tag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post2436573728220850183..comments2024-02-17T15:03:03.573-03:00Comments on charlles campos: Quem entende Foucault?charlles camposhttp://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-69360872971355957222013-08-01T17:35:07.734-03:002013-08-01T17:35:07.734-03:00Bom. Acho que você precisava dizer então no seu te...Bom. Acho que você precisava dizer então no seu texto o porquê exatamente Foucault é "oco, oco, oco." Se não a crítica fica vazia. Um exercício estético de vaidade. Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-33061570690740154342013-08-01T11:59:06.563-03:002013-08-01T11:59:06.563-03:00Charlles,
A sua impressão de incompletude, de pre...Charlles, <br />A sua impressão de incompletude, de prefácio do História da Sexualidade I é correta. O livro funcionaria originalmente como um prefácio ao seu projeto que constaria a princípio com sete volumes. Os demais tratariam do nascimento daqueles outros sujeitos sexuais inventados pela psicanálise que ele apresenta apenas de passagem no Vontade de Saber, o Perverso, o problema do Onanismo infantil, a Mulher Histérica. Foucault também planejava escrever um livro sobre o nascimento do homem desejante no Cristianismo, auto-denominado Les Aveux de la Chair, seu também chamado livro "Cristão" sobre a sexualidade. Nenhum desses livros chegou a vir à luz. Os volumes II, III e IV, sobre o Pervertido sexual, a Criança que se masturba e a Histérica nunca saíram do esboço. O Les Aveux de la Chair chegou a ser escrito, mas proíbido de ser publicado no testamento deixado por Foucault. Portanto há mesmo algo de provocação, de provisório e de intróito no Volume I nunca chegou a ser plenamente desenvolvido. <br />Os Volumes II e III do História da Sexualidade acabaram tendo uma cara que tem pouca continuidade com o Vontade de Saber. São grandes livros, mas afeitos a um outro projeto do Foucault. Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-20939900864148927762013-08-01T11:31:33.517-03:002013-08-01T11:31:33.517-03:00Esse do cachimbo, dizem que é muito bom mesmo. Pro...Esse do cachimbo, dizem que é muito bom mesmo. Proponho-me a lê-lo. Pegarei emprestado de um amigo aqui.<br /><br />Não é por ser oco que eu não voltarei a Foucault um dia. Ele não faz parte de meus autores que nunca lerei (ex: Sartre e Updike, e Miller, o Henry).charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-91533405156635692382013-08-01T11:23:05.521-03:002013-08-01T11:23:05.521-03:00Talvez a questão tenha sido posto errada, talvez p...Talvez a questão tenha sido posto errada, talvez por mim. Não é que o texto de Foucault seja mais "difícil" ou hermético. Aqui entram variáveis que comportam desde a proficiência do leitor até a sua paciência, ou a profundidade de sua obsessão pelas letras. Sou muito obcecado neste ponto. Gosto muito de textos que, para leitores comuns, são tidos como rocambolescos e impossíveis, e na verdade não são: exemplo, o maravilhosamente "fácil" Ulisses. Adoro o Adorno, entendo-o de forma tão clara quanto uma manhã de verão no campo, e o acho lindíssimo_ das coisas mais lindas que já li. E Adorno é intransponível para a maior parte dos leitores "posers" ou leitores que pretendem-se como tal e nunca o são.<br /><br />A questão é: Foulcault, pelo menos para mim, parece MESMO não dizer nada. Já coloquei isso acima. Talvez eu TENHA ENTENDIDO, então, o História da Sexualidade, e, sinceramente, é muito oco. Considero o Foucault um cara bem acima da média, mas que perdeu o foco, entrou numa furada modística, sei lá: oco, oco, oco.charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-28005378727091361672013-08-01T10:14:47.904-03:002013-08-01T10:14:47.904-03:00O Marcos citou o Moi, Pierre Rivière, como um exem...O Marcos citou o Moi, Pierre Rivière, como um exemplo de obra acessível do Foucault. Eu poderia listar aqui pelo menos mais uma dezena. Tem por exemplo o livrinho delicioso que ele escreveu sobre a pintura de Magritte, o Ceci n'est pas une pipe. Ou leia-se por exemplo TODAS as edições das transcrições de suas aulas no Collège de France a partir de 1971. As aulas são de uma clareza, de uma estrutura, que custa lembrar que elas partem de um registro da oralidade. Portanto nada mais distante daquela imagem do Mestre guru, que cativa multidões mas que ninguém entende, citado pelo Charlles. Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-66763974612581509952013-08-01T10:06:25.181-03:002013-08-01T10:06:25.181-03:00Marcos, o embate entre filosofia norte-americana (...Marcos, o embate entre filosofia norte-americana (de matriz inglesa), centrada na lógica e na filosofia da linguagem e a filosofia continental se dá muito mais por uma questão de método, por acusações de falta de rigor lançadas à filosofia francesa, do que em torno de questões de estilo, forma, e ou obscurantismo. <br />Discordo que o hermetismo seja uma marca especial da filosofia francesa. Citei o Heidegger aí em cima, em especial o "Ser e o Tempo", mas poderia ter citado também Hegel e outros da tradição germânica. Vou além. Acho a virada linguística da filosofia norte-americana, dita a única filosofia verdadeira e possível a partir de Wittgenstein, muito mais intragável do que qualquer dos Franceses cabalistas. <br />Mas o meu ponto, voltando às críticas do Charlles (que eu reputo a uma leitura da juventude, da imaturidade) é o de que Foucault não está em absoluto junto com a turma daquela filosofia francesa aberta apenas aos iniciados (Lacan, Derrida, Deleuze, Althusser, Balibar, etc). Foucault se lê com uma facilidade assombrosa, tanto mais quando se recorda que o que ele faz é FILOSOFIA, não história, sociologia, ou crítica literária. Os títulos mais importantes de Foucault, ou quase todos eles, se iniciam por uma referência verbal a Histoire. Mas o que Foucault faz não é em absoluto o trabalho de um historiador (como os bons historiadores da tradição Francesa dos Annales). Foucault inclusive refuta qualquer afiliação da sua obra com a História de Longa Duração dos Annales, das Mentalidades que se arrastam por séculos no seu Arqueologia do Saber. O que Foucault fez de mais relevante para a filosofia, dentro de suas contribuições para a teorização dos mecanismos do poder, foi desenvolver até as suas últimas consequências a idéia de Genealogia de Nietzsche, qual seja a história paltada não na descoberta do passado, e sim a história do presente. Foucault e Nietzsche tem muito mais em comum do que quer o Charlles. Leia-se por exemplo o ensaio escrito em 1970 (salvo engano) "Nietzsche, Genealogia e História." Ali Foucault demonstra quão bom leitor ele era de Nietzsche e o quanto o seu método dependia do "tipo de historiografia" que o último fazia. A Genealogia, tanto em Nietzsche quanto em Foucault, nega qualquer possibilidade de se falar de uma origem (Ursprung), uma causa primeira que explique, ou que sirva de elo causal único para se explicar qualquer fenômeno. A Genealogia trata justamente de desmontar essas etiologias, mostrar a sua face de mito das origens, a fim de se possibilitar que entidades do presente (o Homem, as ciências humanas, a moral em Nietzsche) seja reificada ou naturalizada no presente como um dado eterno, coexistente ao humano, etc. Nesse sentido toda a suposta "historiografia" do Foucault mais tardio, pós-60, é essa mesma Genealogia, essa história do presente, que está bem posta na Genealogia da Moral de Nietzsche, a qual nada mais foi (quem leu sabe) que uma desnaturalização dos conceitos "bondade" e "maldade." História da Sexualidade do Foucault é um experimento aos modos da Genealogia da Moral do Nietzsche. <br />É bem verdade que Nietzsche foi um grande aforista e que fez filosofia como poeta, coisa que Foucault não foi. Mas Foucault está muito mais próximo de Nietzsche, no tocante ao método e a legibilidade, do que a Lacan e Derrida. Malgrada a tentativa de colocar toda essa turma debaixo do tal pós-modernismo. Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-40381488536334916842013-08-01T09:45:23.287-03:002013-08-01T09:45:23.287-03:00Citei de memória, mas, pelo que vi, o nome do cara...Citei de memória, mas, pelo que vi, o nome do cara é Sokal; mas posso jurar que é Sokol... engraçado isso. Tem um troço em:<br /><br />http://en.wikipedia.org/wiki/Sokal_affairmarcos nuneshttp://rachelsnunes.blogspot.comnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-46309224290282240742013-08-01T08:28:26.028-03:002013-08-01T08:28:26.028-03:00Controvérsia Sokol. Digitei no Google e parece que...Controvérsia Sokol. Digitei no Google e parece que lá não há muita coisa. Vou reprocurar com variâncias, mais tarde.