terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A busca pela felicidade




As pessoas que conservam algum motivo para acreditar em demônios podem se orgulhar pelas evidências espalhadas no mundo atual mostrarem que estão certas. Em nenhuma outra época da história a situação pareceu tão ardilosamente propícia para extirpar a espécie humana como a época em que vivemos. Parece mesmo que seres espirituais superiores, Lúciferes de inteligência cósmica, conseguiram posicionar as peças no tabuleiro para um inequívoco xeque-mate para abater o elemento humano. Vivemos em um miasma nunca antes tão efetivamente bem sucedido para a vitória da ilusão, de modos que ficamos enrodados num espelho no qual olhamos nossa imagem com todos os significados invertidos. Nunca tivemos tanto acesso á informação, mas padecemos da burrice inexorável causada por novos sistemas de superstições. Nunca tivemos tanto conforto doméstico, o que gerou um desconforto sem escala com nosso próprio corpo. Nunca tivemos acesso à intimidade de tantas outras pessoas através de um ambiente histrionicamente virtual, o que nos tornou indivíduos cheios de amigos em uma comunidade global distinguida pela solidão da ausência de contato. Nunca antes ficamos tão passíveis de prescindirmos de crenças e filosofias, sanitizados de preocupações maiores pelas resoluções prazerosas oferecidas pela indústria da bajulação, e isso fez com que retornássemos a uma espécie de infância espiritual. Sempre que eu vejo a vida ostensiva das redes sociais cibernéticas em que pretendemos mostrar como somos mais felizes que nossos vizinhos, não consigo evitar imaginar o olhar piedoso que teria alguém se pudesse ver essa ridicularia três décadas atrás. Regredimos e nos embrutecemos cada dia mais, de forma que é inconcebível para o pouco de racionalidade que nos resta acreditarmos piamente que algum ente celestial possa se interessar por seres tão em todas categorias insignificantes como nós. A convicção sedimentada em uma idade primordial da história de que o propósito de nossa existência é a busca pela felicidade cumpre seus passos finais do suicídio. Cultivamos as coisas erradas desde que surgiu em nós o paradoxo de uma inteligência sugestivamente suficiente para sermos capaz de fazermos as coisas certas. 

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Hoje, quando acessei os jornais de praxe antes que começasse meu dia, vi uma matéria em que cientistas preveem que a humanidade estará extinta em 2040. Na seção policial, que já nem tem uma delimitação precisa diante a unanimidade da violência, um estudante de odontologia em Minas Gerais saldou sua dívida de 300 reais com o pedreiro que construiu sua casa, premeditando ambos o roubo e o assassinato de um taxista. Como o taxista resolvera levar sua filhinha de 5 anos para atender o chamado telefônico, os assassinos executaram também a criança com um tiro na cabeça. 300 reais. É uma notícia tão mortificante que a aparência que dá é que eles inventaram o assassinato. O que corrobora para o sucesso de nossa extinção é essa lei demoníaca de que a maldade é sempre burra. O mal é completamente desprovido de inteligência. Pode parecer ter uma inteligência que visa resultados de pequeno prazo, mas na verdade é vazio e atrasado. Toda a concepção de uma maldade redencionista e cerebral é de um desconcertante romantismo: essa maldade de adstringência montanhesa de Nietzsche, essa maldade requintada do lucro a todo custo da sagrada acumulação de capital. Se os assassinos tivessem cometido qualquer crime bem menor que este, teriam obtido um ganho financeiro muito maior que 300 reais. Se tivessem praticado, por um dia, crime contra a saúde pública, vendido picolé feito com água não potável; falsificado dinheiro. Ou, se tivessem apenas roubado e liberado o taxista e a filha, em uma região urbana gigantesca como a que foi praticado o ato em Minas, muito provavelmente as chances de terem saído impunes seriam bem mais consideráveis que a de um crime de proporções de comoção pública tão escandalizante como a execução de uma criança. Eu fecho o computador e sigo para o trabalho com o pensamento de que as complexas convoluções a que fomos levados em busca da felicidade criou as condições para uma psicopatia epidêmica. O limite para que eu avalie em silêncio a percentagem de pessoas que eu vejo pelo caminho de serem psicopatas é só controlado pelo abominável da proposição. Os cientistas também dizem que há uma relação direta entre o número de fotos selfie que um indivíduo faz e a tendência desse indivíduo de ser um psicopata.

