente de finanças e orçamento públicos, também conheço muito o Direito Administrativo, assim como vivo diariamente, por dentro, as mazelas do setor público brasileiro, capazes de fazer Marquez e Kafka parecerem amadores. Não tenho quaisquer ilusões quanto à pureza de qualquer político ou partido. Se quiser podemos debater pontualmente (numa outra oportunidade) as falhas (sempre maiores) e os acertos do PT e do PSDB (no Brasil ou em Goiás).
    Não acredito que a corrupção vai recrudescer por outro partido assumir o poder, soluções simplistas não existem, mas governantes têm medo sim da opinião pública quando concentrada, e as oportunidades da sociedade emitir sinais a seus governantes são extremamente raras Charlles, e devemos saber quais emitir. Pois apesar de bons sinais ajudarem pouco nos resultados positivos, os maus sinais são potentes catalisadores para os desastres.

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  8. Não há o que discutirmos, Leo. A cisão já está feita. Ou a gente se cala em respeito às nossas diferenças, cordialmente, ou a gente cai no molde consagrado de que somos inimigos contumazes e perigosos. Como disse o Nietzsche, nós só conseguimos ou bater palmas ou vaiar, nunca compreender. O cabresto está bem amarrado.

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  9. Em respeito às diferenças e ao nobre blogueiro, quedarei-me inerte. Domingo manifestarei contra o governo da Dilma e o da Juvenilia, síndica aqui do meu prédio que está no poder já faz uns quinze anos.

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  10. Chegarei mais cedo na Missa de domingo e escreverei teu nome no livro de orações. Estamos rezando desde já para que te recuperes dessa lesão cerebral. É possível sim ter uma vida digna apesar dessa enfermidade. Força, Charlles!

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    1. Seus e-mails são muito mais divertidos que seus comentários aqui, Matheus. São até impagáveis. Porém sei que devem ser restritos por questões legais. Uma deportação para responder processo não seria nada agradável. :)

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    2. HAHAHA

      Te adoro, cara.

      "Mas o nosso idolatrado Lulla, assim como ele afirmou ao defender o José Sarney, um dos maiores assassinos da História desse país, é uma personalidade acima do normal um ser excepcional!

      O povinho brasileiro sempre vai ser ufanista e adorador. Que salvem o Lula, o novo pai dos pobres! E quando aparecem dispersas manifestações demonstrando uma incipiente reação a essa idolatria bestial, mesmo diante a uma situação de risco real a que esteve submetido o Lula fumante e alcoologista por 50 anos, são tidas como atos da mais canalha crueldade."

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  11. Caramba. Escreva só sobre literatura e você já fará mais que Lula, Aecio e Bolsonaro. Seus escritos sobre política beiram a ingenuidade misturando a um retardado mental. Me desculpe, que texto mais doente foi esse? Tô assustado até agora. Realmente a esquerda é uma religião e o PT é uma seita. John Gray está certíssimo. Aliás, tu como leitor dele foi capaz de escrever um texto desse? Joga teus livros dele fora. Não serviram para nada. Vou aqui continuar um leitor assíduo do teu blogue. Ninguém escreve melhor e com mais paixão sobre livros do que você. Mas, por favor, esqueça esse discurso de DCE e siga em frete.

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    1. Não tem como ser diferente, meu anônimo leitor. Qualquer pronunciamento que se faça sobre política brasileira atual, que não seja o mero clichê, vai beirar o surrealismo. Quem você defende? Talvez a leitura que você esteja fazendo de Gray esteja no confortável padrão convencional; inverta um pouco os polos e você vai ver que o que ele condena pode ser, não sei, o que você está disposto a defender. No mais, acho que o texto deste post fala bem mais do que aparenta.