<br /><br />Disse muito bem. A filosofia francesa é um tanto indigesta para mim. Há uns dois anos tentei ler o novo bam-bam-bam do gênero, o Michel Onfray, um livro que tomei de empréstimo de um amigo, cujo título não me recordo, mas, juro, as 50 páginas que consegui atravessar antes da abandonar o livro por completo está entre as coisas mais cacetes e desagradáveis que já li. Falavam sobre a infância do autor em uma fábrica de queijos ou algo assim_ bom que a memória sobre isso seja imprecisa_, fábrica que dominava todo o pequeno povoado onde ele nasceu, massacrando seus pais, tios, amigos, etc. Descreve minuciosamente cada sensação, cada detalhe atmosférico da fábrica, em um angustiante pesadelo. Faz isso tudo para se engrandecer depois, bastante arrogante, por ter se livrado daquilo pela universidade e os estudos. Tudo num niilismo opressivo, uma falta de ternura, uma agressividade fria e plasticamente viril que só vejo na pluri-sexualidade de gente como Pondé. De uma obtusidade tremenda, como se julgasse viver em uma época remota do século passado em que essas palavras pudessem fazer dele um pop-star das letras.<br /><br />Niet nada tem a ver com esses caras. Niet, antes de filósofo e sociólogo (coisa que não acho, em absoluto, que ele tenha sido), foi poeta. Dos bons; como Camus, como Bernhard.charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-47914589331088686362013-08-01T08:13:29.079-03:002013-08-01T08:13:29.079-03:00Não sei se você se lembra de algo que posso chamar...Não sei se você se lembra de algo que posso chamar de "Controvérsia Sokol". Sokol vem a ser um físico e matemático que escreveu, de blague, uma matéria para publicação na revista Social Text, utilizando todos os cacoetes linguísticos de Deleuze, Guattari, Derrida, Foucault e outros menos midiáticos. Apesar de conter somente inconsistências teóricas, o artigo foi publicado; em seguida, Sokol revelou a fraude e pôs em discussão o quanto de ausência de sentido há na obscuridade programática da filosofia em seu ramo francês (especificamente). <br /><br />É veio antigo: desde a Idade Média, a Universidade de Paris propunha embates entre os velhos mestres e pretendentes a cátedras; daí o método bizantino de filosofia francesa, sendo desde então impossível de gerar novas veias teóricas sem seguir pelo caminho da absurdidade pura e simples (isso você vê bem no Rabelais, que não me deixa mentir, aquele frade mentiroso).<br /><br />Nietzsche, de fato, pode ser tido por ensaísta social, não filósofo. <br /><br />A Filosofia, para recuperar relevância, vem se dedicando a detratar o que podemos chamar de "Ciências Sociais"; quer ser as fundações e o último andar ainda não construído; virou coisa de disputa entre clubes de futebol. Isso é irrelevante, como esse mergulho na obscuridade pela obscuridade, que cita elementos de ciência omo a Física Quântica sem compreender nada da disciplina, apenas para revolutear inutilmente em torno de um tema muito mais profundo do que meros enunvciados originais.<br /><br />É uma discussão para dias e dias, mas de rala consquencia. Então fico por aqui mesmo.marcos nuneshttp://rachelsnunes.blogspot.comnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-53084942623607801042013-07-31T10:41:59.333-03:002013-07-31T10:41:59.333-03:00Eu acho que o Foucault escreve bem fácil para um f...Eu acho que o Foucault escreve bem fácil para um filósofo. Acho que vocês dois caem num problema de categorias. O Foucault não é um sociólogo do conhecimento, nem um historiador, nem mesmo um crítico literário (apesar de ter escrito umas duas obras de crítica nos sessenta). Ele é um filósofo, que inclusive se interessou por problemas abordados pela turma que ía de Nietzsche a Heidegger, e, bem no fim da vida, voltou a Kant. <br />Entre Nietzsche e Heidegger, penso que seu estilo e forma estão muito mais próximos do primeiro do que do último. <br />Nunca vi o Charlles reclamar aqui da ilegibilidade de um Sein und Zeit. Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-30031694409057015722013-07-31T09:06:51.902-03:002013-07-31T09:06:51.902-03:00Um exemplo: pegue "Eu, Pierre Riviére, que de...Um exemplo: pegue "Eu, Pierre Riviére, que degolei minh mãe, minha irmã e meu irmão". É uma abordagem coletiva a partir dos autos de um processo e do memorial escrito pelo próprio assassino. Alunos de Foucault abordaram esses textos de maneira clara, precisa, conscisa, iluminadora. Eis que há também a abordagem de Foucault... então ele se dá a voos "poéticos", de "filosofia", se dispõe à desconstrução, ao semiótico, à busca da nuance da nuance da nuance... e nos cansa, entedia, nos faz dormir. É bom exemplo.marcos nuneshttp://rachelsnunes.blogspot.comnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-16045475896813643752013-07-27T13:45:14.471-03:002013-07-27T13:45:14.471-03:00Charlles,