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Eu sempre tive um ódio contumaz por carros. Ainda assim, certa vez lá pelo ano 2000 comprei um carro. O emprego que eu tinha proporcionou que eu fizesse uma economia compulsória por nove meses, e como a necessidade de um carro era incontornável para a realização de minhas atividades, comprei um. Fui à casa da minha mãe e ela ficou profundamente ressentida por eu não ter levado ela a conhecer o pequeno veículo estacionado na garagem. Um momento tão importante em sua vida, e você nem me leva para compartilhá-lo, ela disse. Fique absolutamente surpreso com aquilo, e então descemos pelo elevador e eu lhe mostrei o carro. Não sabia o que falar, foi algo muito constrangedor. O que eu deveria fazer?, uma imitação ridícula de vendedor de concessionária, abrindo os braços enquanto falava "bancos inclináveis, pintura porcelanizada, e fantásticos pneus com freios ABS"? Deveríamos chorar e agradecermos a Deus, ambos, minha mãe e eu ajoelhados diante aquele avatar alcançado de um rito de passagem sagrado? Só disse: aí está, mãe. Mesmo assim ela demorou superar o trauma e muitos integrantes da família me telefonaram só para darem a indireta de que mais uma vez repudiavam minha eterna frieza de alma.

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Sempre levei a convicção íntima e secreta de que o amor abusivo por carros revela uma psicopatia. Certa vez, presenciei o desabafo de um conhecido, procurador em Brasília, com seu cunhado. O procurador tinha pago 110 mil reais por um carro zero quilômetros magnífico há três anos, mas estava angustiado porque ele estava velho demais (três anos de uso!), e porque não cabia na garagem da casa de sua mãe, e ele visitava a mãe todo final de semana. No final do desabafo, como todo mundo, ele esfrega a testa e diz: "Meu Deus mas que calor sufocante!" Não há lugar em minha cidade que mais tenha carros novos e super modernos que diante o maior colégio estadual daqui. Os maiores consumidores de carros, pelo menos aqui, são os professores estaduais. Eles trocam de carros em média a cada 5 anos, se muito, dando seus carros usados como entrada para financiamentos para a compra de novos. Imagino que vivam em um refinanciamento infinito, e tal coisa seja responsável pelos altíssimos preços dos financiamentos e seguros, pois as cascavéis das financiadoras com certeza computam que um dia o endividamento sucessivo vai se extinguir com a lógica morte do devedor, e isso tem que ser repassado para os custos gerais da comunidade de consumidores patológicos. Recorrentemente esses carros se transformam em requintados caixões desfigurados, no número de acidentes fatais que só vem aumentando, como os dois que aconteceram semana passada com moradores da minha cidade. E fica o choque de ver as caras sorridentes dos mortos em seus facebooks, tiradas mesmo um dia antes do traumatismo craniano e da incineração no meio da lataria fumegante. Havia uma dúvida se a vítima de um capotamento tinha mesmo um nome cujas iniciais eram M.B., assim que a morte havia sido reportada e ninguém sabia ao certo a identidade, e eu pesquisei no facebook de M.B. e identifiquei o Cross Fox preto último modelo que disseram ser a marca do retorcido caixão. Havia um sorriso, uma pose da moda com mãos no joelho, e o reluzente Cross Fox preto imediatamente ao fundo.

18 comentários:

  1. É isso aí, meu amigo.
    (tu tem o link dessa matéria q menciona 2040? um outro amigo tinha mencionado de passagem)

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    1. http://www.jornalopcao.com.br/reportagens/para-qual-planeta-o-seu-neto-vai-se-mudar-27412/

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    2. https://www.youtube.com/watch?v=_FEDasXNjpQ

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  2. Dura e aflita missão, ler as páginas dos jornais. E quem se isola ou fecha os olhos e ouvidos aos reclames insanos e sanguinolentos só adia a vibração do grito horrificante.

    É absurda essa fome de carros. Em Salvador mal se pode percorrer um quilômetro sem que um monstrinho de metal desses atente contra nós.
    Até mesmo em meu bairro, outrora tranquilo, os motoristas mimados
    não economizam em buzinadas estridentes ante uma célula mínima de atraso:
    alguém que estaciona, um transeunte distraído, alguém que deixa um carro morrer.

    é doído por aqui também, Charlles.

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    1. O tipo de coisa que deriva para pensarmos que os dinossauros tiveram uma extinção melhor. Para nós, teremos que suportar 25 anos de uma situação à lá Walking Dead e A estrada. Reivindiquemos nosso meteoro.

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  3. Kafka tinha razão, meus amigos, há muita esperança, só não para nós...

