"É possível que o desígnio terreno do homem seja exterminar a Terra, a vida. Nesse caso, entretanto, comportou-se como Sísifo: durante algum tempo escapou do desígnio, da tarefa, fugiu das garras da morte, e maravilhou-se daquilo que tinha de exterminar: a vida. Desse ponto de vista, toda produção e pensamento superiores criados pelo homem existem graças a essa relutância; a arte, a filosofia, as religiões resultam da hesitação, da imobilidade diante da tarefa real, o extermínio; essa hesitação explica a tristeza incurável, nostálgica, dos verdadeiramente grandes." (Imre Kertész, A língua exilada, Companhia das Letras, p. 35)
ResponderExcluirALÉM DAS DITADURAS
by Ramiro Conceição
Sim… Seria bom se a amar estivéssemos…
(Mas… Nem tudo é bom… E isso não quer dizer que seja mau… A vida são conjunturas… Às vezes resta somente a difícil adaptação ao não… Nessas situações, o importante é manter o norte ou o sul que duramente foram conquistados e que nos moveram, vivos, ao além das ditaduras).
Sim… Seria bom se estivéssemos a amar…
(Ora, ora, ora… Chega de autocomiseração!... O amor que se aprendeu continua a resplandecer… Não esqueça dos silêncios prediletos sob o sol… Não esqueça das dúvidas dos filhos a exigir presença contínua… Não esqueça dos amigos, dos lidos livros queridos… Não esqueça dos sonhos sem pé e nem cabeça… Não esqueça que talvez um amor desconhecido esteja ao redor… Não esqueça que estivemos, por milênios!…, nas barrigas dos relâmpagos muito antes que nas…, de nossas mães).
DeLillo novo: http://www.latimes.com/books/la-ca-jc-delillo-zero-k-20160501-story.html
ResponderExcluirÓtima notícia! Ansioso por ler.
ExcluirÉ, acho que a propaganda funcionou, quebrarei novamente a fila de leituras pra conhecer o Kertész.
ResponderExcluirNão se arrependerá.
ExcluirComo já possuía "O fiasco" eu comprei "Liquidação" e "A língua exilada". Começarei pelo último.
ResponderExcluirUm amigo me disse que quando eu invoco com um autor eu invoco mesmo. Comprei todos os livros lançados aqui do Kertész, e a tradução espanhola de "Sem destino". Li "O fiasco", "Kadish", "Eu, o outro", e "A língua exilada". Todos são excepcionais. Desses, me tocou profundamente "O fiasco". Tudo nele faz sentido, por isso, quando começar, não estranhe a compulsão cômica do início em descrever minuciosamente o quarto do escritor. Lá para o final, há também o conto "Eu, o carrasco", propositalmente ruim, que dá um dos motes da história. É um grande romance. Já "Kadish" é um monólogo assumidamente inspirado na forma por Thomas Bernhard, e "Eu, um outro", uma belíssima auto-biografia". Todos são ótimos.
ExcluirCharlles, domingo tem álbum novo do Radiohead.
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=TTAU7lLDZYU