Se a tradução é baseada na edição de 72...Charlles, <br />Se a tradução é baseada na edição de 72 da Gallimard, então quem está certo é você. Mas eu podia jurar que edições anteriores do Folie et Déraison pela Perspectiva eram bem mais curtas que essa mais recente. <br />Só para constar que eu não delirei essa coisa toda. Ian Hacking, filósofo daqui da U of Toronto, no prefácio da linda edição que eu tenho aqui em casa, da Routledge. <br />"Thank goodness this enormous book is finally available in English. A masterpiece<br /> needs no foreword, so I shall hardly go beyond the title. The original one is a bit like<br /> Alice’s Cheshire Cat, of which nothing is left but the grin. It starts out as Madness and Unreason: History of Madness in the Classical Age, and fades away so that weare left with our present History of Madness. I shall go through the steps. It is agradual disappearing act, and I shall point you in the direction of the disappeared ‘unreason’, not to explain it, but to encourage you to notice it. In the tale of the titles and of unreason, there are all the signs of Foucault changing his mind about madness.The exact title in 1961 was<br />Folie et Déraison. Histoire de la folie à l’âge classique... ‘Unreason’ was right up there alongside ‘Madness’. The big book of 1961 was severely abridged, and appeared as a paperback in 1964. Half of the first preface was suppressed. On the cover we see only<br />Histoire de la folie. On the title page thefull 1961 title appears in block letters, but with<br />Folie et Déraison in smaller print thanthe subtitle. Fading, like the cat. This version was translated into many languages, while only an Italian publisher did the unabridged book. For the 1965 English version, Foucault restored a little material that he had cut from the 1964 French abridgement. For a moment, a flicker more of the cat’s face came back. For here are the most vivid assertions about Unreason tobe found in the entire work. They will hardly make sense out of context, so I refer you to the pages in question which were suppressed and then restored (pp.225–250). You will find sentences like this: ‘How can we avoid summing up this experience by the single word<br />Unreason? By that we mean all that for which reasonis at once nearest and most distant, fullest and most empty.’<br /> In 1972 Foucault published a second edition of the entire book, plus three appendices, but with a substitute preface. The French title had become what was formerly the subtitle,<br />History of Madness in the Classical Age." <br />Portanto a única coisa faltando na edição da Perspectiva deve ser mesmo o prefácio original, aquele que foi depois suprimido depois que o aluno Derrida entrou de sola no Foucault acusando ser impossível falar da De-Razão a partir do discurso da Razão. Desculpas, Monsieur, pelo equívoco. É que, como vês não seria vergonha nenhuma se a edição brasileira fosse baseada naquela mutilada. Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-15403959445523637522013-07-26T21:37:07.369-03:002013-07-26T21:37:07.369-03:00Para minha surpresa, nesse instante, percebo que o...Para minha surpresa, nesse instante, percebo que o segundo capítulo do "Jardim dos Castanhos", começa assim...:<br />.<br />.<br />SE<br />by Ramiro Conceição<br />.<br />.<br />E se, sem resgate, sem justiça,<br />sem apocalipse, sem redenção,<br />sem amor, memória ou história,<br />sem epistemologia, filosofia, poesia ou sem ciência,<br />tudo terminasse como se não houvesse acontecido?<br />.<br />E se o tal “tudo posso naquele que me fortalece”<br />vier sempre acompanhado dum dízimo matreiro<br />para que se deixe a rabeira e se vire um camelo,<br />a mais,a perpetuar a sede insensata do mundo?<br />.<br />E se não existir ética, moral, alma ou espírito?<br />E se o ápice da evolução for essa acumulação, <br />essa coisificação, esse nosso lixo sobre tudo?<br /><br /><br />Ramiro Conceiçãohttp://www.grindelwald.com.br/ramiro/index.htmlnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-87551104278849919482013-07-26T21:13:48.119-03:002013-07-26T21:13:48.119-03:00Li a História da Loucura em 86…
.