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    2. Considero que grande parte do pecado do Lula seja culpa de seus defensores. Seus defensores criaram um culto ao Lula; amoleceram-no com a paixão desfolegante pesada lhe jogaram em cima. Lembro de gente como o Idelber Avelar em uma espiral fanática escrevendo "meu presidente", etc. Hoje o Idelber mantem um repúdio contra o Lula que, na mesma medida, beira o patológico. Como aqueles amantes ensandecidos que descobrem que foram traídos. A esquerda não soube manter a maturidade e manter uma dialética com o poder, não soube ser meta-crítica, não soube, como diz Zizék, se portar racionalmente no dia após a conquista do poder. Aquela bajulação toda sempre me tirou do sério; eu constantemente me investia contra esse excesso de elogio que, como vaticinou o Quixote, põe tudo a perder, enfraquece o espírito, institui o vazio e a inércia. Blogs como "amigos do Lula" são o atraso, pois à partir do nome já explicitam que o debate está encerrado.

      Eu gostaria mesmo que o Matheus, ou o anônimo, ou quem quer que seja, escrevesse seu ponto de vista, CLARO, MADURO, SEM IRONIAS, E AMPLAMENTE REALISTA, sobre quem eles defendem. Sobre quem eles dariam o poder nessa atual conjuntura. Se quiserem, me mandem os textos e eu publico como post. Gostaria muito de ver uma defesa coerente, comprometida, de qualquer outro candidato_ uma defesa que não fosse na linha de gente como aquele rapaz japonês que passou a escrever para a Folha, não sei o nome.

      Uma defesa contundente do Bolsonaro, ou do Serra, ou do Aécio, ou de quem for.

      Se me fizerem esse favor, estou disposto a me deixar convencer. É fácil só meter o pau e ficar esperando, passivamente. Repito: chegou a hora de se posicionar; não nos cabe mais a ironia e os demais prazeres do discurso.

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    3. Pode ver pelo ip que nao fui eu. Meus rants tem capslocks e humor auto-depreciativo. Mas posso escrever, depois que terminar o quinto ataque epiléptico do meu gato.

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  12. Me desculpa, Charles, mas não gasto mais uma linha para discutir sobre um sujeito que manda enfiar os processos no cu. Quando alguém defende esse sujeito, por mais bizarro e assustador que isso seja hoje em dia, não vale mais a pena. Você parece que tá na Rússia em 1917. Você assumiu o discursos mais rasteiro do marxismo que sobrevive nessa América latina: nós contra eles. Isso é perigoso. Vivemos em tempos de quase erupção. O ex-presidente que você defende -jura que você não tem vergonha disso?- chama seus militantes para o combate contra os "golpistas fascistas", esse mesmo presidente que disse que faria o diabo para ganhar as eleições e fez, mas uma pena que agora ele vai para a cadeia por isso, um sujeito que enriqueceu inexplicavelmente a custa do dinheiro de corrupção. Não, não.

    O PT faz um programa de TV todo conciliador há alguns, perguntando por que tanto ódio contra o partido. Aí o Lula dá essa entrevista, e mostra um dos porquês: de novo o mesmo discurso rancoroso, o mesmo coitadismo, o mesmo pobre metalúrgico perseguido pelas elites, a mesma retórica cínica. Ódio com ódio se paga, PT: aprenda. Charlles, aprenda.

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    1. O interessante é que tem que ter uma ofensa pessoal. Meu texto é de um "retardado mental". Eu tenho que "aprender" (oh, mestre, esparrame sua lucidez sobre mim!). Esse meu texto não impõe que se pense como eu. É um relato pessoal, motivado por uma necessidade de expressão pessoal. Não tenho o mínimo interesse em pregar nada, em dizer que a verdade está comigo e que ela deva ser inoculada através de minha ideias. Tenho perfeita percepção de que o estágio de diálogo esclarecido nesse país é rasteiro, inexpressivo, bronco. Tanto de um lado tanto quanto de outro. Então, a não ser que eu fosse um sujeito com muito tempo a perder, não dou a mínima em ver o óbvio dos xingamentos e das encarnações de certezas.

      Uma pessoa que se esconde por detrás do anonimato deveria ter um pingo de coerência consigo mesmo antes de se arvorar como detentor da verdade. É sintomático que nos ataques ao Lula, à esquerda e demais penduricalhos, ninguém defenda nomes específicos. Igual à técnica da direita durante todas as eleições a partir de 2002 em esconder FHC, em hipótese alguma mencionar o nome do FHC, o nível de vergonha em não se poder firmar em um representante por parte dos atacantes faz com que estes escondam suas intenções de voto e seus representantes políticos. Esse constrangimento é válido, e demonstra um vestigial sentido moral, visto o quanto seria visivelmente ridículo externar defesa de nomes como Bolsonaro, Aécio, Serra, Cunha. Não à toa há um ar de orfandade entre essa turma por o Reinaldo Azevedo ter parado de ser porta-voz do Cunha e ter, a título de sobrevivência de sua imagem, ter virado as costas para ele.

