sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Tudo muito bonito



A rainha da Jordânia fez uma charge de resposta à Charlie, em que o menino Aylan aparece como médico em um futuro ficcional e em um mundo ilusório em que os países que estão, a contragosto e providenciando uma reação, recebendo os refugiados seriam promotores de sua inclusão social e suas oportunidades de crescimento profissional. Um mundo em que esses países não tem um pingo de preconceito étnico e terror diante os arquétipos imaginados da ameaça que o menino Aylan produziria. Seria fácil uma réplica à rainha da Jordânia: "Majestade, basta ver que nem vivo Aylan chegou".

7 comentários:

  1. ou uma charge com a carta dela dentro de uma garrafa órfã, à beira da praia.
    *
    mas é tudo imagem. é duplamente trágico o destino deste guri. morrer, pra depois morrer como imagem.

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    1. Eu fico sinceramente estarrecido cada vez que eu vejo a foto ou a menção gráfica da foto da praia. Odeio com vigor aquela foto; ela deveria ser abolida da internet. Não serve como "recado", como "anúncio", ou "prognóstico". Ninguém vai aprender nada com ela jamais. É isso aí que você falou com precisão: mantê-la eternamente é uma segunda morte. É a calma mais grotesca e triste da história fotográfica ver aquele corpinho na praia. Eu não consigo vê-lo morto ali, o que é um tanto mais terrível.

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  2. Passo aqui para anunciar que o Matheus Todeschini acaba de abrir um blog. Passem lá:

    https://matheustodeschini.wordpress.com/

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  3. Que os Estados Europeus e a América tem culpa no Cartório pelo Caos vigente no Oriente-Médio e Norte da África ninguém nega. Mas como promover uma integração de uma massa assim, do nada? E de uma massa heterogênea, a carregar consigo muita animosidade e ressentimento já entre si (a violência comeu solta aqui entre sírios x afegãos x iraquianos e sei lá mais quem), de uma massa que quer a "integração" daqueles que os recebem (à base de conversão pacífica, lenta e gradual, ou a força), com muitos casos de estupros, intimidação, desordem, células terroristas, surgindo a cada dia. Mas os arquétipos ameaçadores são imaginados.

    Nao entendo por que não retornar aos países de origem, onde há um manancial de tolerância étnica e religiosa, países (povos, nações, raças) que promulgam a paz, através da diplomacia da boa vizinhança.

    Que tragédia horrível a morte de uma criança - qualquer criança. Que foto horrível - a charge charllista nem se fala. O menino estava morbidamente belo, deitadinho ali na areia úmida, mortinho. Um menininho. Um filhinho. Um anjinho. E todos os dias outros Aylan morrem tentando fugir do terror que rondam suas vidas - e que continuará rondando, perseguindo. Seja no Brasil, na Ásia, na África, e seja por guerras, por intolerância, pela fome... E continuarão morrendo. Explodidos por um Drone americano ou por um lança-mísseis de um Mohamed inimigo, esquecidos no meio do nada com abutres aguardando seu último suspiro (lembram-se dessa foto?), ou igualmente levados à beira de outra praia pela correnteza do mar. A bondade de Deus é infinita e inconcebível para nós, Charlles, tens razão, e estamos presos nessa redoma diabólica - mas jamais nos libertaremos dela por meio de um sentimentalismo irresponsável.

    É importar mais terror, mais caos, mais morte. É importar o sofrimento que se pretende diminuir. É deixar se dominar por completo por aquele que nos impede de enxergar além das nuvens.

    ´´´´´´´´´´´

    TENDO DITO ISSO e tendo conquistado a simpatia do imenso público de Charlles ao longo dos anos com comentários inteligentíssimos, sensatos e amigáveis, aviso que comecei a escrever algumas coisas aqui:

    https://matheustodeschini.wordpress.com/

    Nem parece que sou eu.

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