Após refletir s...Li a História da Loucura em 86…<br />. <br />Após refletir sobre o post e os comentários, fui lá, na biblioteca, e encontrei o bichinho…: todo tordo; empoeirado; esquecido…; capinha branca…; uma foto amarelada dum maluco, ou maluca, sei lá, com aquele inegável quase sorriso, ou não, a lembrar-me o famoso quadro de Da Vinci… Nossa, quanto tempo!... Como é possível?... Não me lembro de nada… Será que o li mesmo?... Comecei a folheá-lo e acariciá-lo… Tive um repentino acesso de tosse causado, possivelmente, pela poeira que adentrou à garganta… Incrível, o li inteirinho… Mas será que fui eu que escrevi tantos comentários na marginalia…? Sem dúvida, fora mesmo… Mas pra onde foi tudo isso?... Talvez para o inconsciente, vai saber…<br />. <br />Reli o prefácio, e estava lá: “… Não procuremos nem justificar esse velho livro, nem reinscrevê-lo hoje; a série dos eventos à qual ele pertence, e que é sua verdadeira lei, está longe de estar concluída.”<br />. <br />É, alguns livros são assim… Não somos assim?<br />Ramiro Conceiçãohttp://www.grindelwald.com.br/ramiro/index.htmlnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-61664650888841583992013-07-26T19:11:48.846-03:002013-07-26T19:11:48.846-03:00Grato, Matheus.Grato, Matheus.charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-79425535189965085922013-07-26T18:33:34.294-03:002013-07-26T18:33:34.294-03:00“(….mas nasce antes de procedimentos de punição, d...“(….mas nasce antes de procedimentos de punição, de vigilância, de castigo e de coação. Esta alma real e incorpórea não é absolutamente substância; é o elemento onde se articulam os efeitos de um certo tipo de poder e a referência de um saber, a engrenagem pela qual as relações de poder dão lugar a um saber possível, e o saber reconduz e reforça os efeitos de poder. Sobre essa realidade-referência, vários conceitos foram construídos e campos de análise foram demarcados: psique, subjetividade, personalidade, consciência, etc.; sobre ela técnicas e discursos científicos foram edificados; a partir dela. valorizaram-se as reivindicações morais do humanismo. Mas não devemos nos enganar: a alma, ilusão dos teólogos, não foi substituída por um homem real, objeto de saber, de reflexão filosófica ou de intervenção técnica. O homem de que nos falam e que nos convidam a liberar já é em si mesmo o efeito de uma sujeição…)”<br />Luiz, suas reflexões são interessantíssimas!, pois a meu ver tocam numa da pedras lapidares da nossa ideologia cristã, isto é: COMO PODE EXISTIR O LIVRE-ARBÍTRIO se, justamente quando estamos mais indefesos, ou seja, nos primeiros anos de nossas vidas, somos praticamente moldados a pensar, a sentir e, fundamentalmente, a amar? <br />Portanto, tais reflexões acarretam perguntas cruciais: (1) é possível a existência da liberdade humana? (2) Não seria a liberdade apenas uma abstração metafísica? (3) Será que não há a uma liberdade, mas diversas, cada uma associada a um específico momento histórico?<br />Ramiro Conceiçãohttp://www.grindelwald.com.br/ramiro/index.htmlnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-90921349626468186322013-07-26T16:11:45.344-03:002013-07-26T16:11:45.344-03:00E é claro que eu quis dizer coprofilia... E é claro que eu quis dizer coprofilia... Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-48572299306407115682013-07-26T15:43:07.319-03:002013-07-26T15:43:07.319-03:00Foucault comme des petit pains