      Se esse "debate" (hahaha) dessa caixa de comentários fosse prosseguir, seria bom que se falassem em nomes. Mas também não estou nem um pouco afim. Pode-se aprender muito de uma direita inteligente e requintada lendo Isaiah Berlin, caro anônimo; talvez o som do pagode e o sacolejo do ônibus é que esteja alto demais. Vá lê-lo no quarto.

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  13. Pois é; de tudo que se lê até aqui, a coisa mais ponderada está justamente lá no alto, em primeiro lugar -- o texto do Charlles. E justamente ele é o retardado, tem lesão cerebral, etc. É triste, muito triste termos que usar desse pragmatismo de escolher o menos pior na hora de votar, mas o que há de se fazer? Enquanto o PT for o único partido (dos que estão verdadeiramente no páreo nas eleições) que é plenamente investigado, fiscalizado, devassado pela mídia e pelo povo e pela justiça, inclusive tendo muitos de seus membros condenados e encarcerados, então pra mim ele continua sendo o menos pior, pois afinal todos sabemos que os níveis de incompetência e corrupção dos outros todos são iguais -- a matéria de que são feitos todos eles é a mesma -- apenas que eles (com destaque de excelência absoluta para o PSDB) sabem disfarçar e achacar e subornar melhor do que os petistas, não tendo assim seus podres expostos na TV e na internet 24 horas por dia, e nem ninguém de seus quadros na cadeia, mesmo que tenham seus esquemas desvendados e até mesmo ocasionalmente expostos aqui e ali em jornais, em notas recatadas e cheias de deferências e não raro logo depois apagadas ou alteradas para omitir nomes. Acho o Lula e a Dilma péssimos -- a Dilma ainda pior -- mas se lá no último embate é um Lula x Aécio, um Dilma x Serra, eu nem penso duas vezes.

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  14. Sem tempo pra escrever o post-posicionamento q o charlles pedirá, por ora, faço minhas as palavras de Leosantiago. Não irei à rua no dia 13, e direi os motivos, mas concordo com sua linha de pensamento. Charlles, acho q, nesse caso, a dialética jogou contra ti.

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  15. Bravo! Bravo! Bravo!

    Charlles,você nāo faz ideia do bem que seu texto me causou...
    Foi uma brisa esperançosa diante de tanto rancor e podridão

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  16. Oferecendo a transparência solicitada pelo Charlles, na última eleição votei na Marina no primeiro e no Aécio no 2º turno. Simplesmente por acreditar nos benefícios (não to falando de milagre) provocados pela alternância de poder.
    Fosse hoje faria novamente, só não votaria no Bolsonaro ou no Caiado. Não trocaria essa retórica cínica da esquerda pelo discurso asqueroso da direita. Aliás, desde a adolescência já achava que essa coisa de se se encontrar nos extremos na política não era coisa de gente muito saudável.
    Mais ou menos como o Fabricio, também acho que os grandes partidos são feitos de massa muito parecida, só não vejo o PSDB como pior que o PT, menos ainda que o PMDB. E acredito que os pequenos são de bem pior material, muitíssimo pior.

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  17. Charlles,o vídeo a seguir é a prova cabal da insanidade em que chegamos.
    O mais assustador ė que o protagonista nāo é um indivíduo despreparado...
    De fato, chegamos ao paroxismo do rancor..


    http://m.youtube.com/watch?
    v=j2BzOHBKO-A

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    1. Que coisa horrível! Mais uma vez um ator da Globo se apresentando como intelectual, pedindo a intervenção militar, e legendas requerendo Bolsonaro presidente.

      Não estou nem um pouco otimista, Ramiro. Os sinais apontam claramente que o povinho desse país vai ter, finalmente, o que merece. O poder da mídia ortodoxa brasileira é devastador.

