tag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post5675948611377087672..comments2024-02-17T15:03:03.573-03:00Comments on charlles campos: Simplesmente Wislawacharlles camposhttp://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-49610785611106510282014-03-05T12:10:46.600-03:002014-03-05T12:10:46.600-03:00BARATO
by Ramiro Conceição
.
.
Ah, como é preciso ...BARATO<br />by Ramiro Conceição<br />.<br />.<br />Ah, como é preciso a coragem <br />de rir de si para que se possa <br />efetivamente chorar de vontade.<br />.<br />Quantos fracassos profissionais…<br />Quantos amores potenciais…<br />Quantas noites mal dormidas…<br />Quantos livros esquecidos…<br />Quantos amigos perdidos…<br />.<br />O que sobrou? Estes poemas nas mãos.<br />“Vale o esforço?” Não me encha o saco:<br />vá ao Google, e descubra por si o barato.<br />Ramiro Conceiçãohttp://www.grindelwald.com.br/ramiro/index.htmlnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-20990338978295500702014-03-05T10:04:38.218-03:002014-03-05T10:04:38.218-03:00“Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo...“Prefiro o ridículo de escrever poemas<br />ao ridículo de não escrevê-los.”…<br />.<br /><br />É isso! <br />.<br /><br />Por isso, a seguir reproduzo, parcialmente, um comentário que certa feita fiz lá, no Idelber, que estava a tratar do extraordinário poeta Juan Ortiz (faz tempo…).<br />.<br />.<br /><br />AQUI SÓ HÁ CHAMA<br />by Ramiro Conceição<br />.<br />.<br />Quando cantou ao rio de sua aldeia, que não tinha importância alguma a não ser à sua aldeia, Alberto Caeiro, usando Pessoa como cavalo, foi genial. Duma ideia aparentemente simples, fez a sua aldeia transmutar-se na humanidade. O poema inteiro é praticamente literal, não existem metáforas estrambóticas ou sentidos dúbios; quer dizer, a grande metáfora é o próprio poema. Mestre Caeiro, a quem Pessoa reverenciava, foi solar quando preciso – e lunar quando.<br />.<br />Esses poemas de Juan L. Ortiz fizeram-me lembrar de Wisława Szymborska. Por que estou a falar de Caeiro num texto sobre Ortiz e Szymborska? Parafraseando Wisnik: a grande poesia pequenina “só fala da experiência que está ao alcance da pessoa, mas a sua escala inclui […] a história da espécie flagrada nos seus vestígios em nós”.<br />.<br />Nas poéticas de Ortiz e de Szymborska, tudo parece visto, pensado-sentido por dentro das fatigadas retinas diante da pedra no caminho que passa a não ser pedra, deixa de ser caminho, para se transformar – em carne e osso – na saga da vida e da morte que, no fundo, são brincalhonas.<br />.<br />Tais poéticas são de gestações dificílimas!, pois estão na interface entre a genialidade e a boçalidade do grotesco. Tais poéticas são solares e estão a anos luz da lua do jabá que vende palavras à coisificação do que temos de mais sagrado – para os verdadeiros religiosos; ou do choro incontido diante do belo, que acontece aos verdadeiros ateus.<br />Ou seja, tais poéticas são feitas de alma e lama. E aqui, minhas senhoras e meus senhores: só há chama!<br />.<br /><br />Museu<br />by Wisława Szymborska<br />Há pratos, mas falta apetite.<br />Há alianças, mas o amor recíproco se foi<br />há pelo menos trezentos anos.<br />Há um leque — onde os rubores?<br />Há espadas — onde a ira?<br />E o alaúde nem ressoa na hora sombria.<br />Por falta de eternidade<br />juntaram dez mil velharias.<br />Um bedel bolorento tira um doce cochilo,<br />o bigode pendido sobre a vitrine.<br />Metais, argila, pluma de pássaro<br />triunfam silenciosos no tempo.<br />Só dá risadinhas a presilha da jovem risonha do Egito.<br />A coroa sobreviveu à cabeça.<br />A mão perdeu para a luva.<br />A bota direita derrotou a perna.<br />Quanto a mim, vou vivendo, acreditem.<br />Minha competição com o vestido continua.<br />E que teimosia a dele!<br />E como ele adoraria sobreviver!<br />.<br />.<br /><br /><br />PS: a quem interessar, o post completo pode ser encontrado aqui:<br />http://www.revistaforum.com.br/idelberavelar/2012/05/29/juan-l-ortiz-tres-poemas/<br />Ramiro Conceiçãohttp://www.grindelwald.com.br/ramiro/index.htmlnoreply@blogger.com