http://referentiel...Foucault comme des petit pains<br /><br />http://referentiel.nouvelobs.com/archives_pdf/OBS0091_19660810/OBS0091_19660810_029.pdf <br /><br />Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-88790406850616430252013-07-26T15:30:49.342-03:002013-07-26T15:30:49.342-03:00Scientia Sexualis... Scientia Sexualis... Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-66383218769432738502013-07-26T15:16:51.861-03:002013-07-26T15:16:51.861-03:00:)
Conheço poucos leitores como você, Charlles. N...:) <br />Conheço poucos leitores como você, Charlles. Não cola essa de que não entendeu La Volonté de Savoir ou o Surveiller et Punir. O volume I da História da Sexualidade, Vontade de Saber, tem realmente uma seção bem espinhosinha, na qual Foucault coloca em parêntese a sua tese de que a Psicanálise e as demais ciências da Sciencia Sexualis inventaram a sexualidade, para tratar de desmontar a tese clássica Marxista de poder. Trata-se de crítica teórica no seu sentido mais pleno, sendo leitura prazerosa apenas para meia dúzia desses outsiders que tem prazer na carpofilia ou bonecas infláveis. Mas o restante do livro é um sorbet de tão delicioso, principalmente a parte final sobre Biopolítica, qual seja, a tese originalíssima de Foucault (a qual, se Foucault só existisse aqui, já contaria como um legado para a filosofia moderna) de que a democracia moderna reinscreve a vida (o Bios grego expulso do fazer político com Aristóteles) dentro da Política, colocando-a como objeto primeiro das estratégias presentes de governabilidade. Quer dizer, a análise do nascimento das técnicas de controle social através de projetos eugênicos, de teorias de controle da população, campanhas de vacinação em massa, etc. <br />Não vou te forçar o braço a revisitar Foucault (mesmo porque a impressão é a de que você precisa visitá-lo primeiro ;)) <br />Mas eu leria o Surveiller et Punir, esse mesmo livro que resisti por muito tempo por conta do bando de sincofantes que se escoram nele, dos seus leitores de orelhada. <br />Uma das minhas partes preferidas do Surveiller et punir, aquela na qual Foucault afirma, numa brilhante reversão do tema Gnóstico-Platônico de que o corpo é prisão da alma, "a alma é a prisão do corpo": <br /><br />"Não se deveria dizer que a alma é <br />uma ilusão, ou um efeito ideológico, mas afirmar que ela existe, que tem uma <br />realidade, que é produzida permanentemente, em tomo, na superfície, no interior do <br />corpo pelo funcionamento de um poder que se exerce sobre os que são punidos — <br />de uma maneira mais geral sobre os que são vigiados, treinados e corrigidos, sobre os loucos, as crianças, os escolares, os colonizados, sobre os que são fixados a um <br />aparelho de produção e controlados durante toda a existência. Realidade histórica <br />dessa alma, que, diferentemente da alma representada pela teologia cristã, não nasce <br />faltosa e merecedora de castigo, mas nasce antes de procedimentos de punição, de <br />vigilância, de castigo e de coação. Esta alma real e incorpórea não é absolutamente <br />substância; é o elemento onde se articulam os efeitos de um certo tipo de poder e a <br />referência de um saber, a engrenagem pela qual as relações de poder dão lugar a um <br />saber possível, e o saber reconduz e reforça os efeitos de poder. Sobre essa <br />realidade-referência, vários conceitos foram construídos e campos de análise foram <br />demarcados: psique, subjetividade, personalidade, consciência, etc.; sobre ela <br />técnicas e discursos científicos foram edificados; a partir dela. valorizaram-se as <br />reivindicações morais do humanismo. Mas não devemos nos enganar: a alma, ilusão <br />dos teólogos, não foi substituída por um homem real, objeto de saber, de reflexão <br />filosófica ou de intervenção técnica. O homem de que nos falam e que nos convidam <br />a liberar já é em si mesmo o efeito de uma sujeição bem mais profunda que ele. Uma <br />“alma” o habita e o leva à existência, que é ela mesma uma peça no domínio <br />exercido pelo poder sobre o corpo. A alma, efeito e instrumento de uma anatomia <br />política; a alma, prisão do corpo."