      O ídolo salvador que se apresenta para o autômato de baterias e convicções alimentado pelo Facebook e WhatsApp, é alguém que encarna o eugenismo mais podre a anacrônico, alguém cheio de palavras de ódio e deboche. Vai ser a destruição definitiva do Brasil; antes havíamos de pagar por nossa indolência mental; agora faremos uma dívida muito pior por causa de nossa pequenez espiritual.

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    2. Eu não consegui ver o vídeo até o final. Mas agora mesmo vi alguns segundos a mais, quando aparece a legenda: "Todos nós temos obrigações de conscientizar a Maioria da Mulherada que estão omissas! Elas são 51,6% da População do Brasil! Patriotas raçudos na Linha de frente!" Olha a capacidade de expressão do sujeito que escreveu isso; o quanto se revela de estupidez e indigência mental, e violência discriminatória.

      O problema arrasador do Brasil é a incapacidade educacional extrema, a lesão mental devido um sistema de educação que é um dos piores do mundo. Essa pessoa que escreveu isso, e que acha que Carlos Vereza é legítimo como exemplo, é o reflexo exato de quem sustenta esse ódio mortal nas redes sociais. São a maioria.

      A ideia de "mudança" na educação pela direita é a militarização das escolas ou a implantação das OSs. Vão pesquisar o que é isso. Tenho dois sobrinhos que estudam em escolas militares. Escolas públicas que cobram 150 reais de mensalidade, mais absurdos 650 reais pela farda, e mais transporte de 500 reais por mês. E todos esses serviços "oferecidos" pela instituição militar, na loja interna da escola e pelos ônibus da escola. E as OSs do senhor Marconi..., bem, só tirar um segundinho no Google e verão que coisa claramente espoliativa. Essa é, apenas, uma das garras da direita.

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  18. "Whatever the party holds to be truth, is truth."

    O'Brien, no "1984" de George Orwell.

    E vocês estão espantados com a corja petista?

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  19. Como Leosantiago, votei na Marina no primeiro turno de 2014; mas no segundo fui de Dilma, naquelas de último voto de confiança, já pra lá de desconfiado. Não faria o mesmo hoje, votaria em ninguém entre Dilma e Aécio em homenagem ao grande esforço de equiparação.
    Nunca havia pensado na possibilidade de votar no PSDB, mas naquele segundo turno cheguei a aventar a possibilidade; essa história de alternância de poder pode ser balela pura em várias instâncias - mas não me sinto à vontade qdo todos os sinais apontam, sim, pela pura e simples guerra pelo poder. Já não é nem um poder como instrumento (ao qual tbm tenho restrições), mas como fim. Caras, larguem o osso.

    Não acho um argumento razoável operar nessa dicotomia simplesmente pq, ah, são as opções viáveis. Tenho minhas dúvidas de q sejam as únicas; foda-se se forem, alguém tem q pensar fora da caixinha. E tem gente, viu. Gente q não estará na rua no dia 13, mas também não embarcou no voto crítico, e na promessa fajuta da Dilma de dialogar com a sociedade. Nem q o Congresso permitisse.

    Ah, mas estou falando do governo Dilma, não de Lula. Lula? Charlles, lembro agora de um post lá do centro dos protestos de junho de 2013. Uma euforia. Eu ainda acredito mais naquela tua euforia, do q nas palavras q escreveu acima. Eu ainda acredito mais nas pessoas q enfrentam suas crises, sendo - mesmo sem saber - elas mesmas os ídolos q todos ainda teimamos ter, do q nesse jogar-pra-torcida do Lula.

    À despeito da Justiça com f maiúsculo e oficial, e suas sei lá quais intenções; é pela justiça mais profunda q o q eu quero é q o Voto de Confiança - esta entidade q ronda por aí, e pelo q depreendo deste texto deveria ser concedido outra vez aos mesmos - seja dado à democracia, mesmo, ou ainda mais, no extremo risco de feri-la. Às ganha.

    Uma dialética não se faz com tese sobre tese. Sei q tua intenção não foi essa, muito menos é, mas pela disposição das palavras neste texto eu leio um tanto de opressão; quando gostaria de ler mais liberdade.