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  4. A respeito dos carros (ou como diriam na minha terrinha os "autos") a palavra certa, pra mim, seria DESDÉM.
    Pior para um sujeito como eu que não possui nem pretende possuir tão cedo um veículo é ter de aguentar toda sorte de conselhos sobre as vantagens de se ter um carro particular, a sensação de liberdade, o conforto, a praticidade, a agilidade etc etc... Isso sem mencionar as pilhérias, os deboches...enfim...
    Toda vez que o assunto é carros me lembro de uma piadinha bem tosca vivenciada na faculdade de Administração.
    Fôramos obrigados a ler "A máquina que mudou o mundo" e apresentarmos um trabalho. A máquina que mudou o mundo, na visão do autor, sob o prisma das linhas de produção, claro que era o carro.
    Lá pelas tantas, durante as apresentações dos trabalhos, a professora soltou essa "os rapazes é que gostam mesmo dos carros", ao que de imediato um colega retrucou "não, professora, nós não gostamos de carros, quem gosta de verdade são as mulheres; nós só compramos."
    E assim caminha a humanidade, em "automóveis último modelo apinhados de pândegos e de putas"...

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    1. Ricardo, estava sinceramente sentindo falta de você, meu irmão. Então és da minha turma! Um dos meus sinais particulares para perceber o quanto uma pessoa é esclarecida, é ver que carro que tem, ou que carro que não tem. Meu amigo Emerson Campos, de quem constantemente falo aqui, só tem uma bicicleta. Mas tenho alguns amigos que tem carros populares estritamente funcionais, como é o meu caso. Há uma matéria que dá o diagnóstico preciso disso, acho que na Carta: carros são os novos cigarros. Não à toa, um dos únicos países que consideram o carro como sinal de status é o nosso Brasil.

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    2. Charlles, estou sempre, sempre por aqui, embora não me faça notar, porque o debate aqui sempre é de altíssimo nível, como numa conversa, o que normalmente tenho feito é ouvir e aprender. Continuando sobre os carros, não me lembro se algum dia alimentei na minha alma o desejo de adquirir um veículo automotor. Sequer sei dirigir. Já mudei duas vezes de emprego já que começaram a exigir habilitação para todos os funcionários. No mais, acredito que seremos ridicularizados pelas gerações futuras (aquelas além de 2040) por desperdiçarmos tantos recursos com a produção de carros, isso sem falar na infraestrutura a serviços dos automóveis etc etc

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  5. Também eu e a Nat estamos entre essa turma de esquisitos como o Ricardo que não possuem um carro. Simplesmente não precisamos: eu trabalho em casa e a Nat na UFSC, que fica aqui pertinho. Para que mais um carro nessa ilha que não tem mais para onde crescer de tão entupida? (Considerando, claro, com minha usual dose de ingenuidade, que se quer preservar alguma coisa do que resta de sua natureza original.) As pessoas nos olham como se fôssemos zuretas quando explicamos isso, mas realmente não nos importamos de caminhar e de andar de ônibus. Eu até gosto, na verdade: no ônibus, gosto de ficar ouvindo música e observando a cidade, sem ter que me preocupar com o trânsito. O ponto inicial aqui no bairro é na frente do nosso prédio: mais conveniente, impossível. E as caminhadas diárias, além de permitirem também essa atividade de observação distraída e contemplativa do mundo, ainda nos poupam de ter que pagar academia... Mas já nem me ocupo muito de explicar essas coisas. De uns tempos para cá, a reação mais comum é uma consternação meio comedida que é até sincera; vez por outra somos até consolados com um "é, a situação tá foda pra todo mundo", e coisas do tipo, pois é evidente para as pessoas que estamos com sérios problemas financeiros, que nos impedem de comprar um carro. Incrível como tantos se deixam adestrar pelos comerciais de televisão: acabam realmente acreditando que é vergonhoso, ultrajante, sei lá, usar transporte público. Depois quando vão pra Europa ou pros EUA, acham o máximo o metrô. Vai entender.

    (Se alguém gosta de ler sobre caminhadas e caminhantes: "A Philosophy of Walking", de Frédéric Gros, é muito bom! Tem também um livro do Sebald sobre escritores que caminhavam muito, mas esse não encontrei ainda, li somente o capítulo que ele dedicou ao Walser e que saiu numa Serrote uns tempos atrás. É lindíssimo esse texto.)

    Mas o que eu queria dizer mesmo é: esses sinais todos de falência generalizada apontados pelo Charlles, é difícil realmente se animar diante tudo isso. Mas não sei. Sempre tive uma fé inexplicável. Não tenho argumentos, é mais uma intuição, ou então uma incapacidade crônica para um pessimismo dessa magnitude, que envolva o fim da espécie, sua auto-destruição. No mínimo, acho que do ano 2040 a gente passa sim [risos]. E olha que sou dos mais céticos, e não sou religioso. Se fico triste vez ou outra diante da morte, é por saber que ela me impedirá de ver como estará o mundo daqui a, digamos, 500.000 anos? Eu tenho uma grande curiosidade quanto a isso. Acho que ainda estaremos por aqui sim (ou em outros cantos do universo), e as coisas estarão um pouco melhores. Mas é possível --- ou bem provável, ou mesmo inevitável, a essa altura --- que até lá, passemos por alguns maus bocados. E daí a morte já nem parece tão má idéia. Não era o Saramago que dizia que a morte existe para que possamos continuar a viver?