<br /> Luizhttps://www.blogger.com/profile/07519922845503726250noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-81796182003104863622013-07-26T15:05:12.758-03:002013-07-26T15:05:12.758-03:00Belo poema!Belo poema!charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-12372708246751438592013-07-26T15:02:50.200-03:002013-07-26T15:02:50.200-03:00Auden! O cara que fez o Joseph Bródski aprender a ...Auden! O cara que fez o Joseph Bródski aprender a escrever em inglês para escrever ensaios, para honrar o homem mais inteligente do século, segundo o russo.charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-40875027581539173372013-07-26T14:36:39.786-03:002013-07-26T14:36:39.786-03:00_continuação_
Elas tinham razão, minha cara, toda..._continuação_<br /><br />Elas tinham razão, minha cara, todas essas vozes tinham razão;<br />e ainda têm; esse terreno não é o doce lar que parece;<br />Nem sua paz vem da calma histórica de um lugar<br />Onde algo se estabelecera de uma vez por todas: uma retrógrada<br />Província dilapidada, ligada ao<br />Mundo por um túnel com um certo apelo<br />Promissor, isso é tudo que é agora? Não exatamente:<br />Possui uma obrigação mundana a despeito de si mesma<br />Que não se negligencia, mas questiona<br />Todos os grandes poderes a assumir; ela perturba nossos direitos. O poeta,<br />Admirado pelo seu mais sincero hábito de chamar<br />De sol o sol, sua mente se perturba, se constrange<br />Com essas estátuas de mármore, que tão obviamente duvida<br />De seu mito antimitológico, e desses moleques,<br />Perseguindo o cientista pela colunata adornada<br />Com tais ofertas vivazes, revive suas preocupações com os aspectos<br />Mais remotos da Natureza: também eu sinto-me reprovado, pela coisa<br />E você sabe o quanto. Não perder tempo, não se deixar ser preso<br />Não ficar para trás, nem, de jeito nenhum! Lembrar<br />As feras que se perpetuam, ou algo como a água<br />Ou uma pedra cuja condução é previsível, essas<br />São nossos pedidos, cujo maior conforto seja a música<br />Que pode ser feita em qualquer lugar, é invisível,<br />E é inodora. Temos que observar de longe<br />A morte como fato, sem dúvida temos razão: Mas se<br />Os pecados podem ser perdoados, se os corpos se levantam dos mortos<br />Essas modificações da matéria em<br />Atletas inocentes e fontes gesticulantes,<br />Realizadas só por prazer, guarde posteriormente:<br />Os abençoados não se importarão de que ângulo são considerados.<br />Já que não têm o que esconder. Querida, não sei nada das<br />Duas, mas quando eu tento imaginar um amor sem falha<br />Ou a vida do porvir, o que eu ouço é o murmurejar<br />Das correntes subterrâneas. O que vejo é uma paisagem calcárea.<br /><br />Tradução: Eduardo Lima<br />Wagner Soareshttps://www.blogger.com/profile/17202595095559416398noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-6940911340818116032013-07-26T14:34:50.709-03:002013-07-26T14:34:50.709-03:00Para Foucault, como se ainda houvesse tempo...