    Para ser bem sincero, estou falando tudo isso desde uma posição confortável - e posição é tudo, ou pelo menos bastante. Sabendo disso, tentei fazer aqui um exercício de desacomodação. Me sinto meio hipócrita falando de política, pq a redução da política a partidarismos (como está colocado nosso sistema) é uma grande invenção trágica, um teatro. Deveríamos ser atores de outra forma.

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    1. O post sobre junho de 2013 mostra uma fase de meu pensamento sobre o assunto. Foi eufórico. Eu amaria que o Brasil fosse daquele jeito: whittmaniano. Mas, como todo mundo sabe, aquilo durou pouco e reforçou ainda mais o cinismo da política, pois viram que o tal gigante não havia despertado.

      Percebeu que o Brasil chegou a um ponto que tudo passou a ser retórica? É uma inércia aflitiva!

      Agora com o pedido de prisão preventiva não sobra mais a menor dúvida de que a ortodoxia brasileira, a inteligentsia brasileira, não vai parar a até conseguir seu objetivo. É indiscutível que a ortodoxia venceu. Espero que eu esteja muito enganado, que o país não irá retroceder, que o salário mínimo não voltará à margem abaixo dos 100 dólares, que o estado se tornará cada vez mais simbólico e imaterial.

      Tem muita gente que adora nomes da oposição, mas não tem a coragem de pronunciar esses nomes. Tenho um colega, negro, usuário de cotas, micro-produtor rural, que adora o Bolsonaro, mas nunca tem coragem de admitir (eu o pego na mentira jogando verde, aí ele deságua de paixão pelo ariano).

      Isso eu fiz nesse post, tomei uma posição. Muita gente esconde o que lhe vem na alma sobre esse assunto, com medo do ridículo.

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    2. Sim. Mostrou uma posição. E agora fala em retórica! Estava mesmo pensando há pouco q tinha esquecido de comentar isso - tudo não se trata mesmo de retórica? E Lula não é exatamente o grande exemplar desse discurso? O q se constrói com isso? Nada mais q fantasia...

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    3. É retórica porque tudo chegou a um nível de relativismos, de fluxo de acusações, de ódios e revoltas redencionistas, de revanches e toques de messianismos (o Lula, dessa vez, escapa do messianismo; mas tem-se o Bolsonaro, cujos seguidores chamam de Bolsomito, e que tem como cabo eleitoral gente de ectoplásmica irrealidade como Olavo de Carvelho). A fantasia é isso. Esse meu texto, creio eu, abriu mão de tudo isso para se ater à pragmática mais pura: passei a ter dinheiro no bolso e poder de compra com o governo Lula. O resto é que é retórica.

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  20. Acho eu que essa questão partidária é bem relativa, com exceção dos filiados e simpatizantes do PT, que sempre se mostraram dispostos a formar um bloco justificado em suas ações pelas discutíveis finalidades sedimentadas na consciência deles. A maturidade politica hoje seria em torno de uma agenda de realizações estruturais para o pais, sempre acompanhadas pela vista das instituições democráticas fortalecidas. Tentativa de aparelhamento, gestão fiscal e de custeio irresponsáveis, dependência do consumismo vazio e pouco investimento estrutural são, até hoje, as realizações desses anos de Lula e Dilma. O caos social está aí, por essa razão fica evidenciado que o pretenso socialismo do PT é, na realidade, falso e equivocado!
    Meus Deus, saúde, educação, segurança pública, estádios para copa, bolsa pilantra, olimpíadas, empreiteiras, mensalão, Petrobrás, BNDES e mais um mandato para o Lula. Caramba, como conceber isso??? justificar pela falta de alternativa viável?
    A Argentina pariu o Macri. Quem sabe no Brasil surja alguém verdadeiramente moderno, distante de ideologias ultrapassadas, e que nos aponte uma direção saudável de verdadeiro crescimento humano.

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    1. Concordo plenamente com vários pontos. A Copa, as olimpíadas, a omissão em vários assuntos pontuais, são algumas das aberrações do governo PT. Os outros problemas, convenhamos, não foram inventados pelo Lula, já existiam há décadas. A miséria brasileira é antiquíssima.