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    1. Gosto muito de caminhar, principalmente para pensar, arrumar a casa da mente. Normalmente faço isso com uma sacolinha e vou catando as latinhas que encontro pelo caminho. Um vez ouvi um jovem numa conveniência comentando com outro "lá vem aquele velho andarilho boiola catador de latinhas". Hahahahahahaha, a cena foi muito engraçada, eu caí na gargalhada porque ele falou relativamente alto, e todo mundo olhou quando eu, em vez de fechar a cara, comecei a rir...
      Se o preconceito rola solto em relação a não ter um carro, imagina então com quem separa os materiais recicláveis do lixo comum. Aí sim você é taxado como esquisitão. No bairro onde moro não tem coleta seletiva de lixo (só tem nos mais "nobres" da cidade), então separo os recicláveis e guardo para os catadores. Noutro dia, uma vizinha passou e me avistou entre as grades do portão separando os materiais, então comentou com outra (em bom tom) "a coisa deve estar difícil ali".

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    2. (Fabrício, um parênteses bem peculiar, se possível não estranhe: gosto qdo o charlles escreve "diante alguma coisa" em vez de "diante de alguma coisa", me soa bem. Aí notei q tu escreveu assim para logo depois, mais abaixo, voltar à forma com preposição. Minha hipótese é q pegou isso do charlles, pois não vejo muito por aí. Volto a dizer q acho bonito. E, sim, desimportante hehe).

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    3. arbo: sem dúvida alguma, culpa do Charlles!

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  6. engraçado isso. Ricardo.
    aqui em Porto Alegre, eu e a Bianca não tínhamos carro até o ano passado. Fui comprar meu primeiro carro com 31 anos, e a bem da verdade ele é um artigo de luxo, ainda que chamem "popular". Para o trabalho, venho a pé ou de bicicleta. A Bianca trabalha na cidade ao lado, vai de trem. O carro usamos no fim de semana, e é bom pq o irmão da Bi mora numa outra cidade. E vamos ao litoral agora no verão.
    Para dentro da cidade, o ideal seria q isto fosse feito em larga escala: http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2015/01/ufrgs-deve-ter-servico-de-aluguel-de-carros-eletricos-em-2015-4690071.html

    aliás, a bicicleta que me traz ao trabalho é deste serviço de aluguel. prático, barato, limpo e saudável. pena q não é todo mundo q pode, pq é um serviço q funciona bem só em áreas onde se pode andar de bicicleta sem ser atropelado, que são poucas.

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  7. Arbo, sim, sem dúvida, iniciativas como essas fazem toda a diferença. Utilizar o veículo poluidor (hahahaha) apenas para a autoestrada é uma ideia maravilhosa, afinal, carros elétricos ainda não são tão acessíveis assim. E afinal, precisamos nos locomover. O que me incomoda verdadeiramente é o carro como sinônimo de status, de poder aquisitivo, o sujeito precisar de um "possante" pra se autoafirmar, pra "pegar mulher" etc. Uma imagem quase surreal, pra mim, é passar em frente de uma residência (na maioria das vezes de classe média) e ver a garagem entulhada de automóveis, provavelmente, um pra cada membro da família. Aqui em Campo Grande-MS tem uma lógica terrível que acredito norteia os administradores públicos: quem anda de ônibus é pobre, então pra que melhorar o transporte público. E a rapaziada não se mexe, deixa quieto, aguenta bovinamente. Sempre o mesmo consórcio que ganha as licitações. Os fiscais são omissos e assim seguimos. Por isso, o primeiro sonho do operário, do comerciário, da empregada doméstica etc é financiar um veículo automotor poluidor. E todo dia morre gente no trânsito, principalmente de motocicletas. E ter um carro é considerado ascender socialmente. Conheço pessoas cuja casa sequer tem reboco, mas um carro na garagem isso não poderia faltar hehehehe...

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    1. exato. e é bom encontrar aqui gente q compartilha o hábito da e o gosto pela caminhada. aliás, qdo era adolescente-jovem, cheio de dúvidas, medos e vacilações, minha única certeza (meio metafísica) era que eu tinha q andar por aí - não sabia destino nem hora, mas me fazia bem zanzar pelo mundo assim, pelas pernas. Acho q ainda faz.

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  8. Madrugadas desse final de semana na cosac com promoções de 50% de desconto. Absalao está saindo por 34, 95.

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  9. esqueci de agradecer. obrigado.

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