W....Para Foucault, como se ainda houvesse tempo...<br /><br />W.H.Auden (1907-1973)<br /><br />EM HONRA AO CALCÁRIO<br /><br />Se ele forma a única paisagem de que nós, os inconstantes,<br />Estamos sempre saudosos, isso acontece, especialmente,<br />Porque ele dissolve em água. Guarde essas inclinações do terreno<br />Com sua superfície sabendo a tomilho e, embaixo,<br />Um sistema secreto de cavernas e passagens, escute as fontes<br />Que borbulham aqui e ali como se fossem risadas,<br />Cada uma delas enchendo uma poça pelo peixe e pela escultura<br />Sua própria ravina cujas paredes entretém<br />A borboleta e o lagarto, examine esta região<br />De pequenas distâncias e lugares definidos:<br />O que poderia ser mais Maternal ou um melhor pano de fundo <br />Para o filho, o macho galanteador que se recosta<br />Contra uma pedra sob o sol, sem duvidar<br />De que mesmo com suas falhas é amado, cujos esforços são<br />Meras extensões de seu poder de encantar? Dos campos naturalmente crescidos<br />Aos templos construídos, de águas surgidas à força a<br />Fontes pronunciadas, desde um vinhedo selvagem a um domado,<br />São engenhosos ainda que pequenos passos que o desejo de uma criança<br />Em receber mais atenção do que seus irmãos, da<br />Maneira que for, pode facilmente suplantar.<br /><br />Em seguida, observe o grupo de rivais enquanto eles sobem<br />As trilhas de pedras altas em dois ou três, às vezes<br />Com os braços em outros braços, mas jamais, graças a Deus, com os pés,<br />\ ou amarrados<br />No lado umbroso de um quadrado sob o meio-dia com<br />Um discurso volúvel, conhecendo a todos bem demais para imaginar<br />Que existam segredos importantes, incapaz de<br />Conceber um deus cujos humores e tremores sejam de ordem moral<br />E não ser apaziguado por um texto inteligente<br />Ou uma boa cantiga: pois está habituado com uma pedra que reage <br />Ele jamais teve de esconder o rosto por temor <br />De uma cratera cuja fúria fumegante não pode ser regulada,<br />Ajustada às necessidades locais dos vales <br />Onde tudo pode ser tocado ou alcançado a pé,<br />Seus olhos nunca se fixaram no espaço infinito <br />Pela treliça do rastelo de um nômade, nascido com sorte,<br />Suas pernas nunca se depararam com os fungos<br />Nem com os insetos da mata, as formas e vidas monstruosas <br />Com as quais, gostamos de pensar, não guardamos semelhança alguma. <br />Então, quando alguém passa para o mal, o modo de funcionamento da mente <br />Permanece incompreensível: virar gigolô,<br />Ou vender jóias falsas ou arruinar uma bela voz de tenor<br />Por efeitos que põem a casa abaixo, poderia acontecer a qualquer um<br />Mesmo aos bons e aos maus...<br />É por isso, creio eu,<br />Que o bom e o mau jamais permaneceram aqui por muito tempo, apenas buscavam<br />Solos desregulados onde a beleza não era tão visível,<br />A luz menos aproveitável e o sentido da vida<br />Algo mais que um campo destruído. “Vem”, gritaram os restos de granito<br />"O quão evasivo é teu humor, o quão acidental é<br />Teu beijo mais doce, o quão permanente é a morte." (Pretensos santos<br />Se vão conjurando.) "Vem!", bramiram a argila e o cascalho,<br />"Em nossos domínio, há espaço para braços a cavar; rios<br />Esperam ser desbravados e escravos aguardam para construir-lhe uma tumba<br />Em grande estilo: suave como o barro de que é feita a humanidade e ambos<br />Prescindem alterações." (Césares pretensos se levantam e<br />Saem, batendo a porta.) Mas os incautos foram pegos<br />Por uma voz mais fria, mais macia, o suspiro dos oceanos:<br />"Sou a solidão que não pede nada, não oferece nada;<br />É por isso que eu te liberto. Inexiste o amor;<br />Só há inveja, toda ela triste."<br /><br />Wagner Soareshttps://www.blogger.com/profile/17202595095559416398noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4288430065630087860.post-82730874621629281762013-07-26T13:41:57.886-03:002013-07-26T13:41:57.886-03:00Claro que eu quero.
Marie Clare é apelação. Eu go...Claro que eu quero.<br /><br />Marie Clare é apelação. Eu gosto muito, muitíssimo, de autores impenetráveis. Meu lado pretendente a escritor divide o lema de Pynchon, que não vê nenhum mérito em autores límpidos e perfeitamente legítimos. Não gosto, por exemplo, de Flaubert, mas gosto muito de Stendhal, Proust e Céline, como cansativamente venho dizendo. Por isso, não cola essa provocação sua.<br /><br />A dicotomia entre Lacan e Foucault não desqualifique que eles pertencem muito à mesma corrente ideológica e estilística e de concepções teleológicas.<br /><br />Concordo, aliás, com a súmula do que você disse, e, talvez, volte mais tarde a meus Foucaults, mas não abro mão de que ele é, muitas vezes, impenetrável pela própria impenetrabilidade.charlles camposhttps://www.blogger.com/profile/12363567899344033584noreply@blogger.com