      Há muita coisa má, também, entremeado nos programas sociais de financiamento do PT. As casas financiadas pela Caixa, por exemplo, estão, quase a maioria, em petição de miséria estrutural. Conheço algumas aqui da minha cidade, do programa Minha Casa, Minha vida, que, construídas há apenas 5 anos, com material de quinta categoria, já estão rachando seriamente no meio. E essas casas foram vendidas bem acima do preço. Considero que esses nuances vem da corrupção endêmica do país: bancos, engenheiros que querem subornos, falta de fiscalização, ou conivência criminosa da fiscalização. Há inúmeros, infinitos detalhes pérfidos nesses esquemas de financiamento. Em qualquer governo seria assim: não podemos sustentar a ingenuidade de que isso é uma mácula exclusiva da era Lula. A culpa maior disso, falemos a verdade, e da tradição secular do jeitinho fácil inerente à população.

      Essa história do endividamento do consumidor devido à extrema facilidade de crédito deve ser analisada sem paixão. Há muito exagero nisso, ou então o endividado pegou a manha da prorrogação sem prazo fixo da dívida, pois a situação de consumo ainda está bastante satisfatória mesmo nesse tempo de alegada recessão.

      Eu também queria, Wagner! Um Mujica, "alguém verdadeiramente moderno". Mas esse alguém nunca existiu na história desse país. O Lula nunca foi essa personalidade, que fique claro. Uma coisa é a história que deveríamos ter, outra a história real que temos. Nessa história real, eu daria uma outra chance para o Lula, apostando (combalidamente), que não só o Lula tenha se tornado mais "moderno", quanto, e principalmente, a sociedade pudesse se mostrar mais engajada.

      Novamente, em seu comentário, percebo o sinal factível de não oferecer uma alternativa, um nome. Você ofereceu a fé em um milagre de o surgimento de última hora de um ser crístico, que olhe por nós. Aqui só tem demônios. No mais rigoroso pragmatismo, analisando profundamente tudo que está aí, eu digo (o que jamais teria imaginado algum dia dizer): eu vou com o Lula.

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  21. 2008 - Maria do Rosário prefeita (Mas o que é isso? Mas o que é isso?)
    2010 - Lula, Paim (PT, senador) e Rigotto (PMDB, senador do s2)
    2012 - Fortunati PDT
    2014 - Aécio, Aécio (PSDB, unicamente para bloquear PT), Lasier (PDT, senador, unicamente para bloquear Olivio-PT)

    Como podem ver, já votei bastante no PT. E os argumentos a favor da manutenção desse partido no poder me deixam tao irado que estou pensando seriamente em pegar um trem rumo a Berlim votar no Bolsonaro em 2018. Fazem-me ter certeza de que votar no suposto viciado em cocaína, suposto traficante internacional de drogas, não foi tao ruim assim. O PT e sua cúpula se mostraram mais gananciosos na partilha da pilhagem nacional do que os caciques dos anos 90; se mostraram mais incompetentes em praticamente todas as áreas de ação governamental, principalmente economia (adeus, poupança; aliás, se antes achavam que o governo FHC foi entreguista, o que é o governo PT com as de agora e as próximas? CAPITAL ESTRANGEIRO TOMANDO EMPRESAS BRASILEIRAS, e nao duvidem se logo, logo a barreira percentual seja revogada), educação (adeus, História) e segurança pública (perdeu, perdeu!); se mostraram mais cínicos para com o povo e mais manipuladores de sua passiva esperança do que os anteriores (a empolacao e o distanciamento do FHC para com o populacho ao menos eram sinceros). Nao há outro partido com plano de governo; ninguém pensa no Estado (nem o PT, que só pensa em governo e poder). Nao há ninguém no qual eu vote com confiança ou mesmo esperança. Por pragmatismo mesmo que preferi entregar o governo ao PSDB: um Brasil operacional razoavelmente ruim é preferível a um Brasil rastejante (como uma jararaca!) e estupidamente ruim.

    E os partidos são corruptos iguais? HA-ha. O achaque petista é muito maior que os anteriores - e isso deveria ser posto, sim, na balança. E é mentira que só o PT é investigado, que só petistas param na cadeira pelos seus crimes. Olha aqui um link antigo, porém vero e suficiente para refutar essa ladainha: http://ultimosegundo.ig.com.br/escandalodf/relembre-os-politicos-brasileiros-que-ja-foram-presos/n1237588973498.html

    Mas o melhor argumento é o de "vamos dar outra chance ao partido que está há quase dezesseis anos no poder, vamos dar mais oito anos, totalizando vinte e quatro, pois assim a democracia estará assegurada, o perigo é se, ahn, os Outros assumirem, aí, sim, a democracia estará a perigo; somente um partido tem condições, somente um partido atende ao verdadeiro povo"... Sim, esse é o discurso tacanho e verdadeiramente serviçal. Bota a canga e com gosto. Se ao menos fosse um Getúlio, centauro pampeano (auhsuhsu sempre lembro de GUSTAVO BARROSO descrevendo os líderes gaúchos), mas não, é a serpente da língua presa.

    Nao sei o salário de um veterinário funcionário público (seis mil?), mas na casa de meus pais, enfermeira e vigilante aposentados, a coisa está apertada - há quinze anos atrás, quando havia ainda uma criança no colégio particular, as coisas andavam mais tranquilas, comprando no sábado um frango com polenta e Coca-Cola por 8 reais no Super.

    Se é pra se contentar com pouquíssimo, quase nada, prefiro os filhos das putas de anteriormente.

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    1. Tirando os partidos de esquerda (PT, PSOL, PSTU) e centro-esquerda (PDT, PTB, metade do PSDB), na há partido com ideologia ou pensamento definido, logo nao há partido o qual poderia chamar de meu (usar-me-ei de exemplo). DEM tem uns dois bons nomes, mas É ISSO AÍ; PP é uma massaroca; PSC agora vai de Bolsonaro, um militar positivista, e na última foi de PASTOR EVERALDO; PSDC inexiste (teria esperanças se PSDC e os bons nomes do DEM invadissem o PSDB). E o NOVO é muito Itau (já basta o Bradesco do PT) e PSL sao liberais-libertários, o que é muito Matheus 2011. Nah.

      Enerva-me que PDT e PTB tenham ido tao à esquerda, a la Brizola, e nao tenham permanecido mais ao centro, a la Getúlio. Nao há um partido que tente entender o Brasil fora da visão marxista, que nao sinta vergonha de ser Brasileiro de facto, de entender nossa existência desde 1822, de defender o trabalhador ante o patrão, os costumes do povo ante as inovações da intelligentsia.

      Uma CSU brasileira (ou sulista).

      Meu sebastianismo é Petrino-Getulio-Lacerdista.

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    2. Quis dizer Dilma 2010. M. Rosário é PT, assim como Fortuntai, eternamente petista mesmo no PDT.

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    3. Se eu apoiasse Bolsonaro, também arranjaria uma maneira engraçadinha para dizê-lo que maneirasse um pouco meu constrangimento.

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    4. "Um leitor me adverte que 90% dos militares brasileiros concordam com o que diz o Jair Bolsonaro. 90% dos militares brasileiros concordam que a ditadura deveria ter matado, em vez de apenas torturado, quem prendeu? Duvido." (Luiz Fernando Veríssimo)

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    5. Matheus: fazermos uma análise estatística e um debate sobre os níveis de corrupção e achaque dos partidos, para justificarmos nossas opiniões seria algo tristíssimo, tarefa para a qual nem eu e suponho que nem você temos tempo e disposição, e se a discussão chegasse mesmo nesse ponto o desfecho inevitável dela seria o suicídio. Ou então o assassinato que nossos outros amigos aqui da caixa de comentários encomendariam para nós dois. Certamente a idéia do Charlles não era promover esse tipo de coisa aqui. Minha opinião continua a mesma, quanto à seletividade da justiça e da fiscalização sobre as figuras, a depender de seus partidos, e não é um link dizendo que certa feita Maluf ou Arruda foram presos que vai me convencer do contrário. Aécio intocável está aí para todo mundo ver, falando sobre salvar o Brasil e tudo mais. Apetite e ganância iguais por poder entre eles, petistas e ou não: perdoem-me, mas também continuo achando que é o mesmo entre todos com margens de variação insignificantes. Esses partidos são coisas muito grandes e complexas e lucrativas para se verem livres dos vícios fundamentais dos brasileiros, e acreditar que alguma(s) das siglas tenha uma virtude santa automaticamente inoculada na alma de todos que assinam suas fichas de filiação e que assim os mantém afastados da indignidade de ser tal qual o PT, desculpa, mas é ingenuidade ou uma visão já inapelavelmente pervertida pelo ódio mortal ao Lula (e lembremos que nas últimos eleições, os partidos com mais membros proibidos de entrar na disputa pelo TSE, por terem ficha-suja, foram, em primeiro lugar, PSDB, depois PMDB, depois PP, depois não lembro, mas PT sexto ou sétimo; e nem assim eu digo que esse ou aquele são mais castos). Finalmente, quanto ao nível do achaque que eles promoveram à coisa pública... bem, não sei. Podes estar certo. Talvez no próximo segundo turno entre PT e PSDB, ou entre quaisquer Ps, talvez seja um bom dia para a rebelião da Skynet, algo assim. Que no que me diz respeito poderia até começar já hoje mesmo, se os robôs estiverem já com seus esquemas prontos, porque tô deprimido demais com tudo isso. Porque nossos problemas são outros e parece que perdemos cada vez mais a dimensão disso e a coisa fica mais e mais circunscrita a apontar que esse ou aquele é mais bandido, bater panela mais alto contra esse ou aquele.

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  22. http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/vargas-llosa-exalta-argentina-e-ve-decadencia-do-populismo-na-america-latina

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  23. escreve outro post aí, charlles. tanto pela tua opinião qto pelas opiniões dos frequentadores aqui, q respeito bastante... ;)

    dias tensos

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    1. Falar o quê? Uns grampos que não dizem nada, só mostram conteúdos banais, conversas sem a mínima periculosidade, vendidas para os teleguiados como se fossem um Watergate? Espancamento de pessoas que sequer se manifestam pró-governo, apenas tiveram a imprevidência de dizerem que não concordam com o teor das manifestações? Uma mídia lixo jogada para um povo boçal que acha que Globonews é o fino do fino? Vi o jornal da GN reportando, lacônico, que as bolsas fecharam em alta e o dólar caiu.

      Basta abrir os olhos. A única frase contundente dos grampos foi aquela em que o Lula diz que o presidente do senado e da câmera são bandidos, e que não é hora para esperar por nenhum herói.

      A dita elite pensante desse país me enoja. Tenho profunda aversão contra ela. Profundo nojo, nem sei expressar o quanto.

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    2. Concordo, está ridículo. Bonner tem certeza q será o novo di Caprio.
      E não vi nada contra Dilma, mas falam como houvesse. É a fabricação do impeachment.

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    3. Daqui a pouco teu nome entra na lista do Constantino, Charlles. rs

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    4. Venho escutando que os protestos são sinais de um avanço democrático, e isso desde 2013. Acho que estou por fora então. Vejo pouca politização e, acima de tudo, não percebo qualquer sinal de reflexão autocrítica com esse estado de coisas. Tudo isso permite que a justa indignação contra a corrupção seja abertamente instrumentalizada pelos empresários que querem pagar ainda menos impostos, pelos políticos que querem ascender ao poder e enterrar a Lava Jato e pelos grupos ultraliberais que querem desmontar os direitos constitucionais a saúde e a educação.

      Hoje às ruas vão os manifestantes chamados "pró-Dilma". Diante da situação - e como todos conhecem o caráter do excelentíssimo sr. Geraldo Alckmin -, é certeza que haverá um tratamento diferenciado em relação ao ultimo dia 13. Surra e mais surra.

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  24. Que país! Que povo! Lula ministro! É golpe! Mas tá tranqüilo, tá favorável.

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  25. http://uninomade.net/tenda/o-deserto-e-a-esquerda/

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  26. Minha visão hoje, 24 de agosto de 2016: quero muito que a Dilma retorne à presidência.

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